Sejam Bem-Vindos!

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segunda-feira, 30 de maio de 2011

PRANCHETA DO PVC - O estilo Barcelona

Uma enquete do diário Marca, na Espanha, apontou que 89% julgam o Barcelona o melhor time da história. Mesmo sem valor científico, a pesquisa impressiona. Ainda mais porque o jornal é conhecido por sua ligação com o Real Madrid. A melhor resposta sobre esse assunto foi de Josep Guardiola: "Houve outras grandes equipes, algumas que não vi jogar, como o Milan de Sacchi, o Real de Di Stéfano, o Santos de Pelé. Fico feliz por saber que daqui a vinte anos, este Barcelona será lembrado assim".
Troque uma palavra. Em vez de melhor, único. O estilo do Barcelona não está apenas na posse de bola, nem na troca constante de passes. Está no jeito de marcar. Dos times citados por Guardiola, nenhum marcava por pressão por tanto tempo. Só o Milan de Sacchi, a Holanda de Michels, o Ajax de Kovacs avançaram a marcação, mas não havia preparo físico para jogar dois terços das partidas assim, como o Barça faz.
O jogo do Barça é arte, porque o time tem força. Não se tem a bola por tanto tempo sem retomá-la. E não se retoma no campo de ataque se não houver preparo físico para fazer isso. "Um jogador da seleção me disse que os adversários correm tanto atrás do Barcelona que, quando têm a bola, não conseguem chegar na grande área", disse Mano Menezes.
E ainda tem Messi! O melhor do mundo é único e joga numa posição exclusiva. Centralizado no ataque, recebe sempre às costas dos volantes. Quando Carrick voltava para bloqueá-lo, Iniesta ficava livre. Quando Giggs tentava acompanhá-lo, Xavi se liberava. Se Park tentava persegui-lo, esquecia Daniel Alves.
Na mesma medida em que os marcadores procuram por Messi, os observadores buscam adjetivos. O mais brilhante foi o ex-auxiliar de Alex Ferguson, Brian Kidd: "O Barcelona é a melhor coisa do futebol desde a invenção da bola".

(Por PAULO VINICIUS COELHO - paulo.v.coelho@espn.com - O Estado de S.Paulo – 30 de maio de 2011 | 0h 00)

O Barcelona foi o grande campeão da UEFA Champions League 2011, com todos os méritos. Venceu os dois maiores times do mundo que poderiam lhe fazer frente, Real Madrid e Manchester United. Seu futebol já é comparado aos grandes times que ficaram para história do futebol, como o Santos de Pelé e o Real de Di Stéfano.
Infelizmente não assisti à decisão; uma pena, pois o trabalho não me deixou contemplar segundo-a-segundo essa grande obra da arte do futebol. Assisti apenas aos gols, e que gols!
Antes mesmo da decisão, pensei que o Manchester United poderia causar uma surpresa ao Barcelona e levar o título, mas me enganei, ou melhor, quis me enganar, pois já há muito tempo o Barcelona já provou, para quem quer ver, que sua equipe é imbatível. E essa hegemonia não se consubstancia apenas com os títulos conquistados, mas sim com qualidade. Uma fórmula mágica muito bem explicada, pra não dizer materializada, nas palavras de Paulo Vinícius Coelho, pois o estilo de jogo do Barcelona é um estilo mágico. Uma perfeição. São mecanismos, peças, que perfeitamente se encaixam, permitindo ao expectador uma visualização única do grupo, como se todos os jogadores fossem apenas um, com as mesmas características, com o mesmo vigor físico.
A análise do PVC não poderia deixar de ser perfeita.

(Por Franco Aldo – 30/05/2011 – às 11:55hs)

sábado, 28 de maio de 2011

A Primeira Vitória das Muitas que Virão

Botafogo 1 x 0 Santos

Com gol de Fábio Ferreira, Fogão vence a primeira no Brasileirão.
A primeira vitória do Botafogo no Campeonato Brasileiro veio neste sábado. Com boa atuação e superior na maior parte da partida, o Glorioso derrotou o Santos por 1 a 0, com gol de Fábio Ferreira. O próximo adversário é o Ceará, no próximo sábado, no Estádio Presidente Vargas.

Na estreia no Stadium Rio no Campeonato Brasileiro, o Botafogo provou logo no primeiro tempo sua força no estádio. Mesmo com a equipe ainda ganhando entrosamento, com a estreia de Elkeson e as entradas de Everton e Alex, o domínio foi alvinegro.

No início, a melhor chance veio em cobrança de falta, sofrida por Maicosuel. Fábio Ferreira, que tem ido bem nos treinos, bateu por cima, aos 7.

Mesmo com os reservas, já que Muricy Ramalho poupou os titulares para a Libertadores, o Santos não tinha uma má atuação. E ameaçou três vezes seguidas. Na primeira, Keirrison dominou na área, girou, mas finalizou por cima. Na segunda, aos 13, Jefferson fez boa defesa em falta cobrada por Alan Patrick. Na sequência, após escanteio, Bruno Rodrigo cabeceou com perigo.

Aos poucos, o Botafogo retomou o controle do jogo e passou a criar em jogadas rápidas. Pela esquerda, Lucas Zen achou Everton, que cruzou, mas ninguém chegou para finalizar. Pela direita, já aos 20, Alessandro chegou e tocou para trás, mas Everton, desequilibrado, não conseguiu concluir bem.

O estreante Elkeson também aparecia bem no jogo, quando acionado. Com força e boa técnica, tentava as jogadas mais incisivas es finalizações. Aos 30, ele soltou uma bomba de esquerda e Aranha teve que se esticar para jogar para escanteio.

O gol surgiria pouco depois. Após escanteio cobrado por Everton, Fábio Ferreira aproveitou a sobra e mandou de primeira para as redes. Um belo gol do zagueiro, voltando ao melhor ritmo após sete meses lesionado.

Na segunda etapa, pela necessidade, o Santos se lançou mais ao ataque, criou oportunidades, mas Jefferson pouco teve que trabalhar. O Botafogo buscava ampliar o placar em um contra-ataque ou em jogadas de bola parada.

No chão, em contra-ataques, o erro geralmente era no último passe, impedindo a criação de reais chance de gol. Pelo alto, Fábio Ferreira quase fez o segundo, aos 7. Já Marcelo Mattos, aos 18, deu bom chute de fora da área, assustando o goleiro Aranha.

Para ganhar mais velocidade e força ofensiva, Caio Júnior promoveu alterações. Saíram Alex e Everton, entraram Caio e Cidinho. Este último, em seu primeiro lance, aos 24, saiu costurando e bateu na rede pelo lado de fora. Cinco minutos depois, recebeu cruzamento de Cortês e chutou por cima.

Uma chance ainda melhor poderia vir aos 38. Thiago Galhardo partiu para cima de seu marcador e foi empurrado dentro da área. O árbitro, além de não dar o pênalti, ainda aplicou cartão amarelo no apoiador alvinegro. Ele mesmo ainda perdeu boa chance no fim, mas nem precisou. A primeira vitória do Botafogo já estava garantida!

BOTAFOGO: Jefferson, Alessandro, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Cortês; Marcelo Mattos, Lucas Zen, Elkeson (Thiago Galhardo), Maicosuel e Everton (Cidinho); Alex (Caio). Técnico: Caio Júnior.

Danilo Santos

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Segurança de Vôo e a Tragédia do Vôo 447

Quase dois anos após a queda do avião da Air France que fazia o voo 447, entre o dia 31 de maio e 1º de junho de 2009, o BEA (Birô de Investigações e Análises) - órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente - divulgou os primeiros dados registrados nas caixas-pretas.
As informações indicam que os pilotos fizeram um desvio na rota inicial para tentar escapar de uma área de tempestade, mas acabaram enfrentando problemas logo em seguida. A velocidade do avião, medida pelas sondas Pitot, apresentou falhas.
Segundo o BEA, o relatório descreve "de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente, e apresenta fatos novos estabelecidos". As primeiras análises definitivas serão apresentadas somente no fim de julho.
"Só depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA", informou o órgão.

O anúncio do BEA ocorre após pressão feita pela imprensa internacional na última semana, quando foram publicadas reportagens com especulações sobre as causas do acidente.
Após o resgate das caixas-pretas e a confirmação de que os dados do voo poderiam ser lidos, os investigadores franceses haviam informado que a análise do material duraria meses.
O jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus apontava para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA desmentiu as informações, mas resolveu antecipar a divulgação dos primeiros dados recuperados.
No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente. O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.

(Por Folha. Com. - SÃO PAULO - 27/05/2011 - 12h56)


Em se tratando de aviação, a segurança de vôo é uma espécie de cultura que deve ser muito bem solidificada no dia-a-dia e nos costumes de uma organização ligada diretamente à atividade aérea. É uma atividade fundamental que visa a manutenção de elevados níveis de percepção de todos os envolvidos no vôo, seja quanto a procedimentos de manutenção, procedimentos de vôo, práticas comportamentais, e, até, relativos à saúde dos envolvidos. Portanto, trabalhar com segurança de vôo dentro de uma organização aérea é uma forma de educar constantemente seus envolvidos, não dando trégua, em momento algum, para qualquer relaxamento que possa por em risco a integridade física das pessoas e do caríssimo material aéreo.
Sei de tudo isso, pois trabalhei com aviação por quase 14 anos e sei como é respirar aquela atmosfera de constante atenção; tudo em prol da segurança do homem e da máquina.
Quanto ao vôo 447, li as informações do registro de vozes da cabine da aeronave, divulgados pelo BEA, e como qualquer outra gravação de vozes, que antecede a um desastre aéreo, é muito perturbadora. Só acho que a divulgação antecipada das informações da caixa-preta pelo BEA, devido a pressões internacionais, esteja dando motivos para várias espécies de especulações quanto às causas do desastre. Num primeiro momento, foi divulgado que o comandante não se encontrava na cabine da aeronave no momento dos problemas técnicos, o que causou muito falatório na imprensa internacional. Mas quem conhece o mínimo da rotina de um longo vôo, como o da rota Rio-Paris, sabe que a tripulação descansa em determinados períodos do vôo; portanto, nada de anormal.
Com as novas informações do BEA, podemos perceber que o que ocorreu com o Air France foi algo assustador e que pegou toda a tripulação desprevenida.
Não acredito que o tubo de pitot tenha sido a causa única do desastre, muito menos as turbulências devido ao mau tempo, mas, talvez, a conjunção de vários fatores, sejam eles mecânicos, atmosféricos, e, porque, não, humanos.
Ainda é muito cedo para especulações, mas infelizmente o BEA está sendo pressionado para que novas informações, a cada momento, sejam lançadas no ar para que o quebra-cabeças dos interessados seja completado.
Espero que essas informações antecipadas não atrapalhem as investigações dos órgãos responsáveis, pois o que se está em jogo, agora, é a segurança de vôo de outros vôos mundo a fora. Portanto, mais aterrador que as vozes da cabine é o silêncio sobre os motivos que levaram a queda da aeronave. Mesmo assim, vale a pena dar uma espiada na animação infográfica do acidente, publicada, hoje, na Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/921746-veja-em-flash-como-foi-a-queda-do-voo-447.shtml.

