Sejam Bem-Vindos!

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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Primeiro Campeonato de Porrinha no Rio

Jogo da purrinha tem primeiro campeonato interbares no Rio
Jogo tradicional nos botecos da periferia reuniu 18 competidores de seis bares cariocas diferentes
RIO - O olhar fixo no rosto do adversário é mais do que um exercício de adivinhação. Imaginar ou calcular quantos palitinhos ou moedas se escondem nas mãos estendidas sobre a mesa é uma tarefa que mistura sorte, um pouco de lógica e muita observação. Vale blefar e intimidar.
Jogo tradicional de botecos do subúrbio do Rio e da periferia de outras grandes cidades, a porrinha, ou purrinha, celebrou na noite de sexta-feira a primeira edição do Campeonato Interbares do Rio. O local escolhido, o Bar da Portuguesa, em Ramos, é um reduto da boemia da zona norte carioca e lotou para acompanhar 18 competidores.
Eles representavam seis bares do Rio e iniciaram o torneio divididos em três grupos. Quase todos estavam uniformizados. Não havia regulamento nem juiz. As etapas seguintes eram definidas após algumas rodadas de cachaça, brindes e palavras de exaltação à cerveja gelada oferecida pelos donos da casa. Bastava uma opinião mais razoável sobre a forma de disputa e a composição da tabela saía com naturalidade.
"Eu sou veterano nisso. Na adolescência, praticava a purrinha de raiz, nas viagens de trem que me levavam do centro para a zona oeste do Rio", contou Sergio Rabello, de 59 anos, do Galero Sat's, em Copacabana. Mesmo eliminado logo no começo, o mais velho do grupo se manteve fiel na torcida pelos outros dois competidores de seu bar. Um deles, seu filho, Raoni Rabello, 'reclamava' da falta de clareza nas regras do torneio. "Treinei com palitinhos de fósforo e só agora soube que vamos utilizar moedas. Isso nos prejudicou."
A ideia de tornar a porrinha mais popular surgiu de um bate papo entre os sócios do Bracarense, Cadu Tomé, e do Bar da Portuguesa, Paulo Gomes, o Paulinho, orgulhoso por trabalhar no lugar em que Pixinguinha se encontrou pela primeira vez com o violinista e ex-parceiro de Vinicius de Moraes, Baden Powell.
Curiosamente, num dos quadros afixados no alto do bar, o compositor de 'Carinhoso' descansava a flauta ao lado de um copo e parecia esconder uma das mãos atrás da cadeira - gesto característico de quem joga porrinha.
Por telefone, as inscrições para o campeonato ganharam ainda a adesão dos bares Mussarela, Cachambeer e Aconchego Carioca. Depois de quatro horas de confraternização e alguma polêmica - por um erro na contagem das moedas - Leandro Botelho, o Samito, do Bracarense, conquistou o título. Recebeu troféu, posou para fotos e fez uma revelação: "Sinceramente, nunca joguei isso."
Regras do jogo. Na porrinha, os 'atletas' ocultam na palma da mão certo número (entre 0 e 3) de moedas ou palitos de fósforo, para depois, um a um, tentarem adivinhar o total. A atividade pode ser praticada por no mínimo duas pessoas e é também conhecida como jogo de palitinhos ou basquete-de-bolso.
Sua origem é imprecisa. Há quem atribua uma menção de Santo Agostinho, no século IV depois de Cristo, ao que seria uma variação do jogo. "Estamos pensando em criar a federação carioca de porrinha. O receio é que, assim, muito organizado, o jogo perca o charme", disse Cadu Tomé, depois de carregar nos ombros o campeão e colega de bar, Samito.

(Por Sílvio Barsetti - O Estado de S.Paulo - 28 de novembro de 2011 | 17h 52)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A ÚLTIMA RODADA DO BRASILEIRÃO

O Campeonato Brasileiro de Futebol de 2011 não poderia ter guardado um fim melhor para os torcedores de todo o Brasil. Somente na última rodada sairá o grande campeão.
Corinthians e Vasco estão travando uma disputa espetacular pela busca do título. O Timão está com 70 pontos e só precisa de um empate na última rodada contra o Palmeiras. Já o Vasco, precisa vencer seu grande rival, o Flamengo, e torcer pelo tropeço do Corinthians, pois em caso de vitória e empate, nesse caso, dá o título ao time do Parque São Jorge. Eletrizante!
A minha preocupação será, portanto, o desenrolar desses dois jogos, pois além de estar valendo o título brasileiro de 2011, a rivalidade tanto de Vasco X Flamengo, quanto de Corinthians X Palmeiras extrapola os limites da racionalidade e da sadia paixão de torcer pelo time do coração, adentrando em comportamentos hostis que, quase sempre, acabam em pancadaria e, muitas vezes, até em morte.
Tanto o Flamengo, quanto Palmeiras tem motivos de sobra para estragar a festa de Corinthians e Vasco. Em comum, ambos têm a mesma cicatriz, o mesmo rancor, a mesma rivalidade.
Portanto, a última rodada do brasileirão 2011 reserva grandes emoções e vamos torcer para que fique apenas nas emoções das quatro linhas e não com problemas extracampo, como a violência entre torcidas.
Já na parte debaixo, a disputa pela vaga na Libertadores também está acirradíssima. Flamengo, Coritiba, Internacional, Figueirense e São Paulo estão disputando três vagas.
Na última rodada, o Flamengo decide sua vaga na Libertadores contra o Vasco, aliás, além da vaga o que está em jogo é a rivalidade de ambos.
O Coritiba joga com o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada.
O Inter faz também um clássico perigoso contra o rival, o Grêmio. Seria delicioso para o Grêmio tirar a vaga do Inter.
O Figueirense vai a Floripa pegar o rebaixado Avaí e o São Paulo faz outro clássico paulista contra o Santos.
Sem dúvida, a última rodada do brasileirão vai ser emocionante, sensacional. Espero apenas que as emoções fiquem apenas no âmbito das emoções do esporte. Sem violência.

(Por Franco Aldo – 28/11/2011 – às 18:01hs)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A SELEÇÃO DOS PIORES

Tirem do governo os malandros e haverá menos interesse em criar ONGs para sugar dinheiro público. Limitem os convênios ministeriais e proíbam as emendinhas ao Orçamento. Com isso, uma porção de brechas será fechada. Mas o governo tem outras prioridades, politicamente mais simples, e resolveu criar - adivinhem - um grupo de trabalho para estudar um marco regulatório para organizações não governamentais. É isso aí: um grupo de trabalho com 90 dias para apresentar uma proposta, segundo informou na segunda-feira o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
Regular o funcionamento de ONGs pode ser importante, mas um projeto com essa finalidade tramita no Congresso Nacional desde 2004. O último registro, de setembro de 2009, é de uma ordem da Mesa Diretora para se apensar ao texto o Projeto de Lei 5.950. Depois disso a tramitação parou, O governo petista nunca se empenhou pela aprovação desse projeto, mas agora decide formar um comitê para estudar o assunto.

Ao incluir em sua agenda a regulação das ONGs, o Executivo deixa em segundo plano, mais uma vez, as safadezas ministeriais. Esse tem sido o comportamento padrão, só abandonado quando a imprensa deixa as bandalheiras muito expostas. Malandros em ministérios só são problemas para o Palácio do Planalto quando se acumulam denúncias de patifarias. Isso mesmo: não quando surgem denúncias, mas quando as informações sobre os escândalos se amontoam. O incômodo não vem da irregularidade, do assalto continuado ao Tesouro Nacional, mas da insistência dos meios de comunicação em divulgar a cada dia uma nova indecência. Se não fosse assim, nenhum dos envolvidos em denúncias teria durado tanto, nem o ministro Carlos Lupi teria sobrevivido ao espetáculo grotesco de seu primeiro depoimento no Congresso.

Todas essas figuras ilustres foram demitidas somente quando a sua manutenção impôs à Presidência um custo insuportável. Mas é difícil, para a imprensa, interromper a sequência das histórias comprometedoras.

Escândalo no governo, como escreveu José Simão, parece lenço de papel em caixinha: puxa-se um e saem três, quatro ou mais. Isso não é acidente nem é um dado inevitável da vida política. É resultado de uma escolha consciente, de uma estratégia de poder implantada em Brasília em 2003.

"Houve incidência de problemas", disse na segunda-feira o ministro Gilberto Carvalho, mas esses problemas, segundo ele, são provavelmente exceções. Houve falhas, admitiu, na capacidade de fiscalizar "lá na ponta". Ele retomou o assunto no dia seguinte, para denunciar um "processo de criminalização das entidades da sociedade civil" - uma tentativa, acrescentou, rejeitada pelo governo. Em dois dias o ministro formulou duas teses claramente insustentáveis. Em primeiro lugar, nenhum analista sério tenta criminalizar todas as ONGs. Ao contrário: o bom serviço prestado por algumas organizações civis de interesse público (Oscips) tem sido amplamente reconhecido. Em segundo, os problemas não estão "lá nas pontas". Os escândalos nos Ministérios do Esporte, do Turismo, dos Transportes, da Agricultura e do Trabalho não surgiram por iniciativa das ONGs, mas porque a administração havia sido loteada e, além disso, entregue a gente selecionada por suas piores qualidades. Ou seria o presidente um ingênuo?

