Sejam Bem-Vindos!

O Botequim é um espaço democrático e opinativo sobre os mais diversos assuntos, envolvendo a sociedade brasileira e o mundo.

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sábado, 31 de março de 2012

MOSTRA NELSON RODRIGUES NO CCBB


Nelsinho Rodrigues (de cabeleira e corcunda) vistoria os preparativos.
Eu estava no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, na sexta, dia 23, quando soube da triste notícia da morte de Chico Anysio. Fui ao CCBB, pois soube da exposição interativa sobre Nelson Rodrigues e da encenação da peça Vestido de Noiva, por isso fui conferir. Mas, o centro cultural estava muito cheio e o cenário da peça de Nelson Rodrigues ainda estava sendo montado. 
Infelizmente, os ingressos para o espetáculo, que custa irrisórios R$ 6,00, estavam esgotados até o dia 1º de abril. 
A exposição vai até o dia 6 de maio e vale a pena conferir, além da encenação de Vestido de Noiva, o público pode interagir sobre a vida e as obras de Nelson Rodrigues através de tablets.

FESTA DIGNA A UM GRANDE JOGADOR

Assisti ao finalzinho da partida comemorativa da despedida do jogador Edmundo, pelo Vasco da Gama, contra o Barcelona do Equador. O placar foi o de menos, 9 X 1 para o Vasco. 
No futebol, Edmundo é conhecido pelo codinome “animal”. O apelido foi posto pelo narrador esportivo Osmar Santos, pois além de detentor de um futebol de talento, de rara habilidade e disposição física, Edmundo foi uma espécie de jogador “bad boy”, muito temperamental. 
O jogador iniciou sua carreira no Vasco, nos idos de 1992. Passou por clubes importantes do Brasil como Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense e Santos. No futebol internacional, jogou no Nápoli, Fiorentina e esteve de passagem pelo futebol japonês. 
Se não foi no Vasco as suas maiores conquistas (pelo Palmeiras, os brasileiros de 1993 e 1994), pelo menos conquistou o título do brasileiro de 1997, fazendo dupla com Evair. O time tinha no elenco nada mais que Pedrinho, Felipe, Juninho, Ramon e Odvan e, os veteranos, Carlos Germano, Mauro Galvão, Luisinho. Ele marcou 29 gols no campeonato, superando em um gol o recorde do atleticano Reinaldo, que durava 20 anos. Seu recorde só iria cair quando o Brasileirão adotou o sistema de pontos corridos, em 2003, onde há turno e returno entre todos os times e, com isso, mais jogos. Nove desses gols são lembrados em especial: os seis da vitória por 6 x 0 sobre o União São João, em noite em que ele inclusive perdera pênalti; e três na vitória por 4 x 1 sobre o arquirrival Flamengo nas semifinais, na noite em que ele superou Reinaldo. 
Foi devido à conquista do brasileiro de 1997 que Edmundo ganhou o respeito pelos torcedores do Vasco e entrou, de vez, para a seleta galeria dos ídolos do clube cruzmaltino. 
A festa foi maravilhosa, digna do talento e da história do jogador. 
Mesmo com histórias polêmicas, tanto nos gramados, quanto fora deles, Edmundo foi um jogador diferente. Não chegou a ser um Heleno de Freitas, mas foi mais um jogador de raro talento, cujo temperamento, muitas vezes, foi manchete dos jornais e das conversas de botequins.
Quem não se lembra da reboladinha ante o zagueiro Gonçalves do Botafogo, na decisão do estadual de 1997, entre Vasco e Botafogo? Ou então, do grave acidente de carro que foi responsabilizado pelas mortes de três pessoas, em 1995, na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio? 
Independente do que tenha feito de ruim fora de campo, o que vale na despedida é o que ele fez dentro de campo. As torcidas do Palmeiras e do Vasco agradecem. 
Parabéns torcedor vascaíno pela grande festa a um grande jogador.

quarta-feira, 28 de março de 2012

CHAMPIONS LEAGUE E O ADEUS A MILLÔR


Neutralizado. Messi não conseguiu converter em gol as suas jogadas.
MILAN X BARCELONA