(Por Franco Aldo – 27/05/2011 – às 21:09hs)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Novas Caras no Fogão

Botafogo acerta a contratação de meia, que assina por 3 anos.

O Botafogo de Futebol e Regatas acertou a contratação do meia Renato, que estava no Sevilla, da Espanha. O jogador, destaque no Santos e na Seleção Brasileira, assinou contrato por 3 anos e chega ao Brasil na próxima semana, quando será definida a data de sua apresentação.

Confira abaixo a ficha do jogador:

Nome: Renato Dirnei Florêncio Santos
Nascimento: 15/05/1979, em Santa Mercedes (SP)
Altura e Peso: 1,77m e 71kg
Clubes: Guarani, Santos e Sevilla
Títulos: Campeonato Brasileiro 2002 e 2004 (Santos); Copa da Uefa 2005-2006 e 2006-2007, Copa do Rei 2006-2007 e 2009-2010, Supercopa Européia 2006 e Supercopa da Espanha 2007 (Sevilla); Copa América 2004 e Copa das Confederações 2005 (Seleção Brasileira)

(Por Botafogo de Futebol e Regatas)

Finalmente a diretoria do Botafogo resolveu agir. Depois da contratação do meia do Vitória, Elkeson, agora a contratação de mais um meia, Renato, que estava no Sevilla da Espanha. Mesmo com as duas contratações, o time ainda carece de um lateral esquerdo e de, pelo menos, mais um atacante.
O erro de estratégia da diretoria que culminou na lentidão das contratações ainda pode ser muito bem remediado, basta apenas um pouco mais de ambição e ousadia, pois, em termos de honestidade, a diretoria do Botafogo tem crédito.
Torço por Maurício Assumpção e pelos outros diretores e espero que honrem o fim de seus mandatos, pois o que está em jogo é a imagem do Botafogo.
As contratações ainda não terminaram, espero que apenas estejam se iniciando.

(Por Franco Aldo – 26/05/2011 – 13:35hs)

Dilma Rejeita o "Kit Anti-Homofobia"

Dilma suspende 'kit gay' após protesto da bancada evangélica

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta quarta-feira a suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira a "costumes" passe por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.
Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Dilma considerou o material do MEC "inadequado" e o vídeo "impróprio para seu objetivo".
A manifestação ocorreu na esteira de uma reunião de Carvalho com a bancada evangélica da Câmara. O grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.
Ontem, no plenário, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir a demissão do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na semana passada, o mesmo Garotinho, que é vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que a bancada evangélica, composta por 74 deputados, não votaria "nada", nenhum projeto na Câmara, até que o governo recolhesse os vídeos anti-homofobia.
Mesmo depois das declarações do Planalto, Gilberto Carvalho afirmou que não há "toma lá, dá cá" entre o governo e a bancada evangélica na questão do kit e da convocação de Palocci.
O MEC nega que o kit e os vídeos que vazaram na internet tenham sido aprovados pelo ministério. Eles teriam sido produzidos por ONGs que prestam serviços à pasta e estariam em avaliação.
Os deputados da bancada evangélica afirmam que os vídeos e a cartilha anti-homofobia "são um estímulo ao homossexualismo".
"Mostramos ao ministro Gilberto Carvalho que é virulenta a maneira como o material está sendo aplicado", disse o ex-governador do Rio.

(Por Folha.Com – Ana Flor 25/05/2011 - 13h12)

A polêmica nos bastidores políticos sobre o tal “kit anti-homofobia” mostra não só o despreparo de muita gente que se diz esclarecida no assunto, mas também, mostra a imaturidade de toda a sociedade brasileira.
Somos um país preconceituoso por natureza, resultado de uma mistura de negros, índios e brancos, unidos por culturas que se fundiram, línguas que se entrelaçaram e religiões que sincretizaram-se. Portanto, o brasileiro não é nem branco, nem negro, e muito menos índio, mas, sim, a mistura de todas as raças numa só; a brasileira. Disto posto, o diferente é inconscientemente rechaçado, seja numa triste alusão à cor, ao costume, ou, até mesmo, à língua.
A questão do comportamento homossexual em nossa sociedade não deve ser renegada a segundo plano, é claro; “como uma coisa que existe, mas não pode ser mencionada, pois é pecado”, até por que, o homossexualismo está nas esquinas, na TV, no nosso dia-a-dia. Mas, sim, devemos encará-la como uma mudança de mentalidade e comportamento em que o próprio tempo será o apaziguador. E queria deixar claro que mudança de mentalidade e comportamento não quer dizer transformar o ‘hetero’ em ‘homo’, nada disso, pelo amor de Deus; mas sim uma mudança caracterizada na aceitação das diferenças, sejam elas sexuais, lingüísticas, ou mesmo, culturais. Assim, a aceitação dessas diferenças será a consolidação verdadeira de nossa tão falada democracia.
Sou contra ao tal kit e tenho motivos para isso. Também não sei qual foi o seu verdadeiro conteúdo, muito menos a sua qualidade, mas sei que nesses últimos dias o MEC já mostrou que está muito mal administrado, e a prova disso tudo é o tal livro do ensino fundamental que ensina a falar errado. Portanto, acho que a Presidenta Dilma acertou em rejeitar o tão mal falado material, mas só acho que o motivo foi menos a manutenção dos “bons costumes” do que, talvez, “um toma lá dá cá” com a pressão do segmento evangélico na Câmara, pois o que se está em jogo agora é outro grave problema que ameaça desestabilizar o governo; Antônio Palocci.
A resposta de Dilma ao “Kit Gay” foi, talvez, a prova de que “escrever certo por linhas tortas” pode ser muito proveitoso quando o assunto é colocar panos quentes.
De qualquer forma, o fato de termos leis que asseguram a união estável de pessoas do mesmo sexo, gerando direitos iguais a todos, não quer dizer que a sociedade vive sem o preconceito. Nas paradas gays em todo o país, presenciamos casos e mais casos da intolerância daqueles que odeiam o diferente. Mas, mesmo assim, acho que se há intolerância por um lado, há um comportamento inadequado do outro. Não vejo problema no homossexualismo e acredito que só o tempo minimizará a intolerância, mas as diferenças sempre perdurarão, como a própria ignorância.
Devemos sim ‘trabalhar’ a mente de toda a sociedade a respeito do preconceito a homofobia, mas isso só será mais sadio a partir do momento em que as relações sociais estiverem mais maduras quanto a isso.
Hoje, eu acho que apresentar kits e toda espécie de material que faça com que nossas crianças aprendam a aceitar a questão da homossexualidade é uma atitude arriscada. Mas o risco não é o mesmo do pensamento dos evangélicos mais radicais, mas sim de tornar uma atmosfera preconceituosa que já existe inconscientemente, numa coisa ainda mais consciente, para não dizer mais visível.

(Por Franco Aldo – 26/05/2011 – às 10:06hs)

domingo, 22 de maio de 2011

Palocci, Oposição e o Enriquecimento Ilícito na Política Brasileira

Crise com Palocci expõe ausência de regras anticorrupção.
Congresso pouco fez para criar legislação relacionada ao conflito de interesses públicos e privados.


A polêmica em torno do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que após deixar o governo Luiz Inácio Lula da Silva e já eleito deputado em 2006 utilizou a empresa Projeto para prestar serviços de consultoria a clientes, chama a atenção para o vácuo legal em torno das situações de conflitos entre os interesses públicos e privados.
Segundo o ministro Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU), o Congresso não dá "nenhum sinal de disposição" de votar três projetos relacionados ao tema: tornar crime o enriquecimento ilícito de agentes públicos, definir situações em que há conflito de interesses públicos e privados e ampliar a punição a servidores envolvidos em irregularidades.
As três propostas, apresentados em 2005, 2006 e 2009, respectivamente, estão entre as centenas de projetos à espera de votação na Câmara. Se isso ocorrer um dia, e se forem aprovados, esses textos ainda entrarão na fila de propostas a serem analisadas pelo Senado.
Os exemplos de agilidade dos parlamentares para analisar projetos anticorrupção talvez se esgotem com a aprovação, no ano passado, da Lei da Ficha Limpa, após nove meses de tramitação. Em 1999, o Congresso foi ainda mais rápido - menos de dois meses - ao dar aval a um projeto que punia a compra de votos em eleições. E foi só.