Os detalhes mais patéticos, como o repasse de dinheiro a organizações dirigidas por parentes de ministros ou de altos funcionários, são especialmente esclarecedores. Também não pode haver dúvida sobre a natureza da bandalheira quando se contam os benefícios concedidos com base em vínculos partidários.

Insistir no assunto não é moralismo. A interminável onda de bandalheiras é um fato político importante. Uns poucos casos de corrupção e de irregularidades podem ser coincidências. Mas os escândalos são indícios de algo mais sério, quando cinco ministros nomeados pelo mesmo presidente e por ele impostos à sua sucessora são envolvidos numa longa sucessão de safadezas. Mas por que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu tanta gente desse nível para a administração? A semelhança entre tantas escolhas não pode ser casual.

Que um político tenha de aceitar certas alianças malcheirosas não é novidade. Qualquer pessoa alfabetizada em política conhece a discussão sobre ética de princípios e ética de responsabilidade e sobre a distância entre pureza de intenções e resultados. A questão é outra. Há uma enorme distância entre o realismo político e a preferência constante pelo pior, traduzida, por exemplo, na insistente defesa dos mensaleiros e na generalização do peleguismo sindical e estudantil. Seria impossível, para Lula, governar de outra forma? Esta é uma pergunta política fundamental e não tem nenhuma relação com moralismo.

(Por Rolf Kuntz, jornalista - O Estado de S.Paulo)

sábado, 19 de novembro de 2011

LOBÃO LIDERA BOICOTE AO FESTIVAL DE LOLLAPALOOZA

Lobão propõe boicote de bandas nacionais ao Lollapalooza

O cantor Lobão gravou um vídeo no qual fala sobre sua recusa em participar do festival Lollapalooza, que ocorre em 7 e 8 de abril em São Paulo.
Segundo o cantor, que postou o vídeo no Twitter, é um absurdo colocar atrações nacionais para tocar somente das 10h às 15h, independente de você ter 30 anos de estrada ou ser iniciante.
"Assim como eu estou aqui falando pra vocês que eu estou fora, eu faço uma convocação de interesse público aos meus colegas artistas brasileiros que não façam essa participação."
Lobão também diz que há uma lei que obriga que haja atrações nacionais nestes festivais. "Se não não tiver atrações brasileiras, não pode rolar o festival. Seria legal, hein?". Para o cantor, o ideal seria que houvesse um festival "misturado", com as bandas, gringas e nacionais, mas que isso nunca acontece --e também cita o Rock in Rio e o SWU.

Confira o vídeo:


(Por Folha. Com - 19/11/2011 - 19h40)

LUPI ainda não saiu!

Um terço da bancada do PDT apoia saída de Carlos Lupi

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) conta com apoio de metade da bancada do PDT na Câmara e no Senado para permanecer no governo, informa reportagem de Márcio Falcão e Maria Clara Cabral, publicada na Folha deste sábado (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Ele está envolvido em suspeitas de irregularidades em convênios da pasta com entidades ligadas ao partido.
A Folha perguntou a deputados e senadores do PDT se eles eram favoráveis à saída do ministro do cargo. Dos 31 parlamentares, 15 (48,4%) defendem que Lupi permaneça no governo.
Outros 9 avaliam que o ministro não tem sustentação política para permanecer no cargo e que o desgaste pode atingir o partido. Três dizem que é a presidente Dilma Rousseff tem que decidir. Quatro não responderam.

(Por Folha. Com - 19/11/2011 - 08h20)

Sem noção, cara-de-pau e um péssimo ator. E assim, Carlos Lupi vai postergando o inevitável.
Quem perde com tudo isso é a presidenta Dilma que quer aguardar a reforma ministerial em fevereiro, mas pelo andar das coisas, talvez, Carlos Lupi não aguente o fim da próxima semana. Aliás, já deveria ter saído.
Enquanto isso, em Rondônia, a Polícia Federal prendeu mais da metade da Assembléia Legislativa. O presidente da casa, Valter Araújo (PTB), é acusado de crimes de corrupção e desvio de verbas públicas da saúde, do DETRAN e de outros órgãos. O Tribunal de Justiça de Rondônia autorizou 57 mandados de busca e apreensão além de sequestros de bens, suspensões de exercício de função pública e acesso a repartições governamentais.
Parabéns à Polícia Federal e ao Tribunal de Justiça de Rondônia. É assim que se tem que combater a corrupção: usar a inteligência e fazer acontecer. Xilindró neles.
Já em Brasília, o sigilo bancário do Governador Agnelo Queiroz, e do ex-ministro do Esporte Orlando Silva foram quebrados por determinação do ministro Cesar Asfor Rocha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O acesso aos dados foi requerido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que conduz no Ministério Público Federal as investigações sobre suspeitas de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte.
Além de Agnelo e Orlando, o policial militar João Dias Ferreira e mais oito empresas e entidades tiveram o sigilo quebrado por determinação do STJ. O objetivo de Gurgel é saber se eles se envolveram num esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Há um inquérito aberto no STJ para apurar as supostas irregularidades.
Sinceramente, desde o último episódio com o todo poderoso Antônio Palocci, pensei que o nosso procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fosse um tremendo banana, um alto funcionário nomeado pelo PT e sua corja.
Com as investigações de Agnelo e sua gangue, dou um voto de confiança ao procurador-geral da República. Só espero que isso não seja apenas atitude de um inerte que visa apenas sacolejar um ambiente sorumbático para poder depois dizer que fez seu papel.
Tanto Agnelo, quanto Orlando são suspeitíssimos em esquemas de corrupção e formação de quadrilha. Portanto, muita coisa tem que ser investigada.

(Por Franco Aldo – 19/11/2011 – 12:38hs)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Velho Black Sabbath está de Volta

Black Sabbath anuncia mais 14 shows pela Europa

Uma semana depois de anunciar que está voltando à ativa, o Black Sabbath revelou hoje mais 14 datas de sua turnê de reunião. O grupo reestreia nos palcos em Moscou em 18 de maio.
O Black Sabbath volta com sua formação original: Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria).
Após a estreia, a turnê segue por países como Finlândia, Suécia, Noruega e chega à Inglaterra apenas em junho, quando a banda vai encabeçar a escalação do festival Download.
No anúncio feito na semana passada, a banda prometeu um álbum de músicas inéditas, produzido por Rick Rubin, e uma "turnê mundial pesada".
A banda foi formada em 1968, em Birmingham (Reino Unido), mas o grupo se desfez em 1979, quando Osbourne foi expulso por problemas com drogas e álcool.
Em 1997, os quatro membros originais resolveram se reunir e lançaram um álbum ao vivo no ano seguinte, além de saírem em turnê, até o derradeiro OzzFest de 2005.

(Por Folha.com - 18/11/2011 - 14h23)

Para o delírio dos fãs do Black Sabbath, Ozzy Osbourne e Cia estão de volta e prometem muitos shows e o lançamento de um disco de estúdio inédito.
Assim como o Kiss, Guns N’ Roses, The Doors e muitas outras bandas de rock, que fizeram sucesso no passado, o Black Sabbath promete mundos e fundos para os seus fãs.
O objetivo do retorno não é reviver a pura nostalgia de seus grandes álbuns da década de 70, como: Paranoid, de 1970, Master of Reality, de 1971, ou então, Sabotage, de 1975, mas sim dar continuidade ao que foi interrompido – garantem os integrantes da formação original.
Seja como for, no mundo de hoje, talvez isso não faça muito sentido, muito menos seja algo que prenuncie grande sucesso, o certo é que o Black Sabbath tem seu público por todo o mundo, mesmo que hoje a aceitação do roquenrol seja apenas um saudoso reflexo.
Não será nenhuma surpresa se o álbum prometido for um fracasso, até porque, o que importa é o retorno, mesmo que os seus integrantes não concordem, ou pensam que enganam pensando assim.
Enfim, é o retorno do bom e velho roquenrol.

(Por Franco Aldo – 18/11/2011 – às 17:56Hs)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

LUPI está praticamente fora do Ministério do Trabalho

Presidente do PDT defende 'como amigo' que Lupi deixe cargo

O presidente em exercício do PDT, André Figueiredo, defendeu nesta quarta-feira (16), "como amigo", que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deixe o cargo.
"Como amigo do Lupi, preferia que ele saísse. Mas isso é uma decisão que o PDT vai tomar de forma institucional."
Ele disse que o partido e o próprio Lupi passam por desgastes com a crise.
Figueiredo afirmou, no entanto, que o PDT reitera confiança no ministro e vai tirar uma posição sobre a permanência dele amanhã na Executiva.
O pedetista disse que o partido não pagou o voo de Lupi e que ainda aguarda explicações do deputado Weverton Rocha (MA), que estava na viagem com o ministro.

(Por ANDRÉIA SADI e CATIA SEABRA – Folha. Com - 16/11/2011 - 17h10)


Apesar de pertencer à turma da oba-oba, o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-RJ) está sem moral até com o seu partido. Sua renúncia é questão de horas.
Lupi tem quase todas as manhas que um aliado petista tem que ter: cara de pau, mentiroso, arrogante, corrupto. O problema é que se comporta como um mau aluno. Ainda não leva jeito para a desfaçatez, para a maliciosa sutileza. É um bronco. Portanto, não está totalmente pronto para gerenciar uma gigantesca rede de corrupção, como líder de um rendoso ministério. A prova foram as suas chulas palavras quando indagado de uma possível demissão por parte da presidenta Dilma.
Aliás, parece que os chefes de cada ministério, escolhidos por Dilma e Lula – enfim pelo PT –, ultimamente, não tiveram a competência suficiente para poder desviar dinheiro público sem dar bandeira. Foi assim com os ministros do Turismo, da Agricultura, dos Transportes, e, recentemente, do Esporte.
Lupi não leva jeito para ser ministro. No máximo um cargozinho de deputado, pois mentir para o povo é muito mais fácil do que mentir para a oposição e para o seu partido.
Está com a corda no pescoço.