Apesar de ter permanecido com mais tempo com a bola, o Barcelona não conseguiu fazer mais uma vítima em jogo pelas quartas-de-final da Champions League. A partida com Milan, disputado no estádio San Siro ,em Milão, foi muito equilibrada e comprovou a força do time italiano.
O Milan poderia ter decidido o jogo logo no início da partida, num gol incrível perdido pelo brasileiro Robinho: numa jogada de Boateng que avançou com a bola até a entrada da área e carimbou zagueiro adversário. No decorrer do lance, Ibrahimovic cabeceou, e totalmente livre, na pequena área, Robinho mandou a bola muito acima do travessão.
O ritmo do primeiro tempo era alucinante. Minutos depois, os donos da casa voltaram a perder uma chance clara. Ibrahimovic recebeu belo passe de Seedorf para bater na saída do goleiro, mas chutou fraco. O Barça rebateu em rápida tabelinha entre Xavi e Messi, que terminou em chute do espanhol e boa defesa de Abbiati. Xavi, Messi e Sanchez ainda tiveram outras boas três chances antes do final do primeiro tempo.
O ritmo da partida caiu bastante na etapa final. O Milan seguiu esperando os ataques do adversário, que já não conseguiu furar a defesa italiana com a mesma facilidade. A grande chance da vitória catalã veio perto dos acréscimos: Messi chutou para defesa de Abbiati, e Tello, que entrou bem na partida, quase chegou no rebote.
O empate provou que o Milan tem condições de desclassificar o Barcelona – considerado o maior time do mundo.
A vaga para as semifinais da Champions League será decida no estádio Camp Nou, em Barcelona, no dia 03 de abril. Com certeza será um jogo inesquecível que poderá, entre outras coisas, trazer surpresas como uma possível desclassificação do Barcelona. Será?



A irreverência de Millôr.

MILLÔR FERNANDES

O cartunista, escritor e humorista Millôr Fernandes faleceu nesta terça-feira, dia 27 de março, aos 87 anos, no Rio de Janeiro.
Ele estava em casa quando foi acometido por falência múltipla dos órgãos.
Millôr é considerado o patrono dos cartunistas brasileiros e fez história, também, no jornalismo brasileiro. Foi colaborador da revista O Cruzeiro – famosa na década de 40 – e do jornal O Pasquim (1969).
Sem dúvida, a morte de Millôr foi uma perda inestimável para a história do jornalismo-satírico e do cartunismo nacional.
O corpo será velado a partir das 10h de quinta-feira (29) no cemitério Memorial do Carmo, no bairro do Caju, no Rio. Segundo a assessoria do cemitério, o corpo será cremado no Crematório da Santa Casa.

terça-feira, 27 de março de 2012

O FLAMENGO E A LOCANTY

Depois que a Globo desvendou o esquema fraudulento nas licitações de serviços em hospitais públicos no Rio, escancarando uma podridão que, se não era e nunca havia sido (foi) novidade pra ninguém, pelo menos deu nomes aos bois e traçou claramente a ousadia de empresas que manipulam e envenenavam a livre concorrência, com o único objetivo de depreciar os cofres públicos.
Empresas picaretas como a Locanty Soluções, Toesa Service, Bella Vista Refeições Industriais e Ruffolo Serviços Técnicos e Construções são as principais envolvidas no escândalo fraudulento de licitações de serviços públicos em hospitais, principalmente com o hospital da UFRJ.
Serviços básicos como limpeza, coleta de lixo, fornecimento de refeições e lavagem de roupa tinham contratos milionários, a preços bem acima da concorrência.
Para a efetivação da fraude, o gestor do hospital recebia propina em torno de 15% do valor contratual e a garantia de que o serviço seria prestado na surdina sem levantar suspeitas, portanto um ajuste perfeito: o gestor levava o seu e as empresas consolidavam sua máfia.
Tudo isso foi filmado e diversas pessoas ligadas às empresas (empresários e gerentes) foram comprometidas por declarações bombásticas e chocantes. Imperou, segundo eles, a “ética do mercado”.
Pois bem, hoje, na coluna de Renato Maurício Prado, do jornal O Globo, entre e outras coisas, o colunista esportivo procurou saber da Presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, qual a relação de uma das empresas envolvidas no escândalo – a Locanty – com o clube mais popular do país.
Segundo Prado:

Renato — disse ela com a voz tranqüila e educada de hábito —, conheci o João (Barreto, dono da empresa), no inicio do mandato, quando ele tinha um camarote do lado do nosso (do Flamengo), no Maracanã. Certo dia, ele nos visitou, contou que era rubro-negro apaixonado e que queria ajudar. Como precisávamos podar árvores e recolher lixo na Gávea e no Ninho do Urubu, e a empresa dele faz isso, aceitamos. A questão do título honorário vem daí, em agradecimento à boa vontade dele em nos auxiliar, algumas vezes até gratuitamente. Ninguém podia adivinhar que a empresa apareceria envolvida no que apareceu...

No mundo do futebol é comum que clubes, muitas vezes, sejam patrocinados por pessoas – jurídicas ou físicas – de conduta e caráter suspeitos, como bicheiros, atravessadores, contrabandistas, mafiosos, traficantes, ... e por aí vai.
Como pequeno exemplo, foi assim que o Bangu, financiado por Castor de Andrade, brilhou na década de 80, chegando a ser vice-campeão brasileiro de 1985. Foi assim também que o Botafogo, em 1989, financiado por Emil Pinheiro, quebrou seu jejum de títulos ao ser campeão carioca invicto daquele ano.
Nos casos acima, os clubes estavam ligados a contraventores (donos de banca do jogo-do-bicho), não a criminosos. Portanto, pessoas ligadas a atividades que não chegava a se consolidar como crime.
Na Itália, na década de 80, quando o Nápoli montou seu escrete com Maradona, Careca e Alemão, havia suspeitas que a máfia de Nápoles financiava os rios e rios de dinheiro que eram investidos no clube. Aliás, todo mundo sabia, mas não havia provas concretas.
No caso do Flamengo, um time popular, que depende de sua imagem para vender e se fazer o time do “bem”, da massa, não fica nada legal a associação com empresas como a Locanty, que segundo a própria presidenta, era logomarca do uniforme rubro-negro, no futebol de areia, no Mundialito de 2011.
Portanto, existem provas da associação do Flamengo com a Locanty, conforme as próprias declarações da Presidente, e da inidoneidade da empresa, após as denúncias do Fantástico.
As associações do Flamengo com empresas picaretas, o envolvimento de jogadores com o crime organizado e com assassinatos, tudo isso tem feito, nos últimos anos, uma imagem negativa do rubro-negro carioca: inconscientemente é o preto e vermelho associado ao crime.