(Por Daniel Bramatti e José Roberto de Toledo – Estadão.Com – 21 de maio de 2011 | 15h 54)

O desinteresse do Legislativo Brasileiro em aprovar leis de anticorrupção aplicáveis aos agentes públicos – sejam eles do executivo, do legislativo e do judiciário –, pode ser muito bem entendido como uma máxima instantânea do pensamento individualista brasileiro, do tipo: “dar um tiro no próprio pé”, “dificultar as coisas na própria casa”, ou então, “quem não tem telhado de vidro, que jogue a primeira pedra”.
Infelizmente, tudo na vida são interesses e por aqui é pior ainda, pois quase tudo que está em jogo é jogado na lama: valores, ética, ideais, nobreza..., e por aí vai.
Para se compreender do porquê de tanta impunidade na seara política brasileira, basta apenas que busquemos os instrumentos legais que regulam as punições de nossos agentes públicos. Constataremos que são frágeis, brandos, escassos, para não dizer, também, que não são muito claros.
Além disso, em muitos casos, são eles mesmos, os agentes públicos, que julgam o comportamento, as ações e as omissões – muitos de arrepiar os cabelos – dos outros agentes públicos; numa confluência de ‘amizade’ e interesses que mais cheiram à promiscuidade.
O caso de Palocci pode ter seu oportunismo político. A oposição pode não ter tanto valor moral de cobrar honestidade de quem, visivelmente, não tem, mas quando casos escandalosos como esse vem à tona, algo deve ser muito bem esclarecido.
Palocci, quando era Ministro da Fazenda de Lula, saiu pela porta dos fundos. Agora, retornou no Governo Dilma e assumiu o cargo que mais manchou os oito anos de Governo Lula; a Casa Civil. Era de se esperar que a oposição atacasse Palocci ao menor indício de irregularidade, mas só não esperava que fosse tão cedo.
Se a oposição tivesse, talvez, algum interesse na questão do enriquecimento ilícito, ou até mesmo, nos assuntos relacionados à corrupção na política brasileira, articularia, ou, provocaria a apreciação das três propostas apresentadas no Congresso Nacional em 2005, 2006 e 2009. Mas, nota-se que a preocupação com os indícios de enriquecimento ilícito de Palocci é apenas para desestabilizar o Governo, numa tentativa de “jogar verde para colher maduro”.
A política brasileira, infelizmente, é dessa forma: “Quem não tem telhado de vidro, que jogue a primeira pedra”.

(Por Franco Aldo – 22/05/2011 – às 10:42hs).

sábado, 21 de maio de 2011

Botafogo Anuncia Novo Patrocinador, Agora Só Falta Jogador

BOTAFOGO ANUNCIA O NOVO PATROCINADOR MASTER DO CLUBE –JOÃO FORTES ENGENHARIA

O Botafogo de Futebol e Regatas anunciou no início da tarde desta sexta-feira a empresa João Fortes Engenharia como a nova patrocinadora master (peito e costas) do clube. O presidente Mauricio Assumpção e o presidente da companhia, Francisco de Almeida e Silva, concederam entrevista coletiva na Sala de Imprensa Armando Nogueira / Tempo Real e explicaram os detalhes do patrocínio, que vai até 31 de dezembro de 2011. Confira os principais trechos da entrevista.

Francisco de Almeida e Silva (presidente da João Fortes Engenharia):

É com muita alegria e honra que a João Fortes anuncia que, durante o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana, será o patrocinador master do Botafogo. Estivemos em negociação por mais de dois meses. Nessa parceria, vislumbramos uma oportunidade única de manter e divulgar a marca da nossa empresa. A João Fortes completou no ano passado 60 anos e vimos com a parceria a possibilidade de dar caráter jovial e atual à empresa. O nosso lema é "valoriza a sua vida" e nada é mais característico para isso do que o esporte.
É um patrocínio dado a um clube de ponta. A João Fortes está alinhada a um clube centenário como o Botafogo. São duas instituições tradicionais, fortes. Temos a certeza de que essa parceria será de sucesso. Nós dois, a João Fortes e o Botafogo, juntos seremos fortes.

Mauricio Assumpção (presidente do Botafogo):

O Botafogo hoje está extremamente feliz de estar anunciando essa parceria. Qual o motivo principal? A João Fortes está entrando no mercado através do Botafogo, isso para nós representa muito e é motivo de orgulho. Sabemos do cuidado que uma empresa do tamanho, historia e tempo de vida da João Fortes teve para entrar como patrocinadora de um time de futebol. O Sérgio Landau iniciou a conversa, depois o Marcelo Guimarães entrou e tudo foi conduzido de uma forma perfeita. Foram mais de dois meses de negociações. Quando você traz um parceiro que nunca investiu no esporte, é sinal de que você tem algum valor.
O Botafogo está sendo um abridor de portas para a João Fortes, que fica cada vez mais forte, cada vez mais rejuvenescida. Nesses dois meses aprendemos muito com esse processo. Estar aqui anunciando a parceria é motivo de grande orgulho. O Fortes está no peito, está na camisa, está no coração.

(Por Assessoria de Imprensa do Botafogo Futebol e Regatas)

Bem, depois dessa boa notícia que espero ser proveitosa ao clube, a amargura ainda não terminou; cadê os jogadores de ponta?
A impressão que eu tenho é que ninguém, que tenha mercado, quer jogar no Botafogo. Por quê? Incompetência dos dirigentes? Ou mesmo má sorte?
Seja lá o que for, amanhã o Botafogo estreará no Campeonato Brasileiro de 2011 contra o Palmeiras, já com sombrios pensamentos em um possível rebaixamento; divisão que, pelo menos, agrupa aqueles que não puderam e que não tiveram ambição de montar bons elencos durante a permanência na divisão principal do futebol brasileiro.
Espero que os dirigentes do Botafogo não cometam os mesmos erros que levaram o Glorioso a disputar a série B em 2003, pois assim como eu, muita gente acha que o Botafogo é grande e sua permanência na série A do brasileirão faz bem para o futebol e para a história do futebol.

(Por Franco Aldo – 21/05/2011 – às 11:07hs)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

As Tristes Histórias do Mundo do Futebol

Müller: "Perdi tudo com besteira".
Em entrevista ao "Marca", ex-jogador conta que gastou tudo que ganhou em 20 anos de carreira com mulheres, carros e falsos amigos.


Müller ganhou tudo com o futebol. E perdeu tudo depois. Em entrevista ao jornal Marca, o ex-jogador contou como, depois de 20 anos de uma grandiosa carreira, jogou fora milhões de reais com besteira, como ele mesmo diz.
“Sempre tive o futebol como meio de sobrevivência e é assim até hoje. Errei muito na vida. Fiz muita bobagem”, afirmou Müller, bicampeão do mundo com o São Paulo em 1992 e 1993 e campeão com a seleção brasileira em 1994. “Não sei se é bom dizer isso, mas é a verdade. Gastei tudo com mulheres, carros, etc. Com vaidades, amigos de ocasião. Muita gente se aproveitou de mim”.
Hoje, Müller diz que não tem nada. Nem bens materiais ou plano de saúde. Até a igreja que administrava teve que vender. Ele mora de favor na casa do ex-lateral Pavão, seu companheiro dos tempos de São Paulo e um dos únicos amigos verdadeiros que fez no futebol. “Somos amigos, eu morava de aluguel e estava sempre na casa dele. Então, o Pavão me chamou pra morar lá. Faz uns seis meses que estou na casa. É boa. São quatro quartos e fica no Morumbi”, falou.
Apesar de tudo, o ex-atacante de 45 anos assegura que não sente falta do mundo da bola ou da vida de rico. “Só tenho boas lembranças e isso é suficiente. Curti o que tinha que curtir. Agora, acabou”, disse. “Posso dizer que eu não sou exemplo para ninguém. O futebol me proporcionou tantas coisas boas que não posso me queixar de nada. Tenho um nome e fiz uma história”.

(Por iG São Paulo | 18/05/2011 11:06)

Müller conquistou fama e dinheiro no mundo do futebol. Começou sua carreira vitoriosa no São Paulo, na década de 80. Junto com Silas, Bernardo, Careca, Pita e Sidney, conquistou todos os torneios importantes de futebol que disputou; campeonato paulista, brasileirão, libertadores, título de campeão interclubes e a copa do mundo de 1994.
Hoje, o craque está falido; sem dinheiro, sem bens e sem mulheres. Da fortuna que conquistou, gastou tudo com mulheres, farra e caprichos exagerados. Como explicar tamanha falta de controle? Talvez a falta de uma boa educação. Ou, talvez, possa ter sido vítima de falsos amigos e interesseiros. Mas, sejam lá quais foram os motivos de tamanho descuido com suas finanças, hoje, Müller vive apenas do passado de suas glórias conquistadas, do favor do amigo Pavão, da expectativa de conseguir um trocado numa pelada qualquer, ou, até mesmo, num convite de alguma emissora de TV para trabalhar de comentarista.
Porém, Müller não é o único que perdeu tudo no mundo do futebol, exemplos como, Josimar, Marinho e Macedo, estão aí para comprovar que aquilo que vem fácil, pode sair mais fácil ainda.
O exemplo da falência de Müller não é o primeiro e nem será o último a acontecer no mundo do futebol.
Para suportar tamanha fama, dinheiro e mulheres, que vêm num estalar de dedos, o jogador tem que ter um mínimo de preparo na vida, seja ele na educação ou, até mesmo, espiritual.
Despreparado e com um mundo a seus pés, fica muito difícil para um jogador ingênuo controlar os rios e rios de dinheiro que são despejados em suas mãos.

(Por Franco Aldo – 20/05/2011 – às 11:08hs)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

As Inscrições do ENEM começam no dia 23 de maio

Presidente do Inep diz que foi criado grupo de 'operações logísticas', para evitar erros em exame.

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começam no dia 23 de maio, segunda-feira, às 10h, e vão até o dia 10 de junho, às 23h59. A taxa é de R$ 35. Os estudantes podem se candidatar exclusivamente pela internet, no site do Enem. As provas serão aplicadas nos dias 22 e 23 de outubro.
Amanhã será divulgado o edital com as regras do Enem no Diário Oficial da União. Nesta quarta-feira, a presidente do Inep, Malvina Tuttman, adiantou alguns itens. Será proibido, como no ano passado, usar lápis, borracha e relógio durante a prova. "Acreditamos que vamos chegar a 6 milhões de inscritos", disse Tuttman.