(Por Franco Aldo – 16/11/2011 – 17:25hs)

LOBÃO: 50 ANOS A MIL

Ano passado, o cantor Lobão lançou seu livro, “50 anos a mil”, em parceria com Claudio Tognolli, pela editora Nova Fronteira.
A obra, com mais de 590 páginas, conta a vida de João Luiz Woerdenbag Filho, o Lobão, e mistura a história de sua trajetória artística e de sua polêmica personalidade.
A linguagem empregada é a mais simples possível, aliás, é perceptível, a cada gíria, identificar a preocupação de Lobão em fazer do livro não um simples relato de sua conturbada vida, mas, sim, cadenciar cada experiência vivida, cada alegria, desilusão, cada conquista, ao ritmo de suas canções, como bem postula o próprio título, que por sinal impõe um ritmo frenético.
É como se lêssemos cada página ao som de “Vida Bandida”, “Vida Louca”, “Canos Silenciosos”, “Revanche”. Ou porque não, no triste e pensativo “Abalado” do álbum LOBÃO E OS RONALDOS?
Talvez o livro não agrade a muita gente, também pudera, pois Lobão não faz questão de agradar quem não é agradável, aliás, sempre foi o seu forte ter a língua bem afiada.
O livro transpira anos 80 a cada letra, a cada palavra. Quem acompanha, ou acompanhou, a vida artística de Lobão vai se deliciar com suas histórias, com suas idéias, com a sua forte personalidade.
De uma forma geral, a obra é simples, mas que traz em seu bojo muitas histórias, muitas curiosidades, até porque ‘XURUPITO’ era um playboy que estudou em bons colégios e que sempre morou na zona nobre do Rio.
Envolto numa atmosfera vagabunda, logo conheceu as drogas e seu dom para a música, portanto o seu envolvimento com o roquenrol era apenas questão de tempo e das amizades certas.
E foi assim que, ainda menor, foi tocar bateria com Lulu Santos e Ritche, na banda Vímana. Era o início de uma carreira polêmica, envolta de drogas e música. Assim formava-se a persona de Lobão, que nos anos 80 era uma espécie de ‘Jim Morrison’ brasileiro, guardadas as suas proporções, é claro.
O interessante na obra, além da trajetória de sua carreira, foi o relacionamento com seus pais, mulheres e, principalmente, seus amigos. Lobão era da turma do Baixo Leblon, reduto da playbozada da Zona Sul. Lá a rodinha de bar ficava completa com Cazuza, Marina, Ritche, Lulu, Júlio Barroso e muitos outros.
E quem lembra do período em que o cantor estava sendo perseguido por ser usuário de drogas? E acabou sendo preso mais pelo seu estilo tresloucado do que por portar uma quantidade ínfima de cocaína?
Mas a sua prisão fez com que o artista crescesse ainda mais em popularidade, ao ponto do seu álbum “Vida Bandida” ter conseguido alcançar mais de 350.000 cópias vendidas.
“50 anos a mil” está longe de ser uma biografia de sucesso de vendagem e de agradar quem é especialista no assunto.
O livro foi feito para os fãs do cantor e nada mais.
Lobão ainda está longe de ser o sujeito bonzinho que traz no seu semblante a máscara do politicamente correto. Nada disso. Já foi até pior, é claro. E mesmo hoje, assumindo uma postura mais madura, longe do estereótipo do roqueiro tresloucado e cheirador que o constituiu como persona da música, traz ainda a acidez em suas palavras e a sinceridade em suas críticas. Doa a quem doer.
É uma personalidade das mais fortes do mundo artístico, mas que tem o respaldo de ser um grande artista.

(Por Franco Aldo – 16/11/2011 – 10:42hs)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CONTO: EM BUSCA DA FELICIDADE

A vida de Paulo Santos era uma vidinha comum. Casado com Maria das Dores há 25 anos, conhecera-a quando tinha seus 19 aninhos, na flor da idade; ele, com 20 anos, estudante secundário, estava prestes a terminar o curso de edificações; ela, atrasada nos estudos, mal completara o ensino fundamental. Dessa união, que fora feitas às pressas, pois Paulo havia bolinado na moça e bolinou antes de estar autorizado a bolinar, resultando na preenhice da menina, que de tão magrinha, a barriga de um mês parecia já estar com três.
Casaram de papel passado. Depois do primeiro filho, vieram mais quatro; todos homens, para orgulho da macheza e virilidade de Paulo Santos.
O início foi barra. Paulo ganhava pouco, muito pouco. Viveu por algum tempo na casa da sogra (As sogras... O que seria do mundo se não fossem elas!), mas depois, muito depois, há exatos quinzes anos, conseguiu financiar uma casa popular nos cantos de Caxias.
Das Dores, que vivia para os filhos, engordou. Engordou muito. Ficou feia, sem assunto. Além da feiúra proveniente da gordura e da ignorância, Das Dores tinha um péssimo hábito, já há muito tempo não sabia o que era sexo, nem tinha interesse no assunto; na linguagem popular, usada para homens impotentes, estava brocha.
Depois dos quatro filhos, a união carnal dos dois findou. Às vezes, Paulo Santos chegava em casa bêbado e arriscava carícias na mulher esparramada. Além de receber um carão bem grande, Paulo Santos voltava a si, a sua realidade. Logo percebia que se durante o dia Das Dores era a mãe de seus filhos, à noite, era um ser assexuado. Era apenas um amontoado de banha disforme, cujo sexo cabeludo e mal tratado só servia para fazer xixi, nada mais.
Apesar da ausência fundamental do sexo, Paulo Santos relutava. Afinal, tinha quatro filhos. Gabriel, o mais velho, já estava com seus vinte e cinco anos, mesmo ainda não sendo independente, já era homem feito. Se precisasse deixar o lar, não teria problema quanto a isso. Mas Henrique, o mais novo, tinha seis anos. Tão novinho, coitado. Seria um crime largá-lo a sua própria sorte. Não o faria, mesmo que para isso fosse necessário viver mais dez anos com Das Dores... dez anos sem sexo, uma eternidade.
Paulo Santos trabalhava o dia todo no escritório de uma empresa de engenharia. Ganhava pouco. No dia seguinte após a tentativa frustrada de se ter com a mulher, cismou o dia todo sobre o assunto. Pensou tanto que, às vezes, era surpreendido pelos amigos falando sozinho:

– Eu tô lascado com aquela mulher. Faz tempo que não sei o que é foder e, além disso, a bicha nem me faz carinho.

A angústia de Paulo Santos era legítima, para não dizer compreensível. Se pudesse voltar ao passado não casaria, não teria filhos. Viveria sozinho. Poderia namorar quem quisesse. Comeria uma aqui, outra ali, sem dar satisfação. Mas ele era casado e também tinha os filhos, seus amados filhos. O que fazer?
Viver por viver e esconder suas aflições não era o melhor caminho. Uma vez, quase socou a mulher que o surpreendeu na maior saliência com seu pinto na frente do computador. Das Dores falou tanta besteira, tanta besteira que Paulo Santos a empurrou para bem longe. Sua ira parecia que iria estourar os limites da loucura. Imaginou-a morta de tanto apanhar; os olhos inchados, o sangue pelo canto da boca, o vestido rasgado, o sexo feio e cabeludo a amostra. Mas recuou. Baixou a cabeça e se trancou no quarto. Não queria que a mulher o visse chorar...

– Mulher que não chega junto, pelo menos, tem que ser boa em outra coisa – Disse Alonso, o melhor amigo de Paulo Santos.

Paulo Santos não teve coragem de dizer que era a sua mulher que não dava mais no couro, apenas inventou uma história qualquer para saber o que Alonso achava.

– Caso não tenha nada de bom, não presta pra ter homem – findou o amigo seu pensamento.

Quanto mais Paulo pensava na melhor maneira de resolver seu problema, mais dúvidas surgiam. Mais angustiado ficava.
Não era só falta de sexo que atormentava nossa personagem, mas falta de tudo de bom que uma mulher pudesse dar; carinho, sexo, conforto, motivação. Aliás, pensou nas únicas coisas que Das Dores havia lhe dado: os filhos e aborrecimentos.
Foi tomar um cafezinho na copa do escritório. Colocou o café na xícara, adoçou com muito açúcar e parou pra observar as funcionárias que trabalhavam na repartição. Eram quatro. Todas bonitas. As mesas das meninas davam pra frente da copa e descuidadamente observou que uma das mesas, aliás, a mesa de dona Cristina, tinha uma abertura frontal que dava pra ver as suas belas coxas, bem como uma calcinha branca de renda, denotando um enorme capô de fusca. Paulo ficou vermelho, angustiado, mas antes de tudo, muito excitado. Pensou no trambolho de mulher que tinha em casa. Pensou no sexo engiado e cabeludo de Das Dores. Lembrou da cara amassada e gorda ao acordar, lembrou do seu mau hálito. Nada lembrava a miragem celestial de dona Cristina e sua calcinha branca de renda... Ah! E as coxas! Delícia!
A cena foi das mais picantes para Paulo Santos, nunca pensara que pudesse voltar aos seus dias de menino... Lembrou um dia, quando estava na escola, na sala de aula: uma coleguinha sua, que se chamava Cristiane, abriu sem querer suas longas pernas (sim... Cristiane era alta, magra, branca...), mas a visão de Paulo não foi a esperada. Cristiane estava de saia e ao abrir as pernas deu mostras a um short amarelo, grande, mas que denunciava as curvas de sua racha. Só isso bastou ao pequeno Paulo Santos para que seguisse, no intervalo da aula, ao banheiro, descarregar a energia do amor contida dentro de si.
Disfarçou o olhar. Completou a xícara com mais café, mas esqueceu de adoçar. O doce da visão da calcinha branca já bastava pra deixar seu dia mais gostoso, inesquecível.
D. Cristina não era inocente, nem pensar santa. Já há muito sabia da abertura da mesa e, quase sempre, vinha de saia curta, de propósito, só para excitar o Joaquim, o boy do escritório, freqüentador antigo da copa e, talvez, detentor dos olhos mais mal intencionados do escritório.
Ela percebeu o interesse de Paulo, mas como sempre fingiu-se de distraída. Estava atarefada...
Mas, de repente, ela resolveu brincar. Olhou de chofre para os olhos de Paulo que foram pegos distraídos, encantados com a calcinha branca de renda. Ela abriu um sorrisinho malvado, cruzou as pernas e virou-se de lado. Começou a datilografar uma carta. Era o fim do show.
Paulo voltou a si. Pôs a xícara na copa e voltou para a sua mesa de trabalho. Ficou o dia todo a pensar na mulher e na calcinha branca de D. Cristina.
Depois do trabalho, antes de pegar o ônibus para Caxias, resolveu tomar uma no bar do Feijão. Pediu cerveja, um pacote de amendoim (ele adora amendoim sem casca, salgadinho) e passou a observar o movimento do bar: as mesas estavam todas ocupadas; numa, se via um casal bem aparentado, o homem vestia blazer preto com uma camisa de malha por baixo, a mulher estava de jeans, tinha um corpo maravilhoso e conversavam animadoramente, bem juntinhos; em outra, um sujeito feio e magro bebia uma cachaça e falava sozinho, pelo jeito estava bêbado; noutra um grupo de amigos discutia a rodada do futebol, viam-se ao lado três engradados de cerveja, já haviam bebido dois e estavam na maior algazarra. Pegou um cigarro do bolso, riscou o fósforo e o acendeu. Balançou o palito de fósforo para que as chamas se apagassem e voltou a pensar em sua desgraçada vida. O que fazer? Um vazio bem grande consumia seu corpo. Não era só de sexo que vivia um homem. Esperava muita coisa de Das Dores, mas pelo jeito, a Das Dores dos seus sonhos nunca existirá, muito menos existiu. Bebeu uma, duas..., seis..., quinze garrafas de cerveja! Já partia pra a décima sexta, até que lembrou do ônibus, já era tarde, se não fosse logo, não teria como voltar pra Caxias. Pagou a conta e se mandou cambaleando pelas ruas do Centro do Rio.
Chegou em casa tarde e bêbado. Das Dores estava acordada, preparava-lhe o sermão:

– Cê não tem vergonha, não! Um ôme casado chegar nessas horas e nesse estado.

Respondeu com muito ódio:

– Vai-te a puta que pariu. Me deixa em paz!

– Além disso, qué tê razão, veja só!

Paulo Santos tomou um banho rápido. Não jantou. Foi dormir no sofá da sala. Dormiu bem, como uma pedra (pedra dorme? As pessoas têm a mania de comparar um sono forte com o da pedra, por que será?). Não sentiu as banhas de sua mulher. Ao acordar, não presenciou seu hálito de dentes estragados. Apenas levantou cedo. Tomou banho. Fez café e bebeu um gole num copo americano. Foi pro trabalho.
Paulo chegou ao escritório com novos ares. Depois da visão celestial da calcinha branca de renda, não se agüentava, queria ver novamente. D. Cristina estava no mesmo lugar, com outra saia, tão curta quanto a que vestia da última vez. Paulo pôs o café na xícara, adoçou e bem lentamente apreciou por debaixo da mesa: e lá estava; outra calcinha pequenininha de renda, só que desta vez vermelha.
Paulo percebeu o olhar malicioso de D. Cristina, mas não quis seguir em frente. Em seguida foi pro banheiro. Fez o que tinha que fazer e voltou a trabalhar. No fim do expediente, saiu e foi novamente ao bar do Feijão. Bebeu muito. Perdeu o ônibus pra Caxias, também perdeu a cabeça. Não foi pra casa. A mulher ficou desesperada, afinal o que tinha acontecido com o marido?
Noutro dia, após cumprir o expediente, chegou em casa cedo. Arrumou as malas e partiu sem dizer nada.
Paulo Santos conseguiu vaga numa pensão barata no Santo Cristo. O lugar era detestável; seus vizinhos eram putas, malandros do ganho eventual e funcionários medíocres do comércio. Não tinha escolha. Aliás, achou o lugar perfeito para reconstruir sua vida.
Os primeiros dias foram terríveis. Se agora Paulo Santos estava livre para ser feliz e encontrar a mulher que lhe pudesse dar tudo aquilo que Das Dores não lhe dava, por outro lado, tinha saudades da comida de Das Dores, da sua rotina do lar sadio, até porque, a única infelicidade que existia em seu lar, dizia respeito somente a ele. Talvez Das Dores fosse feliz, Mas ele, Paulo Santos, não era. O problema residia em seus pensamentos, no seu ego. Por que, então, ficar arrependido? Se voltasse, seria uma derrota das mais humilhantes. Não podia, já tinha feito, já tinha saído de casa. E a pensão dos filhos e de Das Dores? Isso Paulo Santos não queria pensar no momento. Deixaria para outro dia, outra ocasião.
Na sua nova rotina, conheceu Joana, menina de 16 anos, puta desde os doze; Morena, magra, cabelos lisos como Iracema, tinha uma bunda de deixar queixos caídos e um par de seios pequenos e duros. Paulo Santos a conheceu na pensão. Foi num dia de retorno do trabalho. Passou no bar do Catarino, trouxe meia dúzia de cervejas numa sacola de mercado e quando estava por abrir a porta do quarto, mirou a morena que acabava de cumprir um programa com o vizinho de Paulo.

– Boa noite, princesa.

– Boa noite, gatinho. Quer fazer um programinha?

– Deixa pra outro dia. Tô sem dinheiro, mas deixa seu telefone.

– Toma meu cartão. Aí tem meu número e meu e-mail. Faço tudo, tá. Cobro baratinho, neném.

A voz, a ousadia, o olhar malicioso, a roupa que a deixava mais gostosa maltratavam os instintos de Paulo Santos; tão necessitado, tão mal amado... tão ingênuo.
Bebeu as cervejas e pensou na morena. Foi a primeira vez, desde que deixou o lar familiar, que Paulo Santos não pensou nos filhos, muito menos em Das Dores...
Meses depois de abandonar o lar, Paulo recebia na pensão uma intimação da Vara de Família para comparecer em juízo. Como descobriram seu paradeiro, foi um grande mistério. Tudo aquilo era o início do preço da liberdade... E saiu tão caro...
Na vida amorosa, nada tinha mudado. Vivia só e podia fazer programa com quem quisesse, mas tudo aquilo estava cansando Paulo Santos. Ele queria um novo lar, uma nova mulher, uma nova vida.
Joana vinha sempre as sextas à noite satisfazer seu cliente amoroso. Mas, numa sexta de muito calor e tumultos por toda a cidade, Joana encontrou Paulo Santos completamente bêbado, insuportável. Paulo queria fazer tudo aquilo que não tinha feito até hoje com o corpo de Joana, mas a moça fez-se de durona e os dois acabaram se pegando.
Depois dos visinhos apartarem a refrega, Joana foi embora com um olho roxo e com vários hematomas por todo o corpo. Jurou que ia à delegacia dar queixa, mas deixou de lado e resolveu se queixar com Julim Perneta, marginal da área e cliente dos sábados da morena.
Passaram-se algumas semanas do episódio. Paulo voltou a sua vida de trabalho. Atormentado com a pensão de Das Dores, pois quase todo o seu salário estava com a ex-mulher e os seus filhos pequenos, nada mais que justo, mas, agora, vinha o medo da represália de Julim Perneta. Foi Catarino, dono da birosca da esquina, quem mandou a letra. Julim Perneta gostava de avisar antes aos seus perseguidos.
Três semanas se passaram desde o aviso de Catarino. Paulo resolveu se mudar dali. Estava com muito medo. Mas quando se preparava para deixar a pensão, dois bandidos armados de fuzis invadem seu quarto enchem-no de coronhadas. Paulo Santos é levado até a boca-de-fumo de Julim. Lá, foi torturado, espancado e teve sua genitália cortada! Antes de tudo acontecer, Paulo lembrou dos filhos, do nascimento de cada um, dos momentos felizes com Das Dores, da sua vida, da sua separação. Bateu um arrependimento de tudo. Queria pagar por suas faltas. Queria morrer. Se fosse ali mesmo, que se foda. Tinha chegado a sua hora. Antes de morrer disse a Julim:

– Meus cinco filhos vão sentir minha falta. Das Dores também vai sentir, mas eu mereço o castigo.