(Por Carlos Lordelo - Estadão.edu - 18 de maio de 2011 | 15h 51)

O último concurso do ENEM, realizado no ano passado, foi um desastre. Para se evitar que os mesmos erros aconteçam, todo ‘um estudo’ quanto à logística está sendo organizado. A preocupação faz sentido, pois a educação pública brasileira nos últimos meses tem se destacado negativamente perante a opinião pública.
Os holofotes estão sobre o Ministro Fernando Haddad e seu time de incompetentes, pois com as denúncias de desvio de verbas de merenda escolar, má conservação e desperdício de alimentos e, agora, com livro que “ensina crianças a se tornarem burras e ignorantes”, deixaram o ambiente da educação nacional em estado de alerta.
É claro que Haddad não é o único responsável pelas aberrações que denigrem a qualidade do ensino público brasileiro. Se a questão da merenda escolar não tem uma ligação direta com o Senhor Ministro, pelo menos tem indiretamente. Quanto ao último ENEM e quanto ao triste livro do MEC, o Ministro da Educação é responsável diretamente pela pocilga que se tornou nossa educação, pois, além da péssima qualidade, toda essa caca tem um custo, e um alto custo; dinheiro que sai do meu e do seu bolso.
Vamos aguardar o desenrolar do concurso.

(Por Franco Aldo – 19/05/2011 – 08:01hs)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Justiça Brasileira tem Dúvidas quanto à Punição dos Pilotos do Jato Legacy

Juiz quer ajuda dos EUA para punir pilotos do Legacy

A aplicação das penas determinadas pela Justiça brasileira aos pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paladino, condenados por atentado contra a segurança de voo no caso do acidente com o Boeing da Gol, dependerá do "espírito de cooperação" das autoridades dos EUA.
A opinião é do juiz federal Murilo Mendes, 49, que sentenciou os pilotos a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto --pena convertida em prestação de serviços comunitários e suspensão temporária do exercício profissional.
"Temos tratados assinados com os Estados Unidos que permitem o cumprimento das penas, mas não há como impor. É uma questão de soberania", disse o juiz, que atua na Vara Federal de Sinop (500 km de Cuiabá).
Mendes afirmou compreender a insatisfação dos parentes das vítimas do acidente --que ocorreu em setembro de 2006 e matou 154 pessoas. As famílias consideraram branda a punição.
"Eles só vão tomar um cafezinho na embaixada brasileira e o juiz acha que isso é suficiente", afirmou Rosane Gutjahr, que perdeu o marido na tragédia.
Para o magistrado, a reação é "natural e compreensível". "Eu respeito muito a dor dos familiares. Como juiz, porém, tenho que atuar de acordo com o que preveem as regras do ordenamento jurídico brasileiro."
Na modalidade culposa (em que não há intenção), os crimes têm penas previstas de um a três anos, de acordo com Murilo Mendes.
"Cheguei a quatro anos e quatro meses. Não vejo como ser mais rigoroso", afirmou.

(Por Folha. Com - RODRIGO VARGAS - 18/05/2011 - 11h30)

Como postei aqui ontem, a punição da justiça brasileira aos pilotos do jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino, foi uma decisão para “americano ver”. Uma pena “café-com-leite”, mas devemos levar em conta que os réus foram julgados fora do seu próprio território.
Acho muito pouco provável que a justiça americana vá acatar a aplicação das penas impostas, mesmo existindo tratados assinados a respeito de cooperação jurídica.
Os motivos da possível omissão norte-americana podem ser desde visões discriminatórias quanto à justiça e ao povo brasileiro, ou até mesmo, a soberba de brios de uma superpotência que empaca ações e temporiza omissões.
De qualquer forma, achei que o Judiciário Brasileiro fez a sua parte e a brandura da pena aplicada pode ser entendida com o seguinte pensamento: “vamos aplicar está aqui, mais leve, para ver se, pelo menos, eles apliquem por lá”.

(Por Franco Aldo – 18/05/2011 – às 12:11hs)

Visita Cultural Imperdível no Rio de Janeiro

Hoje eu gostaria de começar sem as minhas duras críticas do dia-a-dia, pois assim posso esconder um pouco a minha fama de ranzinza.
Mês passado, visitei alguns pontos turísticos culturais do Rio de Janeiro, como o Teatro Municipal, o Museu da República (antigo Palácio do Catete) e o Museu Nacional de Belas Artes; um passeio fantástico de volta ao passado.
Foi como se eu procurasse obter a mínima confissão de um passado ainda revelador e surpreendente em cada pintura observada, em cada detalhe na arquitetura secular... Demais!
É um tipo de passeio que deveria ser obrigatório para todos os brasileiros interessados na história e no rumo do país.
Confira algumas fotos:




TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO: Assisti a um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Goiânia. Não pude perder a oportunidade, pois, além de ouvir boa música a um preço irrisório (1 Real), era a oportunidade de dar uma boa espiada nos detalhes arquitetônicos do famoso teatro. Um deslumbre...!






MUSEU NACIONAL DE BELAS ARTES: Aqui o que impressiona são as inestimáveis obras-de-arte, principalmente, as pinturas.
“A Batalha dos Guararapes”, de 1879, pintado por Victor Meirelles, é uma dessas famosas e inestimáveis obras. Impressiona pela riqueza de detalhes e, principalmente, pelo tamanho; mede exatamente 494,5 x 923 cm. Enorme!
Vale a pena conferir.
Além da obra de Victor Meirelles, o Botequim registrou, também, a obra de outro grande nome da pintura nacional; Cândido Portinari.
A tela acima, “Café”, de 1925, óleo sobre tela, mede 130 x 195 cm e mostra a realidade dos trabalhadores brasileiros durante o rendoso ciclo do café.






MUSEU DA REPÚBLICA – ANTIGO PALÁCIO DO CATETE: Quem entra pela primeira vez no Palácio do Catete se impressiona pelo luxo e pela fabulosa arquitetura. O antigo centro das decisões políticas do país foi construído em 1866. A edificação foi erguida como residência da família do cafeicultor luso-brasileiro Antonio Clemente Pinto, barão de Nova Friburgo, na então capital do Império do Brasil: era então denominado como Palacete do Largo do Valdetaro, bem como Palácio de Nova Friburgo.
As peças que mais chamam a atenção dos visitantes são o projétil e o revólver com os quais Getúlio Vargas se matou. Estão localizados nos aposentos do antigo Presidente da República e é um dos locais mais vigiados do museu. E não é pra menos, pois os objetos, bem como o pijama que Getúlio usou no momento de sua morte, são de valores históricos inestimáveis. Muito colecionador, por aí, iria gostar de tais relíquias.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Repercussão do Livro que Desmoraliza o Ensino Público Brasileiro

UFRN aprovou obra que defende fala popular. Segundo MEC, aval ao livro que admite uso de linguagem oral com erros para estabelecer comunicação partiu de comissão de docentes potiguares.

BRASÍLIA. Uma comissão formada por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou o livro Por uma Vida Melhor, da Coleção Viver e Aprender.
O livro, que chegou a 484.1.195 alunos de todo o País, defende que a forma de falar não precisa necessariamente seguir a norma culta. "Você pode estar se perguntando: "Mas eu posso falar os livro?". Claro que pode", diz um trecho.
Por uma Vida Melhor, de autoria de Heloísa Ramos, afirma que o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido na tentativa de estabelecer comunicação. O livro lembra que, caso deixem de usar a norma culta, os alunos podem sofrer "preconceito linguístico". "Fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas."
O livro foi escolhido por um total de 4.236 escolas, que definiram a obra "mais apropriada a cada contexto", considerando as "propostas pedagógicas e curriculares desenvolvidas", informou o Ministério da Educação (MEC). O MEC não comenta o mérito do livro - ressalta que coube a docentes da UFRN aprovar a obra e a cada escola a decisão de adotá-la ou não nas salas.
Padrões. Em nota divulgada pelo MEC, a autora defendeu que a ideia de "correto e incorreto no uso da língua deve ser substituída pela ideia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa".
Cercado pela polêmica que o livro levantou, o MEC observa que a seleção do conteúdo didático não coube ao ministério. Os livros do Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA) são encaminhados para uma comissão, responsável pela avaliação e seleção das coleções didáticas.
No caso de Por uma Vida Melhor, o debate ficou entre um grupo de docentes da UFRN. Depois de aprovadas, as obras são colocadas à disposição no Guia do Livro Didático, que funciona como uma ferramenta de orientação na definição dos títulos. O ministério arca com as despesas dos livros.
Programa. Ao tratar dos componentes curriculares, o edital do programa do Ministério da Educação previa que os alunos do segundo segmento - do 6.º ao 9.º ano do ensino fundamental, que receberam a obra - "demandam novos tipos de reflexão sobre o funcionamento e as propriedades da linguagem em uso" e "a sistematização dos conhecimentos linguísticos correlatos mais relevantes".
O edital também diz que "cabe ao ensino de língua materna, nesse nível de ensino-aprendizagem, aprofundar o processo de inserção qualificada do aluno na cultura da escrita".
O MEC afirmou que até ontem não havia pedidos de devolução dos exemplares. A Editora Global informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que é responsável pela comercialização e pela produção do livro, mas não pelo seu conteúdo. Procurada, a assessoria da UFRN disse que não se pronunciaria.

(Por Rafael Moraes Moura - O Estado de S.Paulo, 17 de maio de 2011 | 0h 00)

Já havia postado aqui no Botequim, há alguns dias, esse escândalo envolvendo o MEC e o seu malfadado livro-didático. É mais um indício de como o ensino público brasileiro está sendo muito mal conduzido. Se não bastasse a pífia organização da prova do ENEM, passando pelo escândalo da merenda escolar, agora vem à tona esse descarado e vergonhoso livro, pois, segundo a autora, "correto e incorreto no uso da língua deve ser substituído pela idéia de uso da língua adequado e inadequado, dependendo da situação comunicativa". Pura idiotice. Ninguém vai para a escola aprender o que já sabe, e, sim, aprender o que se tem que ser aprendido para vencer na vida e fazer deste país um lugar melhor para se viver; civilizado e menos idiota.
E agora Senhor Fernando Haddad? Quais serão as belas palavras que vão ‘justificar’ tamanha caca? Pelo jeito o competente ministro terá a justificativa na ponta da língua.
Um livro que distorce a realidade do verdadeiro ensino e da educação, aliado à preguiça e a dificuldade do dia-a-dia daqueles que fazem o papel da massa é um prato cheio ao continuísmo de uma sociedade que rasteja em sua própria ignorância.
Que a educadora e autora do livro em questão se esclareça melhor. Que o MEC se pronuncie e assuma a responsabilidade por mais um descaso com o nosso ensino público. E que o Senhor Ministro tenha a hombridade de reconhecer os tristes problemas que solapam a estrutura de ensino no Brasil.
Mas o que esperar de um governo, comandado por um partido, que tem como lenda um líder que se vangloria de não ter estudado?
Ainda há tempo de mudarmos isso.

(Por Franco Aldo – 17/05/2011 – às 11:26hs)

O Desenrolar dos Acidentes Aéreos da Air France e da Gol

Caixas-pretas do avião da Air France apontam erro dos pilotos

A informação foi revelada pelo jornal frânces 'Le Figaro', porém os especialistas do Escritório de Investigação e Análise não confirmaram o dado.

A análise das caixas-pretas do voo 447 da Air France, que cobria a rota Rio de Janeiro-Paris e caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico, aponta para um erro dos pilotos como motivo do acidente que causou a morte dos 228 ocupantes do avião, revela nesta terça-feira o site do diário "Le Figaro".
A informação, não confirmada pelos investigadores, foi publicada um dia depois de ter sido confirmado que os dados recolhidos nas caixas-pretas estavam em bom estado apesar das condições nas quais estiveram no fundo do mar, a quase quatro mil metros de profundidade.
Segundo o "Le Figaro", os dados analisados no fim de semana retiram a culpa da Airbus, fabricante do A330 que caiu e um dos processados por homicídio culposo na investigação judicial aberta na França.
Os especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês), encarregada das investigações, trabalham agora para determinar se o erro dos pilotos é puramente humano ou se envolve também o sistema de segurança da Air France, proprietária do avião, a outra acusada, acrescenta o diário.
Para isso, o órgão dispõe das informações recolhidas nas duas caixas-pretas, que chegaram a Paris na última quinta-feira após serem localizadas e resgatadas do fundo do mar.
Graças a essas informações, os investigadores esperam reconstituir o que ocorreu em 1º de junho de 2009, quando o avião caiu no Oceano Atlântico após decolar do Rio de Janeiro com direção a Paris.
Segundo o "Le Figaro", o BEA deve divulgar elementos sobre a investigação nas próximas horas, embora o próximo relatório provisório só esteja previsto para junho ou julho.
O último relatório, publicado em dezembro de 2009, muito antes da descoberta das caixas-pretas, apontava como causa do acidente uma falha nas sondas de medição de velocidade, que teriam congelado.
Na época, o BEA advertiu que as conclusões não eram definitivas e pediu prudência.

(Fonte: EFE | 17/05/2011 05:36)

Já considero fantástico, depois de dois anos no fundo do Oceano Atlântico, a mais de quatro mil metros de profundidade, o estado de conservação da caixa-preta do Airbus do vôo 447 da Air France. Além disso, o empenho das autoridades francesas, num resgate que parecia impossível, já pode ser considerado digno de muito respeito.
Agora, o que interessa é a elucidação dos mistérios desse trágico acidente. Segundo os primeiros rumores, já há indícios de erro dos pilotos, mas só espero que não haja ocultação de responsabilidades para outros possíveis culpados.
Em se tratando de aviação, não há lugar para opacidade, mas sim para claridade e transparência para que outros possíveis acidentes sejam evitados.

E por falar em acidente aéreo:

Justiça condena pilotos do jato Legacy a mais de 4 anos de prisão

Pena foi revertida em serviços comunitários. Em 2006, jato que eles pilotavam se chocou com o avião da Gol e 154 pessoas morreram.

Os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que pilotavam o jato Legacy que se chocou contra um avião da Gol e provocou a queda que matou 154 pessoas, em 2006, foram condenados nesta segunda-feira a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto (quando o réu passa o dia fora e apenas dorme na unidade prisional).
Contudo, o juiz resolveu transformar a pena em prestação de serviços comunitários nos Estados Unidos, numa repartição brasileira a ser ainda definida. A decisão, que cabe recurso, foi tomada pelo juiz federal Murilo Mendes, da Justiça Federal em Sinop (MT).
Caso os recursos se esgotem, a pena será executada. Segundo o Acordo de Cooperação Jurídica, as decisões do poder judiciário brasileiro devem ser seguidas e respeitadas pelo poder judiciário americano.
Na sentença, Mendes afirma que o benefício da substituição da pena é justificado, pois “os réus não são reincidentes, não há notícia que tenham falhado gravemente nas viagens que fazem há muito tempo como profissionais de condução de aeronaves, nada lhes desabona a conduta social”.

Licença para pilotar

O magistrado também determinou que Paladino e Lepore percam o direito de exercer a profissão. A apreensão da licença para pilotar deve ocorrer somente após todos os recursos serem julgados. Até lá, Paladino - que trabalha na companhia American Airlines - e Lepore - que pilota para a empresa de táxi aéreo ExcelAire, proprietária do Legacy – poderão continuar a trabalhar como pilotos. Os dois prestaram depoimento ao juiz brasileiro pelo sistema de videoconferência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça.
O juiz pontuou na decisão que ficou comprovado, por meio de perícias, que os pilotos deixaram o equipamento anticolisão desligado por uma hora e que só o religaram depois que o Legacy já havia colidido com o avião da Gol. Em seus depoimentos, Paladino e Lepore negaram, e atribuíram o problema na falha de comunicação aos controladores de voo – que também são processados, mas em outros ações.

A reação das famílias

O acidente ocorreu no dia 29 de setembro de 2006, no espaço aéreo de Mato Grosso. O avião da Gol, o voo 1907, fazia a rota entre Manaus e Brasília. O jato vinha na direção oposta. Os destroços do avião da Gol foram encontrados um dia após a tragédia, numa área de floresta amazônica na Serra do Cachimbo, localizada no norte do Estado.
A decisão do juiz revoltou a Associação de Familiares das Vítimas do Voo 1907. A presidenta da Associação, Angelita de Marchi, disse que todos estão decepcionados e inconformados e que irão se reunir com os seus advogados para saber quais as providências podem ser tomadas. O objetivo é conseguir uma pena mais dura aos pilotos.

Arnaldo Antunes

Na sentença, o magistrado se diz comovido com a dor das famílias das vítimas, e cita um trecho da canção “De mais ninguém”, de Arnaldo Antunes, para demonstrar seus sentimentos:
“Não me sinto confortável para fazer considerações maiores sobre a dor dos familiares – quanto a esse tema só me cabe dizer que tenho extremo respeito pelo sentimento de todos, que compreendo o que isso possa significar, e que foi com muito pesar que acompanhei o acidente. ‘A dor é minha só, não é de mais ninguém’ (Arnaldo Antunes).”
A reportagem entrou em contato com os advogados que representam os pilotos no Brasil, mas as ligações não foram atendidas.

(Helson França, iG Mato Grosso | 16/05/2011 21:44 - Atualizada em 17/05/2011 00:59)

Uma condenação para “americano ver”, ou melhor, para findar de vez essa novela que se arrasta desde 2006.
Já foi comprovado que esses dois pilotos tiveram uma considerada parcela de culpa na queda da aeronave da Gol. Mas as dificuldades em se punir um estrangeiro, dentro de seu próprio país, são muito grandes.
Sinceramente, para mim, foi uma surpresa esse acordo jurídico entre os governos brasileiro e americano.
É claro que a condenação de Lepore e Paladino foi uma punição, digamos; ‘café-com-leite’. Os quatro anos e quatro meses de prisão serão convertidos em trabalhos de prestação de serviços comunitários; muito pouco, comparado à postura relapsa que culminou na morte de 154 pessoas.
O fato é que o acidente do vôo 1907 foi recheado de vários erros humanos, desde o controle de tráfego aéreo, até a negligência de Lepore e Paladino em não ligarem o sistema anti-colisão da aeronave Legacy. No mínimo os dois pilotos deveriam perder suas licenças de vôo. Mas condená-los dentro de seu próprio país já foi um grande avanço.
O caso está longe de ser esquecido, principalmente pelos familiares das vítimas.

(Por Franco Aldo – 17/05/2011 – às 08:23hs)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Soldado no Quartel

Bem que afirmava aos mais novos, com seu rosto redondo e bem barbeado, o cabo Orlando:
– vida de quartel em tempo de paz não é pra qualquer um, tem que ter sangue de milico.
O cabo, com mais de quinze anos de prestativos serviços à nação, aguardava ansioso a promoção a Sargento, sonho desde a sua época de recruta novinho; bisonho na gíria militar. Possuía uma enorme barriga, talvez, fruto do desleixo e da despreocupação custeado pelos anos e anos de sacrificantes serviços de guarda ao quartel e outras missões desagradáveis. Mas mesmo assim, sua reputação na caserna estava em alta. Possuía muitos amigos, alguns de certa importância no aquartelamento, como o Major Golias; homenzinho baixo, fraco e chato, chefe de uma seção de desocupados e falastrões. O Sargento Bruno, outra personalidade pitoresca; gaúcho dos pampas, militar possuidor de toda uma seriedade estonteante e desanimadora, auxiliar da 2ª seção, como muitos diziam, um x-9, também era um de seus mais importantes amigos.
Conhecedor de toda malandragem nos serviços rotineiros do aquartelamento, Orlando tinha total convicção em dizer que muitas dessas amizades provinham de interesses dos mais variados, cuja importância, às vezes, fora condicionada pelos altos graus de intimidade forçada e subserviente; características comuns e marcantes de muitos militares com limitadas ambições na vida.
A malícia e o jogo-de-cintura faziam parte do cotidiano do cabo Orlando. Certo dia, fui surpreendido pelo senso de observação e astúcia do cabo. Estava esperando, sem nada fazer, dar o horário do almoço. Eu com meu copão e talher articulado na mão reclamava com o Jesus dos maus tratos nas horas das refeições:

– Não entendo porque soldado tem que levar talher e copo pro rancho. Será que ninguém percebe que nós também gostamos de ser bem tratados? E o cafezinho depois?