Noutro dia, um corpo de um homem desconhecido jazia no meio da favela. Muita gente a observar. Estava nu, todo ensangüentado, com o pênis decepado. Uns diziam que era um bandido de outra favela, outros afirmavam que era polícia, porém, Catarino, ao chegar ao local, disse que era Paulo Santos, um trabalhador recém-separado da família... Pobre diabo. Que Deus o tenha.

FIM

(Silfra Doval – novembro de 2011)

O 'Nem' da Rocinha é Capturado pela PM do Rio

Chefe do tráfico na Rocinha é preso escondido em porta-malas

O chefe do tráfico da favela da Rocinha (zona Sul do Rio), Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso no fim da noite de quarta-feira (9) pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Nem estava no porta-malas de um Toyota Corolla, que foi parado pela polícia na altura do clube Piraquê, na Lagoa, a poucos quilômetros da favela, após informações de inteligência terem apontado que o traficante, um dos mais procurados do Rio, estava no carro.
O motorista do veículo, primeiramente, se identificou, segundo a polícia, como cônsul do Congo e alegou imunidade diplomática para não permitir que o carro fosse revistado. Diante dessa afirmação, os policiais do Batalhão de Choque decidiram escoltá-lo até a Polícia Federal. O motorista, então, teria oferecido suborno aos PMs, que lhe deram voz de prisão. A verdadeira identidade do motorista ainda não foi divulgada.

POLICIAIS PRESOS

Nem foi preso poucas horas depois de a Polícia Federal ter detido o seu braço-direito, conhecido como Coelho, e outros quatro traficantes, juntamente com três policiais civis e dois ex-policiais militares que faziam a sua escolta.
A PF diz que intensificou operações de inteligência ao saber que a Rocinha seria ocupada, e que recebeu informação de que haveria fugas.
Os policiais detidos entraram na favela em quatro veículos e deixaram o morro pela saída da rua Marquês de São Vicente, na Gávea.
Os policiais e os traficantes estavam armados, mas não houve troca de tiros. Alguns dos bandidos viajavam nos porta-malas dos carros.
Além das prisões, a PF apreendeu cinco granadas, 11 pistolas, três fuzis, carregadores, munição e uma quantidade não especificada de dinheiro em reais e euros.
As fugas foram motivadas pelo plano do governo do Estado de ocupar a favela no próximo domingo, no primeiro passo para a instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A Rocinha é uma das maiores favelas do Rio e sua pacificação é considerada como um passo-chave para a política de segurança do governo Sérgio Cabral.

CHEFE DO TRÁFICO

Segundo a polícia, por causa da iminente ocupação policial, o traficante Nem havia decretado desde a semana passada um toque de recolher para comerciantes e moradores, segundo investigação da Polícia Civil. O traficante também teria limitado a circulação de motociclistas.
Apontado como um dos líderes da facção criminosa ADA (Amigos dos Amigos), o traficante Nem controla a Rocinha desde novembro de 2005 e possui nove mandados de prisão contra ele.
Uma investigação da Polícia Civil confirmou que Nem recebeu atendimento médico na manhã de segunda-feira (7) na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Rocinha.
Na ocasião, o traficante teria ido à UPA acompanhado de seguranças armados com fuzis. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela unidade, não confirma o atendimento ao criminoso, mas também não nega o fato.
Uma das informações recebidas pela Polícia Civil é de que Nem teria procurado atendimento porque teria tido uma convulsão após misturar álcool com ecstasy durante uma festa realizada na Rocinha entre a noite de domingo (6) e a madrugada de segunda-feira.

(Por Folha.com – 10/11/2011)


A conclusão a que chegamos sobre essa megaoperação da Polícia Federal com as demais polícias do Rio de Janeiro para capturar o bandido ‘Nem’ e seu bando é muito simples: o poder legal constituído, quando quer, faz acontecer, isto é, através de um serviço de inteligência eficiente – e é assim que se tem que combater o crime organizado – conseguiu prender um dos bandidos mais procurados do Rio.
A Rocinha é a maior favela do Brasil e o seu processo da pacificação é muito complexo, pois o próprio terreno dificulta o acesso da polícia ao topo do morro. Desde a ocupação do Complexo do Alemão, a Secretaria de Segurança do Rio já havia declarado que a Rocinha seria a próxima comunidade a receber a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), desde então, as polícias, Civil e Militar, traçavam planos de como seria essa ocupação.
A Polícia Federal também contribui para o sucesso da operação, o serviço de inteligência foi decisivo para captura de ‘Coelho’, espécie de 02 da Rocinha, e mais quatro traficantes, além, para surpresa de todos, da prisão de três policiais que faziam a escolta do bando.
Parabéns à Polícia Federal do Rio de Janeiro. Parabéns à Polícia Civil e à Polícia Militar.
Polícia não precisa subir morro e trocar tiros com traficantes para resolver o problema do crime organizado no Rio, até porque, quem sofre com tudo isso são os moradores, trabalhadores que não são bandidos.
O exemplo do eficiente serviço de inteligência da Polícia Federal e das demais polícias do Rio mostra que é assim que o Estado tem que coibir o tráfico, agindo primeiro com os informes e informações, para depois agir com firmeza. Foi assim que foi feito em Medellin, na Colômbia.
Mais uma vez, parabéns às polícias envolvidas.

(Por Franco Aldo – 10/11/2011 – às 08:41hs)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mais uma Morte por Erro Grosseiro da Enfermagem

(Stephanie Teixeira, de 12 anos, morta após receber aplicação de vaselina na corrente sanguínea, ao invés de soro)


Recém-nascido morre após receber leite na veia em hospital de SP

Um bebê de 12 dias morreu nesta segunda-feira (7) após receber 10 ml de leite materno na veia no hospital municipal Professor Mario Degni, na zona oeste de São Paulo.
De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública, Kauê Abreu dos Santos nasceu prematuro e estava internado na UTI do hospital.
Segundo depoimento do pai da criança, sua mulher deixava leite materno em um frasco todos os dias no hospital, para que bebê fosse alimentado por sonda nasal. Além do leite, o menino recebia medicamento pela veia.
Ainda segundo o relato do pai à polícia, por volta da 0h da segunda-feira o bebê recebeu 10 ml de leite pela veia, em vez do medicamento. No momento, a equipe do hospital contava com dois médicos, uma enfermeira e cinco auxiliares, segundo a secretaria.
De acordo com a secretaria, depois de 30 minutos a equipe médica percebeu que o recém-nascido teve queda no nível de oxigênio. Seu estado de saúde piorou, e ele morreu às 7h25.
O caso foi registrado no 51º DP (Rio Pequeno) como homicídio culposo e é investigado pela polícia.
A Secretaria Municipal de Saúde afirmou em nota que "considera inaceitável este tipo de ocorrência" e disse que instaurou inquérito administrativo para apurar o caso. Segundo a secretaria, a auxiliar de enfermagem envolvida foi demitida.
A secretaria afirmou ainda que lamenta a morte do bebê e disse que a direção do hospital está à disposição da família para esclarecimentos.

(Por Folha.com – 08/11/2011)

Mais um caso de erro grosseiro na saúde e, pelo que tudo indica, mais um profissional de enfermagem pode estar envolvido.
Como se não bastasse o caso das trocas dos frascos de soro por vaselina líquida, ocorrido em 2010 com a menina Stephanie Teixeira, de 12 anos, agora mais um erro que choca e que põe em alerta e desconfiança a qualidade do nível de milhares cursos de enfermagem espalhados pelo Brasil.
A procura pelo curso de técnico em enfermagem é grande, pois o mercado oferece muitas chances de emprego, seja na iniciativa privada, seja na pública. Daí, para atender essa demanda, surgem, cada vez mais, os cursinhos de técnico em enfermagem e, muitos deles, tem o aval do MEC para funcionarem. Mas infelizmente muitos não oferecem uma preparação adequada, muitos nem laboratório têm. Portanto falta fiscalização no setor. E talvez, esses erros freqüentes sejam um reflexo da má qualidade na formação dos profissionais em enfermagem.
É claro que, talvez, o problema não seja somente isso, mas não podemos aceitar como casos isolados os diversos fatos de erros grosseiros quem vêm acontecendo em várias cidades do país.
Talvez, o problema seja por outros motivos, como por pura falta de vocação do profissional, pois sem muitas opções no mercado, resolve seguir na área de saúde com promessas de conseguir mais facilmente um emprego, ou também, pelos baixos salários da categoria. É claro que falta de vocação e baixos salários não se confundem com falta de responsabilidade. Qualquer um em sã consciência sabe que o momento da aplicação de um medicamento em outra pessoa é um momento crítico, portanto, deve-se redobrar a atenção e, principalmente, ter a certeza de que aquele medicamento é o receitado pelo médico.
O MEC tem que fazer o seu papel, isto é, fiscalizar as instituições de ensino profissionalizante de enfermagem espalhados pelo país.
Os conselhos regionais de enfermagem também têm sua parcela de culpa, pois são através de suas licenças (anuidade do COREN) que os técnicos em enfermagem podem exercer a sua profissão.
As instituições de saúde, sejam públicas ou privadas, devem realizar uma seleção rigorosa na escolha de seus profissionais para que casos como o bebê de 12 dias e de Stephanie Teixeira sejam considerados fatos isolados.

(Por Franco Aldo – 09/11/2011 – às 11:24hs)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Cinegrafista Morre em Favela do Rio - Estado e PM são responsáveis?