Jesus, assim como eu, era soldado raso. Era um negro muito forte, mas de limitada inteligência. Não conseguia dar uma resposta satisfatória às minhas reclamações, apenas praguejava um monte de palavrões para este e aquele oficial. Baixou a cabeça, enquanto arrastava o pé direito no chão para limpar uma ponta de barro que denunciava o coturno sujo, e depois mudou de assunto, como se eu não tivesse dito nada.
Era melhor falar do Corinthians, da Seleção Brasileira, do feriadão que se aproximava. Jesus com seu deficiente português achava que tudo um dia iria mudar, então não precisava perder tempo com essas coisas.
Ali bem pertinho, fingindo estar a conversar com o soldado Carlos, o cabo Orlando escutava atentamente as minhas reclamações.
Depois da saída de Jesus, chamado pelo sargento Vivaldo, aproximou-se de mim e puxou conversa sobre respeito e responsabilidade. Traçou perfis psicológicos da vida dos oficiais de carreira, trabalho de muitos anos de observação e astúcia que, segundo ele, é fruto de uma sensibilidade moldada a muitas decepções e rancores.
Das palavras de Orlando, consegui também me transformar em um observador da rotina viciada da caserna. E logo no início pude perceber que o mau humor dos superiores é muito comum dentro de um quartel, pois geralmente são causados por coisas fúteis que geralmente afetam os interesses pessoais de pessoas despreparadas e arrogantes. Concorre para a contaminação de todos aqueles que ainda sonham com feitos heróicos. Baixa a estima do soldadinho que consegue, a duras penas, uma divisa a mais. Solapa de descréditos os sargentos ainda novos e já velhos em pensamentos vagabundos. Sem contar os cabos velhos e suas enormes barrigas; alguns deles fingem doenças, arrumam desculpas, outros, porém, como meu amigo Orlando, são impassíveis perante a luta, a luta contra o enfado, contra o desmerecimento, contra as injustiças. Estóicos no bom linguajar poético.
Há muitos anos, quem possuía a patente de oficial fazia parte da elite nacional. Agora, talvez, encontre brilho apenas no passado, na história. Hoje, raros são os Oficiais de respeito dentro do exército; aqueles que honram as suas fardas em todas as situações, a quem o sargento, cabo e o soldado seguem cegos, no campo de batalha, até o fim de suas vidas, pois a confiança e o respeito mútuo ressoam a cada ordem dada, a cada gesto. Profissionais que vivem com vida o dia-a-dia da caserna, mas que questionam o baixo soldo, que brigam contra as injustiças, que respeitam seus subordinados.
Hoje, poucos se salvam e muitos estão descontentes com os baixos salários e com o baixo status na sociedade. Isso mesmo, pois hoje, o que impressiona é apenas o soar do posto: um Coronel, um Major, um Capitão, um Tenente. Quanto respeito se observa ao soar dessas palavras? Respeito que geralmente vem de gente humilde, ignorante, gente que desconhece o verdadeiro valor de alguns indivíduos que se escondem por detrás das estrelas. Surge então o superior boçal cuja imagem e gestos são trabalhados para se destacarem dos simples mortais. São os “sangue azuis”; expressão muito bem compreendida na gíria militar. Gente que se acha diferente dos outros, simplesmente por sustentar estrelas nos ombros, por ter tudo do bom e do melhor nas mesas fartas das festividades provincianas, por serem os representantes das ações da força, enfim, o próprio exército.
Gente desse tipo existe aos montões. Geralmente são pessoas oriundas de família humilde, quase sempre filhos de praças surradas pelas cobranças do cruel regulamento. Pessoas que tiveram tudo do melhor durante a infância, às custas dos suores dos pais, quase sempre obstinados a transformar os filhos naquilo que não conseguiram ser ou pertencer; a elite das armas. São tipos que fingem trabalhar para a nação, mas que na verdade trabalham para si próprios, mesmo tendo que pisar no velho companheiro de turma, desrespeitar só um pouquinho a ética e os regulamentos. São sanguessugas poderosíssimos dentro das fortalezas, perdendo considerável poder comparados aos burgueses atuais. Mas cada um deles, ao concluírem o curso na Academia, já imaginava tal comodidade: a imagem da mesa, com a placa ao centro, em letras grandes, com o posto e o nome de guerra; as pequenas quinquilharias que lembram os quartéis passados; os quadros na parede de diplomas sem importância e fotos embusteiras; o ar severo da aparente experiência; as gavetas repletas de papéis inúteis, revistas pornográficas e telefones de mulheres da rua. Também, possivelmente, imaginavam as conversas sem proveito que fariam parte: as reuniões a cada novidade; as ordens absurdas e imbecis; a pilhéria no inexperiente soldadinho etc.
O descontentamento é bem característico na caserna e não é apenas sintoma das praças. Pobres praças, tudo de negativo, limitado e feio lhe são atribuídas. A desmotivação também faz parte do oficialato, pois muitos consideram seus talentos de artistas desperdiçados diante de um ambiente rotineiro e burocrático. É preciso então arrumar problemas internos para alegrar e valorizar um pouco da capacidade escondida atrás da mesa velha cheia de quinquilharias: modifique-se então a rotina de envio de expedientes; estabeleçam-se regras mais duras para as praças mais problemáticas; criam-se mais serviços para os subordinados; represente um papel de chefe durão e abastado. Também demonstre em todos os momentos que os melhores, os mais finos, os mais corretos, os mais dignos são aqueles, que mesmo sem saberem, ostentam estrelas. Assim, modifica-se por completo um ambiente na caserna, de enfadonho e sem sentido, para opressor e limitado.
E segundo Orlando, muitas praças adoram inconscientemente esse tratamento. Nas rodas de cabos e soldados velhos e até mesmo de sargentos, escutam-se falar, com certo saudosismo, das loucuras despóticas de certo capitão, de certo tenente. Que o capitão Fulano deixou a todos várias horas debaixo do sol quente a conversar bobagens. Que o tenente Sicrano punia até sargentos por poucos minutos de atraso.
Orlando me disse que tinha um Cabo Pedro que sempre repetia histórias de um tal Capitão Lacerda, sujeito rude e mal educado com praças. Era característico do autoritário Capitão Lacerda desmoralizar qualquer atuação de seus subordinados perante atividades protocolares. Não havia motivação alguma no comando desse saudoso e mal falado capitão.
Mas ainda bem que existem exceções, são os oficiais da mais pura e nobre formação. O Capitão Haroldo é um bom exemplo. Oficial dedicado, humano e gentil, o Capitão Haroldo com meias palavras convence qualquer um dos seus subordinados. Não possuía o triste hábito de punir por punir aqueles sob o seu comando, punia apenas quando não tinha outra saída.
O enfado faz parte da vida na caserna, como dizia o Orlando que me autorizou com muita gozação o tratamento íntimo. Fim de tarde em quartel sem expediente é a coisa mais triste de se ver. Ao cair do crepúsculo, vê-se pouca gente desfilando com os surrados e mal-cheirosos uniformes camuflados que de longe propagam a idéia de servir muito mais que uma vestimenta, mas sim, como molde único para cada posto e graduação.
Quem passa próximo à sentinela das armas não é o cabo Argemiro, mas sim um cabo; poderia ser o Orlando, o Anselmo, o Batista, poderia ser qualquer um, que interesse tem pra caserna? O uniforme não defende escolaridade, não defende pensamento, muito menos personalidade. O que se vê é apenas um corpo que sustenta uma farda de soldado, de cabo, de sargento; pra instituição não importa quem seja. Aliado aos poucos uniformes que passam em movimentações sonolentas e sem destino certo, as copas das árvores parecem sofrer de paralisia aguda, pois a falta da brisa e do canto dos pássaros contribuem ainda mais para uma atmosfera triste e muito, muito sonolenta de fim de tarde.
A rotina triste e cansativa do início da noite, à espera da hora da cama, toma dos soldados desatentos com ares sorumbáticos, a preguiça e o descomprometimento característicos de jovens que sonham com a hora de rever a nova namoradinha, em locais repletos de luz e alegria, ao contrário do aquartelamento em que estão: escuro, triste, frio, rancoroso, opressor.
Segundo Orlando, com seus quinze anos cravados de caserna, as motivações e entusiasmos não chegam ao sexto mês de aquartelamento. Muitos jovens, cujas personalidades ainda estão em fase de desenvolvimento se sentem inseguros quanto à vida e quanto a si mesmos. A motivação de ostentar um fuzil, possuir uma limitada autoridade, ter certo respeito fazem com que muitos jovens liberem energias nunca antes testadas; são as vibrações características dos gritos de guerra, das marchas a pé firme, do garbo nos movimentos de ordem unida armada, no rosto sério e frio. Como disse Orlando, não duram seis meses...
No contato com a rotina sem guerra, com o soldadinho malandreado e sem futuro, com os exemplos negativos de oficiais e sargentos desmotivados, surge então o soldado sorumbático, temperamental e relapso...
De repente, voltei a si com o toque da corneta que autorizava a saída de todos do quartel. Era fim de mais um expediente. Mesmo ainda muito pensativo, entrei em forma com minha documentação para a inspeção do sargento, que já berrava acionando os outros soldados. E assim fui pra casa e assim terminou mais um dia no triste quartel.

(Por Franco Aldo)

Palocci é Suspeito de Enriquecimento Ilícito

Oposição cobra que Palocci explique o aumento de seu patrimônio

A oposição pediu esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre sua evolução patrimonial desde 2006.
Reportagem publicada hoje pela Folha mostra que o patrimônio do titular da pasta cresceu 20 vezes nos quatro anos em que ele esteve na Câmara dos Deputados --período imediatamente posterior à passagem dele pelo Ministério da Fazenda, no governo Lula.
Palocci diz que declarou bens à Comissão de Ética Pública
Eliane Cantanhêde: o apartamento de R$ 7 milhões
Em 2010, Palocci comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões; um ano antes, um escritório de R$ 882 mil. Ambos os imóveis ficam na região da avenida Paulista, área nobre de São Paulo, e foram adquiridos por meio de uma empresa da qual o ministro é sócio principal (ele tem 99,9% do capital).
Em 2006, quando se elegeu deputado federal, Palocci havia declarado à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 375 mil, em valores corrigidos pela inflação.
Como deputado, entre 2007 e 2010, Palocci recebeu em salários R$ 974 mil, brutos.
O PPS prometeu acionar o Conselho de Ética da Câmara para apurar a conduta do ex-parlamentar. O PSDB pediu que o chefe da Casa Civil preste esclarecimentos à sociedade. Já o Democratas instou a Receita Federal a se pronunciar sobre o caso.
"É melhor o ministro esclarecer qual a renda da sua empresa, quais os serviços prestados e qual o lucro que obteve com ela. Como homem público, não tem razão para não dar explicações", disse o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).
Já o senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que "a Receita deve se pronunciar a respeito". "Palocci precisa explicar a origem desse dinheiro", afirmou Rubens Bueno, líder da bancada do PPS na Câmara.

NOTA OFICIAL

Na tarde deste domingo, a Casa Civil soltou uma nota. Diz que a evolução de Palocci, pessoa física, consta de sua declaração de renda e que as atividades da empresa foram reportadas à Comissão de Ética da Presidência da República quando da posse do ministro.
A assessoria de imprensa afirma que a empresa de Palocci, a Projeto, prestou serviços para a iniciativa privada e que os dois imóveis foram comprados com recursos próprios.
A Casa Civil não informou para quem a Projeto trabalhou, quem entrava em contato com clientes, qual foi o faturamento do negócio, como era a rotina de Palocci na empresa e se o ministro relatou à Presidência a compra do apartamento e da sala comercial.

(Folha. Com - 15/05/2011 - 16h53)

No primeiro mandato de Lula como Presidente do Brasil, quem dava verdadeiramente as cartas era o, então, Chefe da Casa Civil, o todo poderoso José Dirceu. Na época, muitos escândalos do Governo Lula tinham como origem as ordens de Dirceu que teve a sua imagem totalmente jogada na lama. O escândalo que derrubou Dirceu foi o ‘mensalão’; uma articulação nefasta do Executivo na compra de votos por apoio político no Congresso Nacional.
Com as acusações de Roberto Jeferson e o surgimento de diversos indícios de participação de Dirceu nas sujas articulações do PT na compra de apoio político e ‘venda’ de cargos públicos, além de ter deixado a Casa Civil na marra, Dirceu foi cassado pela Câmara dos Deputados por falta de decoro parlamentar.
E mais ainda, no primeiro mandato de Lula, a cada esfriamento de um escândalo, surgia outro. Foi assim que o então Ministro da Fazenda, Antônio Palocci, surgiu como uma nova figura petista a ser investigada, tudo devido às suspeitas de seu envolvimento com a obscura morte do Ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Depois veio o escândalo da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro de Palocci, Francenildo Santos Costa que, na época, confirmou várias acusações de um comportamento obscuro por parte do Ministro da Fazenda; nada condizente com seu importante cargo. Ficou claro que a quebra do sigilo bancário de Francenildo foi por pura vingança. Foi a gota d’água.
Quando Dilma foi eleita Presidente do Brasil, pelo menos para mim, não seria surpresa alguma a volta de pessoas de caráter duvidoso no comando dos principais órgãos de manipulação da política brasileira. Tai o Senhor Antonio Palocci que não me deixa mentir. O outro, José Dirceu, só não está com uma importante função pública porque foi punido, ou melhor, condenado. Em outros termos, está impedido de trabalhar temporariamente em qualquer função pública, pois não tem caráter, muito menos escrúpulos de tocar naquilo que é público; um bandido.
E agora as suspeitas de enriquecimento ilícito de Palocci! Bandido existe em qualquer nível ou classe social, não precisar ser apenas em favelas ou ser detentor de um ensino fundamental incompleto, basta apenas que o identifiquemos para daí aplicarmos o tratamento que merece.

(Por Franco Aldo – 16/05/2011 – 08:29hs)

domingo, 15 de maio de 2011

Num GRENAL Eletrizante, Inter bate Grêmio e é Campeão Gaúcho de 2011

Há muito tempo não assistia a uma decisão tão empolgante e emocionante quanto a Internacional e Grêmio pelo Gauchão.
Antes mesmo de começar o jogo, fiquei em dúvida se assistia a Santos e Corinthians ou ao GRENAL, mas pela pequena diferença conquistada pelo Grêmio no Beira-Rio, e também, pela qualidade do Santos contra o Timão, preferi o Clássico Gaúcho. E não me arrependi.
O Grêmio, que no primeiro jogo venceu o Inter por 3 x 2, poderia perder por até 1 x 0 que seria campeão gaúcho de 2011.
Talvez devido a uma escalação confusa de Falcão, que escalou o Inter com três zagueiros, o Grêmio começou o jogo muito bem, sufocando o Inter e não deixando o adversário atacar, e abriu o placar aos 14’ com Lúcio, numa bobeira da zaga colorada.
Quando tudo parecia que o Grêmio consolidaria a conquista do Gauchão, Falcão colocou Zé Roberto, tirando um dos zagueiros que havia escalado. Daí por diante o jogo mudou e Leandro Damião, aos 30’, sem ângulo, empatou a partida.
A entrada de Zé Roberto deu uma movimentação melhor ao Inter e não levou muito tempo para o Colorado crescer e virar a partida no finzinho do primeiro tempo, aos 44’, com Andrezinho que estava contundido, num chute bem colocado de fora da área.
Na segunda etapa e precisando de um gol, o Inter voltou mais organizado e objetivo. E foi com Zé Roberto – o nome do jogo –, que sofreu penalty, aos 28’, que o Colorado virou a decisão. O penalty foi cobrado por D’alessandro que bateu no canto esquerdo de Victor, fazendo Inter 3 x 1. Até então, o Internacional se consagrava Campeão Gaúcho de 2011.
Mas quando tudo parecia festa pro Colorado, o goleiro Renan falhou num lance bisonho dentro da área. Num cruzamento na área do Inter, Renan pegou mal na bola e a deixou escapulir caindo nos pés de Borges que só empurrou pro fundo das redes. Com o gol de Borges, a decisão iria para os penaltys.
Até a decisão nos penaltys foi emocionante, pois os goleiros Renan, do Inter, e Victor, do Grêmio, fizeram a sua parte, defendendo algumas cobranças.
E foi nas cobranças alternadas que o Colorado levou a melhor. Adilson perdeu o penalty para o Grêmio, muito bem defendido por Renan que se redimiu da falha do segundo gol. E coube justamente a Zé Roberto, o melhor jogador do jogo, a dar o título ao Internacional de Campeão Gaúcho de 2011.
Parabéns Internacional!

(Por Franco Aldo, 15/05/2011, às 18:08hs)

sábado, 14 de maio de 2011

Entrevista com o Filólogo Evanildo Bechara

Na quinta-feira, dia 12 de maio, eu publiquei e comentei aqui no Botequim uma famigerada matéria publicada no IG (Poder Online. Jorge Félix e Tales Maria, 12/05/2011) a respeito do uso de um material didático promovido pelo MEC que incentivava o uso da língua popular.
O assunto é desastroso e inconveniente. Como disse, ‘ensinar’ as crianças a não se preocuparem com a norma culta da língua é uma falácia, pra não dizer um crime que julgo ‘subversivo’. Pior que tortura. Pois aquilo que está em jogo são estruturas de um intelecto ainda em formação, um intelecto inocente, sem defesa.
A esse respeito, o Filólogo e membro da Academia Brasileira de Letras, Doutor Evanildo Bechara esclarece a importância de se aprender a língua culta na escola e faz duras críticas a esse respeito. Quanto ao livro, o mestre não o rechaçou diretamente, mas enfatiza que uma boa aula não depende de um livro, mas sim de um bom professor.

Imortal da Academia Brasileira de Letras diz que língua familiar é aceita do ponto de vista linguístico, mas não deve ser ensinada

Para o gramático Evanildo Bechara, autor da Moderna Gramática Portuguesa, o aluno não vai para a escola “para viver na mesmice” e continuar falando a “língua familiar, a língua do contexto doméstico”.
“Sempre se vai para a escola para se ascender a posição melhor. A própria palavra educar, que é formada pelo prefixo latino edu, quer dizer conduzir. O papel da educação é justamente tirar a pessoa do ambiente estreito em que vive para alcançar uma situação melhor na sociedade”.
Em entrevista ao iG, Bechara, que ocupa a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras e é autoridade máxima no Brasil quando o assunto é novo acordo ortográfico, afirma que a proposta do livro didático de português que dedica um capítulo ao uso popular da língua Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), está perfeita do ponto de vista do técnico. Mas do ponto de vista do professor de português, segundo ele, é como se dissesse: “eu vou ensinar o que é correto, mas se você quiser continuar usando o menos correto, você pode continuar”.
Segundo Bechara, neste caso, está se tirando do aluno o que ele considera o elemento fundamental na educação: o interesse para aprender mais. Mas, para o acadêmico, o sucesso da sala de aula não depende do livro adotado. Depende da técnica e do preparo do professor. .

O livro didático de língua portuguesa Por uma vida melhor, da coleção Viver, Aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC), dedica um capítulo ao uso popular da língua. Qual é a opinião do senhor?