Após morte de cinegrafista, favela continua ocupada pela PM

Ao menos um fuzil AR-15 foi apreendido após a morte do repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Gelson Domingos da Silva, 46, na favela de Antares, em Campo Grande, zona oeste do Rio. Domingos foi assassinado na manhã de domingo (6) com um tiro de fuzil supostamente disparado por um traficante durante confronto com a Polícia Militar.
A operação policial terminou na noite de domingo, com quatros suspeitos mortos e nove presos. Além do fuzil, a polícia apreendeu três pistolas, quatro carregadores de fuzil, três carregadores de pistola, cinco rádios transmissores, 2.000 papelotes de cocaína, 100 pedras de crack, 13 frascos de lança-perfume (loló), 1.500 porções de maconha, 10 motos, um celular e R$ 3.154.
O objetivo da ação era checar informações da área de Inteligência do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque de que líderes do tráfico fortemente armados se reuniam no local. No entanto, apenas o suspeito Renato José Soares, conhecido como "BBC", apontado como gerente do tráfico, estava entre os presos.
Não foi registrado tiroteio na região na madrugada desta segunda-feira. No início da manhã, homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 2º CPA (Comando de Policiamento de Área) reforçaram o policiamento na favela.
O corpo do cinegrafista Gelson Domingos será enterrado nesta segunda-feira no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. A cerimônia está marcada para as 15h.
De acordo com o Grupo Bandeirantes, que lamentou a morte do funcionário, Silva deixa três filhos, dois netos e esposa.
Antes de trabalhar para a Band, ele tinha passado por outras emissoras, como SBT e Record. Integrava a equipe da TV Brasil havia dez anos, e na emissora estatal conquistou um Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com o trabalho "Pistolagem", sobre assassinatos na região Nordeste. Nos últimos dois meses, conciliava a estatal com a TV Band, no programa "Brasil Urgente Rio".
Segundo a empresa, "sempre foi reconhecido pela experiência e cautela no trabalho que exercia". "O Grupo Bandeirantes se solidariza com a família e está prestando toda a assistência", diz a nota.

(Por DIANA BRITO – Folha. Com - 07/11/2011 - 10h21)

A favela de Antares, em Santa Cruz, é considerada uma das mais violentas do Rio de Janeiro. A história de descaso e abandono pelo poder legal nessa região ultrapassa décadas, e a violência sempre foi sua marca maior.
Antares fica localizada em Santa Cruz, um longíquo bairro do Rio de Janeiro. Longe dos prazeres que o Rio oferece, Santa Cruz é um bairro rural, mas que possui, hoje, muitas indústrias, além de um forte comércio.
O conjunto habitacional de Antares foi construído na periferia de Santa Cruz entre os anos 70 e 80, junto com outros conjuntos como o Otacílio Camará (Cezarão), Olímpio dos Santos (Urucânia) e João XXIII.
Nesses conjuntos, a violência sempre foi fator preponderante. Ainda me lembro dum episódio ocorrido há uns 15 anos, talvez menos, não me recordo, num confronto entre bandidos que tentavam tomar o ponto de vendas das drogas em Antares. Foi numa praça do bairro que uma verdadeira cena de filme de terror deu bom dia aos moradores, ao raiar do sol. A praça estava repleta de cadáveres, uns decepados, outros totalmente massacrados por tiros. Os corpos foram dispostos nos bancos, nos brinquedos do playground em todo lugar. Uma cena chocante que fez de Antares ser um lugar temido por todos, até pela polícia.
A morte do cinegrafista da Band, Gelson Domingos da Silva, 46 anos, põe em check algumas questões. A primeira diz respeito à responsabilidade da polícia militar na admissão da cobertura jornalística em confrontos com trocas de tiros, pois, hoje me dia, é comum equipes de reportagens acompanharem as operações policiais, seja no confronto com risco de tiroteio, seja na perseguição e captura de bandidos.
Até que ponto é viável a participação de jornalistas em operações policiais sem por em risco as suas próprias vidas?
É claro que quem entra com a polícia numa favela tem que estar preparado para o pior, mas de quem é a responsabilidade num caso fatal como o de Gelson? Da polícia? Da Band? É difícil apontarmos culpados, mas, talvez, a PM poderia ter sido um pouco mais prudente, quando permitiu a participação da equipe da Band tão próximo ao fogo cruzado. É um caso que tem que ser investigado.
A outra questão diz respeito à própria pocilga que se tornou o conjunto habitacional de Antares.
Os anos e anos de descaso do poder público transformaram o bairro num dos locais mais temidos do Rio de Janeiro. As respostas dos porquês de tudo isso podem ser encontrados na própria localização do bairro. Longe das grandes atrações turísticas do Rio, aliás, longe de tudo e de todos, o sentimento de pertencimento ao Rio de Janeiro passa longe para aqueles que vivem em Santa Cruz, principalmente em Antares.
‘Naturalmente’ o poder público tem muito mais preocupações em manter a ordem em locais mais próximos aos grandes pontos turísticos da cidade, geralmente locais muito mais valorizados, como a Zona Sul, parte da Zona Norte, Barra da Tijuca e outros pouquíssimos bairros do Rio de Janeiro. Os demais bairros, principalmente os localizados na Zona Oeste e Baixada Fluminense, ficam à deriva quando o assunto é segurança pública. Isso também é um fator que explica o surgimento das milícias, principalmente na Zona Oeste.
Antares é violento porque o estado permitiu ser violento. Lá, não mora artista da Globo. Turista que vem ao Rio nem sonha (ousa) pôr os pés por lá. Quem mora em Antares ganha mal, se veste mal, come mal, enfim... vive mal. Num grito de socorro, de lá, que interrompe o silêncio da noite, quem escutará? É claro que ninguém.
Teoricamente, Antares e Santa Cruz fazem parte do Rio de Janeiro... Mas apenas teoricamente.
A morte do cinegrafista da Band tem que ser investigada. Antares tem que ser tomado pelo poder legal constituído, e verdadeiros projetos de socialização devem ser implementados. É um lugar carente. Carece de tudo: de segurança, de saúde, de cultura... De amor.

(Por Franco Aldo – 07/11/2011 – às 12:18hs)

sábado, 5 de novembro de 2011

A Briga de Zezé e Luciano

Zezé di Camargo não nega separação e Luciano volta a falar sobre internação

Uma semana após ser hospitalizado, o cantor Luciano explicou, em detalhes, o que aconteceu na noite em que chegou a anunciar o fim da dupla que faz com seu irmão, Zezé di Camargo, há 20 anos. Os dois estão no Rio para duas apresentações no Citibank Hall, zona oeste da cidade.
"O que aconteceu no palco foi uma merda, mas o que aconteceu depois foi uma coincidência infeliz. Peguei numa caixa de diurético com a dose errada, de 5ml, quando na verdade tomo de 2,5ml, e não lembrei de tomar potássio. Como não bebo e nesse dia tomei uísque acabei dormindo muito. Se minha mulher não estivesse lá eu teria morrido, pois ela me viu suando frio", disse.
"E só soube disso tudo na terça-feira (8). Só lembro de ter falado besteira no palco. Mais nada", completou.
Os irmãos evitaram falar sobre o real motivo da briga e Zezé di Camargo mostrou-se incomodado com perguntas sobre o fim de seu casamento com Zilú.
"Isso é um assunto que diz respeito só a mim e à minha mulher. É muito particular", disse o cantor, que também não negou a separação. Segundo o cantor, ela está em Miami fazendo curso de inglês.
Presente no camarim após o show, a filha mais nova do casal, Camila Camargo, também não negou que os pais estejam separados.
"As pessoas gostam de falar. Minha mãe está ótima, mas isso é uma coisa dos dois. Meu pai brinca muito. Não se pode tirar ao pé da letra o que ele diz. O importante é a união da família e estão todos bem", disse.

(Por LUIZA SOUTO – Folha. Com – 05/11/2011 - 03h23)


Confesso que não sou fã de música sertaneja, mas reconheço a música sertaneja de raiz como uma espécie de jóia, identificadora dos costumes e tradições de um Brasil esquecido, selvagem. Um Brasil sedutor, um pouco mais livre das influências estrangeiras, portanto mais natural, mais espontâneo.
Assim como o samba, hoje, a música sertaneja sofre as deturpações de um meio carente de criatividade, do talento dos verdadeiros artistas, ávido apenas pelas cifras dos mega-shows.
Hoje, qualquer um que saiba tocar violão, que tenha uma voz razoável e um empresário forte pelos bastidores, pode formar dupla e ganhar rios de dinheiro. É o que eu chamo de ‘a indústria sertaneja’, pois assim como ‘pagode meloso’, que fala sempre das mesmas coisas (‘o corpo da mulher’, ‘o amor não correspondido’), empobrecem ainda mais o mau gosto da massa e contagia um espaço digno apenas dos verdadeiros artistas.
A dupla Zezé di Camargo e Luciano, assim como Chitãozinho e Chororó, e muitos outros, são artistas renomados. Já estão há muito tempo na estrada e, ultimamente, vivem uma espécie de sucesso nostálgico, pois são mais conhecidos pelas suas velhas canções. Pouca coisa produzida nos últimos anos vingou.
Talvez seja por isso que a dupla esteja em crise. Não importa se o pivô da briga foi a mulher do açougueiro ou as excentricidades de ambas as partes. Talvez o grande problema em tudo isso seja o próprio enfado, o desgaste. Uma separação pode ser o caminho certo para ambos. Talvez uma briga possa ser uma saída necessária para oxigenar e prolongar, um pouco mais, o fim de suas carreiras.
Só não consigo compreender do porquê de tanto frisson por causa disso. É natural na história da música, artistas brigarem e se separarem.
Quando a separação é prematura, podemos até lamentar e nos matarmos de saudade das composições de sucesso, como foi o caso do Secos & Molhados, mas quando há um desgaste de muitos anos de sucesso e quando, visivelmente, esse sucesso é mantido pelos ecos do passado, acho que os envolvidos têm que refletir o sentido de suas próprias existências.
Talvez, a repercussão da separação esteja mais ligada à imagem familiar da dupla, principalmente depois do filme, “Dois filhos de Francisco”. Um exemplo, digamos assim, de ruptura familiar, e ninguém, é claro, quer que termine assim.
Mas se for depender de seus últimos lançamentos, é melhor a dupla se aposentar mesmo.