Evanildo Bechara: Em primeiro lugar, o aluno não vai para a escola para aprender “nós pega o peixe”. Isso ele já diz de casa, já é aquilo que nós chamamos de língua familiar, a língua do contexto doméstico. O grande problema é uma confusão que se faz, e que o livro também faz, entre a tarefa de um cientista, de um linguista e a tarefa de um professor de português. Um linguista estuda com o mesmo interesse e cuidado todas as manifestações linguísticas de todas as variantes de uma língua. A tarefa do linguista é examinar a língua sem se preocupar com o tipo de variedade, se é variedade regional, se variedade familiar, se é variedade culta. Ele estuda a língua como a língua se apresenta. Já o professor de português, não. O professor de português tem outra tarefa. Se o aluno vem para a escola, é porque ele pretende uma ascensão social. Se ele pretende essa ascensão social, ele precisa levar nessa ascensão um novo tipo de variante. Não é uma variante que seja melhor, nem pior. Mas é a variante que lhe vai ser exigida neste momento de ascensão social.

iG: Para o MEC, o papel da escola não é só ensinar a forma culta da língua, mas também o de combate ao preconceito contra os alunos que falam “errado”. Como o senhor avalia essa orientação?

Evanildo Bechara: Ninguém vai para a escola para viver na mesmice. Eu chamaria de mesmice idiomática. O aluno vai para a escola, mas acaba saindo dela com a mesma língua com a qual entrou. Portanto, perdeu seu tempo. Na verdade, sempre se vai para a escola para se ascender numa posição melhor. A própria palavra educar, que é formada pelo prefixo latino edu, quer dizer conduzir. Então, o papel da educação é justamente tirar a pessoa do ambiente estreito em que vive para alcançar uma situação melhor na sociedade. Essa ascensão social não vai exigir só um novo padrão de língua, vai exigir também um novo padrão de comportamento social. Essa mudança não é só na língua. Portanto, não é um problema de preconceito. E, para esses livros, parece que o preconceito é uma atitude de mão única. Mas o preconceito não é só da classe culta para a classe inculta, mas também da classe inculta para a classe culta.

iG: Segundo a autora do livro, Heloísa Ramos, a proposta da obra é que se aceite dentro da sala de aula todo tipo de linguagem, ao invés de reprimir aqueles que usam a linguagem popular...

Evanildo Bechara: Acho que do ponto de vista do técnico em língua, está perfeito. Mas do ponto de vista do professor de português, é como se você dissesse “eu vou ensinar o que é correto, mas se você quiser continuar usando o menos correto, você pode continuar”. Então, qual estímulo você dá a esse aluno para ele ascender socialmente? Você está tirando dele o elemento fundamental que funciona na educação: que é o interesse para aprender mais.

iG: Ao defender o uso do livro didático com linguagem popular, o senhor acredita que seria função do MEC preparar o professor para usar esse material?

Evanildo Bechara: Eu acho que não é função do MEC preparar o professor. A função do MEC é dar as condições necessárias para o bom desempenho do professor. E o bom desempenho do professor começa com um bom salário. A função do Ministério não é uma função pedagógica. A função pedagógica é das instituições universitárias, das faculdades de pedagogia, das faculdades de letras. O que o Ministério faz, com muita justiça, é distribuir livros. Mas ele não tem que tomar conta do preparo do professor. O professor tem que ser preparado pelas instituições adequadas. O ministério faz bem em comprar bons livros e distribuí-los para as escolas. Isso é uma coisa perfeitamente digna de elogio. Mas modelar o professor e, por exemplo, comprar livros que falem muito bem de um governante e muito mal de outro governante, num enfoque político dirigido, isso já não é tarefa do Ministério da Educação.

iG: O senhor vê algum problema na utilização desse livro em sala de aula?

Evanildo Bechara: Eu não vejo problema pelo seguinte: porque o sucesso da sala de aula não depende do livro adotado. Depende da técnica e do preparo do professor. Um bom professor pode trabalhar muito bem com um mau livro, assim como um professor sem preparo não consegue tirar tudo de bom do aluno com um bom livro. Porque ele está mal preparado e não sabe aproveitar o livro. O sucesso da sala de aula não depende do livro adotado. Mesmo porque o bom professor não é aquele que ensina. O bom professor é aquele que desperta no aluno o gosto pelo aprender. A sala de aula, o período de escola do aluno, é um período muito pequeno para o universo de informações que ele deve ter para ter sucesso na vida. Pelo menos teoricamente. No meu tempo de aluno, nós tínhamos apenas dois livros: durante quatro, cinco anos, tínhamos a mesma antologia e a mesma gramática. Mas, embora os professores não tivessem tirado o proveito das universidades, eles levavam para a escola uma cultura geral muito boa. E era essa cultura geral do professor de matemática, de física, de química, de português, era o grande atrativo para o aluno. Mas o professor que se limita ao programa estabelecido pelo livro didático, é um professor que é conduzido, é um professor que não tem conhecimento suficiente para sair dos trilhos oferecidos pelo livro didático.

(Por Thais Arbex, iG São Paulo | 13/05/2011 21:06)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Copa do Mundo e Olimpíadas – A Farra com o Dinheiro Público

Num país como o Brasil, onde tudo carece de planejamento e fiscalização, realizar eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, nas circunstâncias em que o país se encontra, parece mais uma grande oportunidade para aqueles que se aproveitam do dinheiro público em benefício próprio. E não precisa ser nenhum observador astuto para perceber que a demora em determinadas obras tem por único objetivo fragilizar a burocracia de controle nas licitações para as contratações de grandes empresas de construções.
Assim como o Pan no Rio, várias obras estão se encaminhando para o estado de emergência, dispensando assim a livre concorrência que tem por objetivo facilitar uma melhor oferta nos preços e na qualidade dos serviços. Serão as empresas dos políticos, dos parentes dos políticos, dos amigos dos políticos que abocanharão uma grande parcela de dinheiro público em obras que poderão estar bem acima do que realmente valeriam.
Além disso, temos as descaradas escolhas das capitais que sediarão os jogos da copa. Pra quê 12 capitais? Para que os brasileiros de todas as regiões possam assistir aos jogos? Se for isso, estamos diante de uma grande falácia, pois não será o povão que preencherá as arquibancadas nos jogos. Quem terá bala na agulha para bancar um ingresso de 250 ou 300 reais?
Manaus e Cuiabá são as capitais que em nada justifica as suas escolhas. Fica evidente a intenção política, pois grande parte do dinheiro público será escoado para esses centros. Além do mais, o que será dos estádios novos construídos depois dos jogos? É bom lembrar que Amazonas e Mato Grosso têm campeonatos regionais de futebol falidos.
Falta pouco mais de 3 anos para a Copa do Mundo do Brasil. Em pouco tempo vamos ser responsáveis pela realização de jogos mundiais em nosso país, mas, mesmo assim, continuamos com aeroportos deficientes, cidades com problemas de segurança e com meios de transporte deficitários. Sem falar na saúde, na educação e na infraestrutura de base.
Pelo visto, como tudo aqui é de improviso, vamos ter esses grandes eventos, mas do nosso jeito; longe da organização, do planejamento e da seriedade de outros países mais civilizados que sediaram outros mundiais.
Vamos ver no que vai dar e aguardar o surgimento dos escândalos. Só espero que se surgirem, pelo menos sejam punidos aqueles que devam ser punidos.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ensino Fundamental é para se aprender A Norma Culta da Língua

Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado

Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.
O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.
E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.

(Poder Online. Jorge Félix e Tales Maria, 12/05/2011)

Tem algo errado com a matéria acima. Primeiro por que ninguém ensina a ninguém a falar errado. Segundo, quando se procura a escola é para se aprender o que a vida exige em termos de conhecimento para que se possa vencer e construir um país melhor, isto é, o bem falar e o bem escrever. Portanto, as crianças já chegam à escola com vícios na linguagem que devem ser muito bem trabalhados.
Sou formado em Letras e desde os meus primeiros dias na universidade tenho ciência da importância da norma popular da Língua Portuguesa na vida de muita gente, mas não é isso que se exige, por exemplo, num concurso público ou quando se tem que redigir um documento oficial.
‘Ensinar’ as crianças a não se preocuparem com a norma culta da língua é uma falácia, pra não dizer um crime que julgo ‘subversivo’. Pior que tortura. Pois aquilo que está em jogo são estruturas de um intelecto ainda em formação, um intelecto inocente, sem defesa.
É claro que deve existir um esclarecimento quanto às diferenças e a importância das duas variantes – a norma culta e a norma popular. Acho que o livro acima é um material acessório, mas que mesmo assim não deveria ser trabalhado na fase de alfabetização, pois pode causar confusão ao intelecto das crianças que está em formação.

(Por Franco Aldo – 12/05/2011 – 11:30hs)

"Vozão" Despacha o Campeão do Rio

O Flamengo foi eliminado, ontem, na Copa do Brasil pelo Ceará. ‘O Vozão’, que tinha vencido no Rio por 2 x 1, poderia perder até por 1 x 0. Mas foi com muita personalidade e uma retranca eficiente que o time comandado por Vágner Mancini conseguiu o empate em 2 x 2.
Até os 35 minutos do primeiro tempo, o Ceará já estava perdendo por 2 x 0, resultado que dava a classificação ao Flamengo. Parecia que uma tragédia estava por acontecer. E aconteceu, mas não do lado do Ceará e sim do time comandado por Luxemburgo.
A verdade seja dita. Até os trinta do primeiro tempo, o Flamengo conseguiu fazer 2 x 0, mais pela postura covarde do Ceará do que méritos próprios. O Ceará deu muitos espaços e estava irreconhecível em campo, mas a partir dos 36 minutos, com o gol de cabeça de Washington, ‘o Vozão’ cresceu na partida e empatou o jogo aos 42 com o mesmo Washington.
Mais uma vez a torcida do Flamengo esperava algo de Ronaldinho Gaúcho que, como sempre, escondeu-se na própria fragilidade do time. Além disso, Luxemburgo mexeu mal quando substituiu Bottinelli, que estava muito bem na partida, por Egídio.
Sem ainda apresentar um bom futebol no ano e ter encontrando um adversário bem mais fraco tecnicamente, porém melhor organizado em campo, o Flamengo deu adeus à competição.
Depois da eliminação, o chororô era visível. A culpa da derrota, nesses times de superestrelas, recai quase sempre na arbitragem, como se ‘o Vozão’ não tivesse construído sua classificação lá no Engenhão.

(Por Franco Aldo – 12/05/2011 – às 10:55hs)