(Por Franco Aldo – 05/11/2011 – às 11:15hs)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONTO: O Fim do Negro Antônio Bauduíno

Sônia levantou o corpo branco, nu e esguio; os seios arredondados do tamanho sem exageros e com bicos que, davam a indicação de prazer total, seduziam bocas sedentas que murmuravam gozos. A bunda grande e redonda era o esplendor em formosura, veludo dos mais caros, dos mais apetitosos..., uma obra de arte.
A trepada com o negro Antônio Bauduíno, seu companheiro de trabalho no posto de gasolina, fora maravilhosa. Nunca trepara assim antes. Foram mais de duas horas de carícias, de mordidas, de penetrações em posições diversas, num ritmo incessante, frenético. A intensidade fora obra do negro, enquanto a criatividade fora exclusivamente sua, pois Sônia era mulher amante, destruidora de lares, arrebentadora de corações ingênuos, sabia quase todas as posições do kamasutra. O negro, porém, não queria saber dessas coisas, a sua especialidade consistia na força, na resistência, no jorro forte do seu prazer animalesco. Os dois se amaram naquela noite quente de sexta-feira no Rio de Janeiro, noite com muitas estrelas que premeditavam na manhã seguinte um dia de muito sol, um convite a um banho de mar, um convite a mais um prazer.
Assim como Antônio Bauduíno, Sônia trabalhava num posto de gasolina em Campo Grande, era caixa. Morava em Bangu e vinha todos os dias de carro com o namorado, um tal de Janjão. Diziam por aí que era miliciano, mas antes de tudo soldado de polícia. Chegava às seis, tomava café com os demais funcionários e assumia o caixa do loja de conveniência.
Bauduíno, ou melhor, Baudo, como o conheciam, também chegava às seis, isto é, assim era o combinado com o patrão, mas quase todos os dias chagava atrasado e sempre tinha uma desculpa qualquer; a avó morreu, levou a mãe para o hospital, amanheceu com caganeira, estava doente... Todos sabiam que Baudo não tinha família no Rio e que suas desculpas eram a prova de noitadas com poucas, ou até mesmo, nenhuma hora de sono.
O ofício de Bauduíno era abastecer os tanques dos carros, era frentista. Gostava de trabalhar na bomba mais próxima da loja, tudo para ficar mais próximo de Sônia e, de quando em vez, dar umas piscadelas para a branca. O seu melhor momento consistia no pagamento em cartão de crédito pelos clientes, pois assim entrava na loja de conveniência e entregava o cartão à Sônia. Nesse curto momento, Baldo fazia galanteios, dizia coisas picantes, fazia pilhérias inocentes, piscava, mandava beijos, mas tudo do seu jeito tosco de homem bruto de pouca instrução, mas que para as mulheres, talvez, fosse o sonho ideal para uma fêmea sedenta de prazer.
Sônia, porém, não dava confiança. Todos sabiam de seu namorado e diziam que ele era ciumento e, às vezes, muito violento. Se na loja Sônia quase não olhava para o negro e muito menos trocava qualquer palavra, na cama, ela o devorava, comia-o completamente. Assim, viviam cada um do seu jeito, Bauduíno flertando diariamente e Sônia encenando um comportamento puritano de moça de família.
O negro Antônio Bauduíno viera da Bahia. Em Salvador, morou no morro do Capa-negro. Nessa vida já pousou de tudo; de malandro capoeirista, de lutador de boxe, de artista de circo, de líder do sindicato dos estivadores do cais do porto. Já fez o diabo. Certo dia resolveu partir para o Rio de Janeiro num navio cargueiro. Queria conhecer a cidade maravilhosa e sentir de perto os seus prazeres, mas prometera a Jubiabá, macumbeiro respeitado, que retornaria ao lar assim que fizesse fama.
Antes de partir, pai Jubiabá colocara uma figa no pescoço do negro, disse que daria sorte. Ao chegar ao Rio recebeu o convite de João Serapião para trabalhar no cais do porto. Serapião viajou no mesmo navio que Bauduíno e tinha muito conhecimento no cais do Rio de Janeiro. Mas o negro agradeceu o convite e disse que queria outros ares, já estava cansado de carregar peso e ganhar pouco. Queria um trabalho mais leve que ganhasse um pouco melhor. Foi assim que Bauduíno deixou o cais e partiu em direção à Central do Brasil, mas na Rua Marechal Floriano parou num botequim para beber cachaça e foi aí que conheceu Zé goela doce, poeta e cachaceiro famoso de Campo Grande. Em seus dias normais, Zé costumava freqüentar o bar dos petiscos, em Campo Grande, lá sim, era a sua jurisdição. Todos o conheciam. Era mestre nas rodas de samba, compunha para muita gente, recitava versos, apaixonava-se todos os dias, bebia muita cachaça, mas Zé gostava de trabalhar também. Próximo ao botequim amarelinho, na Marechal Floriano, Zé trabalhava num pequeno jornal, mas não era colunista, apenas um revisor das letras, apesar de muita coisa de sua criação fora publicada com outra autoria. Mas Zé não esquentava, pelo contrário, sentia orgulho e, às vezes, vendia versos ao preço de uma dose de cachaça, muito pouco? Para Zé não. Dinheiro não lhe faltava, pois se não o tinha, conseguia tudo o que queria no fiado mesmo. Zé goela doce era um homem livre, amante da vida, das mulheres, da cachaça.
Na conversa com Zé, Baldo se entusiasmou com o patrício, pois logo soube que Zé goela doce, também, era baiano. Assim, conversaram sobre a Bahia, sobre os seus mistérios. Beberam muito, cantaram Vinícius, descreveram as curvas ideais das negras baianas..., um encontro perfeito.
Na madrugada, Zé partiu para a Central do Brasil para pegar o último trem. Convidou Bauduíno a seguirem para Campo Grande. Lá o negro arrumaria serviço rápido. Zé conhecia muita gente do comércio, não demoraria a surgir uma vaga de atendente ou até mesmo de segurança. Baldo parou, pensou um pouco e respondeu:

– Mestre Zé, se não for dá trabalho, eu aceito. Fico muito agradecido pela gentileza.

E foi assim que os dois seguiram para Central, de um lado Zé Goela Doce no seu passo curto, mentalmente calculado, pois qualquer desequilíbrio poderia desvendar os litros e litros de cachaça que já bebera; do outro, Baudo com seu andar gingado, um pouco bêbado, mas firme, na confiança de um novo desafio, pois já fora lutador de boxe, artista de circo, trabalhara nas plantações de fumo, até líder sindical dos estivadores do cais do porto da Bahia já fora. E agora outro desafio, qual seria? Não o sabia, mas levava consigo a figa de Jubiabá e a esperança de voltar à Bahia com muitas histórias para contar.

Selma, a amiga perfeita

Selma era amiga íntima de Sônia. Muitos pensavam que eram irmãs. As duas tinham a mesma altura, o corte e a cor dos cabelos eram bem parecidos. De costas, as bundas se confundiam. As coxas alvas grossas e depiladas eram um convite ao prazer. A única diferença nas duas estava no fato de Selma usar óculos e ter os olhos verdes. No resto, pareciam irmãs gêmeas.
Mas existiam outros pormenores entre Sônia e Selma. Sônia era mulher amante, entregava-se ao prazer com o primeiro que conquistasse seu coração e não precisava ter dinheiro, se tivesse, estava perfeito, mas se fosse pobre, o macho deveria ser no mínimo forte, viril, homem segundo os gostos íntimos das mulheres, aliás, só as mulheres podem descrever de fato o que significa se deixar possuir por um homem que mais lembra um animal.
Selma era mais comedida, apesar de ser bem mais dissimulada que Sônia. Sônia não dava bandeira no trabalho, pois Janjão poderia descobrir. Sabe-se lá se o polícia não a estaria vigiando do outro lado da rua? Fora do posto e fora dos olhos de Janjão, Sônia se entregava à vida e aos seus amores.
Selma, porém, não se entregava a qualquer um. Outro dia, estava numa roda de samba em Santa Cruz. Fora convidada por Katião, amiga de muitos anos, comerciante de churrasquinho na Praça Bela. Quem não conhecia em Santa Cruz o apetitoso churrasquinho de Katião? Pois bem, Selma, por ser convidada de Katião, gozava de muita liberdade e respeito na roda de samba, tava pra nascer o abusado que lhe passasse a mão, pois quem compraria a briga seria Katião que trazia a navalha no peito.
Ramiro bom-de-papo bem que tentou. Abriu seu coração aos encantos de Selma, recitou pequenos trechos de poemas já há muito manjados. Contou histórias de feitos heróicos, cujo herói, ele mesmo, sempre se dava bem. Convidou-a para um baile nos Acadêmicos de Santa Cruz, e assim por diante... Ramiro não era o tipo de homem que Selma precisava. Selma gostava de homens inteligentes, safados e de preferência com dinheiro. Não seria qualquer pé-rapado que saborearia seu corpo esguio, em forma, novinho, pois Ramiro trabalhava no jogo do bicho, era apontador. Que futuro teria com um homem que deixava a unha do dedo mindinho das mãos crescer para poder tirar cera dos ouvidos? Portanto estava fora de cogitação...
Apesar de ser exigente, Selma tinha seus pontos fracos. Certa vez encontrou com Sônia num pagode em Campo Grande. As duas combinaram de se encontrar para aproveitarem o pagode juntas. Sônia estava com Baldo, Selma, porém, não arranjara ninguém, estava só, para deleite de todos os homens do pagode.
Foi nessas circunstâncias que uma porradeiro danado surgiu do nada. Um engraçadinho tentou bolinar Selma. Baudo que tinha saído pra comprar cerveja, não presenciou o fato, mas nem precisava, o barulho chegou até o caixa, pois Selma deu um soco fenomenal no queixo do atrevido que caiu desmaiado no chão. Só que surgiram do nada alguns caras que eram amigos do sujeito desmaiado. Tinha um moreno forte que era muito abusado, metido a fortão e a bater em todo mundo. Pegou Sônia pelos cabelos e começou a gritar com ela. Os seguranças não se atreveram a separar, talvez, achavam justo o troco na branca. Foi assim que Baudo, o boxer, entrou em ação. Com um rabo-de-arraia derrubou o covarde no chão, pois odiava homem que batia em mulheres. O moreno levantou um pouco zonzo e logo mais dois caras se juntaram contra Baudo. Selma saiu de fininho, foi ficar junto com Sônia que se deleitava dizendo aos outros, ‘esse é meu macho’. Os três vieram com fúria pra cima de Baudo que num gingado de capoeira meteu o pé nas caras dos três, quase simultaneamente. Caídos, os três perceberam que não conseguiriam derrubar o negro. Saíram dali às carreiras, com vergonha de todos.
Baudo foi ovacionado pela multidão que aplaudia a coragem do negro. Foi nessa noite que Sônia teve a idéia de comemorar os três juntos num motel ali perto. Selma, muito feliz por ter sido salva de um espancamento certo, aceitou de imediato, mas antes queria tomar todas para chegar anestesiada na hora da suruba.
Ao fim do pagode, lá pelas 4 da manhã, os três saíram agarrados um ao outro, quase cambaleando. O motel ficava a umas duas quadras do pagode, portanto seguiram a pé. Só que nesse trajeto, um carro cheio de cabeças parou. Desceram quatro sujeitos armados. Não tinha jeito de Baudo escapar. Bêbado,o negro pensou que fossem até da polícia.
Espancaram Sônia e Selma até as deixarem desacordadas. Selma perdeu quase todos os dentes. Sônia foi estuprada – talvez até gostou – e teve suas roupas rasgadas.
Bauduíno, porém, apanhou bastante e foi jogado no porta-malas do carro.
Ninguém nunca mais ouviu falar no negro.
Duas semanas depois do ocorrido, Sônia lembrava com saudades o sorriso quase desdentado do negro. Nesse mesmo dia, percebeu em sua bolsa uma figa que pertencia a Baudo. Não sabia ela que aquela figa tinha sido presente de Jubiabá, o maior macumbeiro da Bahia. Foi numa noite de amor qualquer que Baudo, com medo de perder a figa, a tirou do pescoço e a colocou na bolsa de Sônia.

FIM.

(Por Franco Aldo – Cuiabá – 04/11/2011)

Viva ao Câncer!

Câncer pode 'dar mais peso' a indicações de Lula, diz 'Economist'

Uma reportagem publicada na edição desta sexta-feira (4) da revista "The Economist" afirma que o câncer deve reduzir a participação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas eleições municipais de 2012 mas dar, por outro lado, mais peso a suas indicações de candidatos.
A reportagem intitulada "Uma nova batalha para Lula" analisa as implicações políticas do diagnóstico do câncer do ex-presidente, que começou a fazer tratamento de quimioterapia no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, nesta semana.
"Tirando uma recuperação impressionante, os candidatos do PT em 2012 terão de fazer campanha sem ele [Lula]", avalia a revista.
"Mas as palavras que ele proferir serão difíceis de ignorar. O sentimento de solidariedade com ele dará mais peso às suas indicações de candidatos e pedidos de unidade na coalizão."
O artigo rejeita as alegações, feitas por críticos, de que a atual presidente, Dilma Rousseff, discípula de Lula, age na sombra de seu mestre. "Ela pode facilmente permanecer de pé nas próprias pernas", afirma.
"O seu forte desempenho afastou a ideia, e o próprio Lula já disse que apoiaria a sua reeleição em 2014."
Sobre a possibilidade de o próprio Lula sair candidato nas próximas eleições presidenciais, como, segundo a revista, têm sugerido diversos membros do PT, a reportagem diz que esta hipótese fica mais distante --por enquanto-- com o câncer de Lula.
"Como Dilma Rousseff mesmo comprova, sobreviventes de câncer podem ser eleitos presidente do Brasil. Mas embora os médicos de Lula digam que o prognóstico dele é 'muito bom', tais vozes agora devem ficar em silêncio -- pelo menos por enquanto."


(Por BBC BRASIL 04/11/2011 - 08h35)


Ora, se por um lado, o câncer pode acabar com a existência do nosso ex-presidente, por outro, pode significar mais uma arma, aliás, um aliado para as futuras eleições.
É claro que Lula vai usar a doença e a sua imagem debilitada para consolidar de vez o seu estilo ‘messias dos mais necessitados’. E como a doença está ainda em fase inicial, as chances de Lula sair vencedor serão grandes.
Quando Lula deixou o governo para a Presidenta Dilma, ficou claro que seu retorno seria breve, até porque, antes mesmo das eleições, as ameaças de ‘um golpe’, com uma emenda constitucional, na mudança do período do mandato presidencial de 4 para 5 anos foram quase concretizadas, cogitou-se até um período de 6 anos. Mas, talvez, com receios de que com isso a popularidade de Lula fosse afetada, o PT e seus aliados decidiram esquecer da idéia e apoiar uma espécie de fantoche de Lula. Dilma foi a pessoa certa.
Das duas uma. Se Lula superar o câncer a tempo, será novamente eleito presidente do Brasil. Caso seu estado de saúde piore, vai apoiar alguém que possa prosseguir com o ninho articulador de sua política populista. Não se surpreendam se figuras desgastadas, como Palocci, Dirceu, Genuíno, Marta e outros nomes, surjam das profundezas do inferno arrebanhando o povo pobre e ignorante numa espécie de novo êxodo.
Na verdade, ‘o câncer do Lula’, aliás, o câncer de Lula, no fim das contas, parece ser mais um aliado aos interesses políticos e manipuladores do PT e do PMDB de Sarney.
Viva ao câncer!

(Por Franco Aldo – 04/11/2011 – às 09:32hs)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lula: câncer, abstinência, próximo mandato, Moisés e o Mar Vermelho

Quando foi anunciado o câncer de laringe do ex-presidente Lula, eu estava trabalhando e não dei tanta importância ao assunto, mas só depois percebi como uma doença como essa pode trazer malefícios e benefícios simultâneos.
Seria idiotice da minha parte suspeitar de uma verdadeira tempestade no copo d’água, mas quando o assunto é câncer, devemos temer até o último fio de cabelo.
Lula está com câncer na laringe. Vai ficar por algum tempo sem falar e não poderá ingerir bebida alcoólica.
Mas, e daí?
Lamento ex-presidente, lamento muito por essa terrível doença, mas veja o lado positivo da coisa: você ficará um bom tempo sem maltratar os ouvidos do povo brasileiro com promessas messiânicas e discursos vazios. Talvez o mais chato nisso tudo seja a abstinência ao mé, à cachaça, à pinga, ou polidamente falando, a qualquer tipo de bebida alcoólica.
Mas, se é ruim por um lado ex-presidente, será bom por outro, veja só; a sua saúde vai agradecer e a sua imagem vai rejuvenescer, ou você prefere a aparência de um Antônio Conselheiro?
Tenho certeza que até o fim do mandato da presidenta Dilma, o senhor já estará 100 porcento e pronto para assumir pela terceira vez o cargo maior da nação.
Sei que essa doença é obra do acaso, para não dizer de Deus. Sei que não estão aproveitando esse momento para te martirizar, nada disso. A doença é grave, mas como bom redentor, o senhor vai sair dessa, num passe de pura mágica..., ou truque?
Ex-presidente Lula, estaremos esperando o momento em que você, assim como Moisés, baterá o seu cajado no chão e abrirá as águas do Mar Vermelho, que por aqui pode ser associado ao mar de lama do congresso, mas só espero, que durante a sua próxima passagem, a lama não se feche.
Seria triste ver um líder mais espiritual do que político morto pelos próprios erros.

(Por Franco Aldo – 03/11/2011 – às 08:57hs)