segunda-feira, 26 de março de 2012

CONVENIÊNCIA DE SER COVARDE


Há tempos, fui à rua Bariri, ver um jogo do Fluminense. E confesso: — sempre considerei Olaria tão longínqua, remota, utópica como Constantinopla, Istambul ou Vigário Geral. Já na avenida Brasil, comecei a sentir uma nostalgia e um exílio só equiparáveis aos de Gonçalves Dias, de Casimiro de Abreu. Conclusão: — recrudesceu em mim o ressentimento contra qualquer espécie de viagem. Mas, enfim, cheguei e assisti à partida. Nos primeiros trinta minutos, houve tudo, rigorosamente tudo, menos futebol. Uma vergonha de jogo, uma pelada alvar, que não valia os cinco cruzeiros do lotação. E, súbito, ocorre o episódio inesperado, o incidente mágico, que veio conferir ao match de quinta classe uma dimensão nova e eletrizante.
Eis o fato: — um jogador qualquer enfiou o pé na cara do adversário. Que fez o juiz? Arremessa-se, precipita-se com um élan de Robin Hood e vem dizer as últimas ao culpado. Então, este não conversa: — esbofeteia o árbitro. Ora, um tapa não é apenas um tapa: — é, na verdade, o mais transcendente, o mais importante de todos os atos humanos. Mais importante que o suicídio, que o homicídio, que tudo o mais. A partir do momento em que alguém dá ou apanha na cara, inclui, implica e arrasta os outros à mesma humilhação. Todos nós ficamos atrelados ao tapa.
Acresce o seguinte: — o som! E, de fato, de rodos os sons terrenos, o único que não admite dúvidas, equívocos ou sofismas é o da bofetada. Sim, amigos: — uma bofetada silenciosa, uma bofetada muda, não ofenderia ninguém, e pelo contrário: — vítima e agressor cairiam um nos braços do outro, na mais profunda e inefável cordialidade. É o estalo medonho que a valoriza, que a dramatiza, que a torna irresgatável.
Pois bem: — na bofetada de Olaria não faltou o detalhe auditivo. Mas o episódio não esgotara ainda o seu horror. Restava o desenlace: — a fuga do homem. Pois o juiz esbofeteado não teve meias medidas: — deu no pé. Convenhamos: — é empolgante um pânico assim taxativo e triunfal, sem nenhum disfarce, nenhum recato. Digo “empolgante” e acrescento: — raríssimo ou, mesmo, inédito.
Via de regra, só o heroísmo é afirmativo, é descarado. O herói tem sempre uma desfaçatez única: — apresenta-se como se fosse a própria estátua eqüestre. Mas a covardia, não. A covardia acusa uma vergonha convulsiva. Tenho um amigo que faz o seguinte: — chega em casa, tranca-se na alcova, tapa o buraco da fechadura e só então, na mais rigorosa intimidade — apanha da mulher. Mas cá fora, à luz do dia, ele é um Tartarin, um Flash Gordon, capaz de varrer choques de polícias especiais.
Pois bem. Ao contrário dos outros covardes, que escondem, que renegam, que desfiguram a própria covardia — o juiz correu como um cavalinho de carrossel. Note-se: há hoje toda uma monstruosa técnica de divulgação, que torna inexeqüível qualquer espécie de sigilo. E, logo, a imprensa e o rádio envolveram o árbitro. Essa covardia fotografada, irradiada, televisionada projetou-se irresistivelmente. E quando, em seguida, a polícia veio dar cobertura ao árbitro, este ainda rilhava os dentes, ainda babava materialmente de terror. Acabado o match a multidão veio passando, com algo de fluvial no seu lerdo escoamento. Mas todos nós, que só conseguimos ser covardes às escondidas, tínhamos inveja, despeito e irritação dessa pusilanimidade que se desfraldara como um cínico estandarte.


[Manchete Esportiva, 17/12/1955]

Nelson Rodrigues escreveu a magnífica crônica “Conveniência de ser covarde” e publicou no jornal Manchete Esportiva, em 1955. Faz parte também do livro O Berro Impresso das Manchetes: Crônicas Completas da Manchete Esportiva 55-59, Agir, 2007.
O assunto é do tipo que Nelson difundia em suas peças teatrais, nos seus textos, e trata de uma distorção de caráter que é comum em qualquer sociedade, a covardia. Mas o exemplo de covardia estampada por Nelson, talvez, seja a mais corajosa, a mais sublime, pois tratasse de uma covardia escancarada, não velada.
O ato covarde do juiz, de levar na cara e sair correndo, retrata não só o covarde interior que existe em cada um de nós, mas um momento que “não dá para fingir ser durão”, e como não houvesse alternativa, a covardia do juiz, talvez, seja a coragem que faltava.
A cena tornou, portanto, o ato covarde no mais puro retrato de uma sociedade que vive fingindo ser o que não é.

O BOTAFOGO E A TAÇA RIO

No sábado, o Botafogo não precisou jogar bem para vencer o fraco Duque de Caxias por 2 X 0. Os gols foram marcados por Fellype Gabriel, destaque do Botafogo na Taça Rio, e por Jóbson, ligeiramente impedido.
O sábado estava abafado e prometendo chuva, o Engenhão vazio, muito vazio. O público presente não chegou a 5.000 e o pagante por volta de 2.300. No vazio estádio, quase 5.000 apaixonados pelo Botafogo gritavam sem o apoio da bateria das torcidas organizadas, portanto também sem o espetáculo das bandeiras alvinegras que, por sinal, são as mais belas diante das outras torcidas dos quatro grandes times do Rio.
Todo esse clima tinha um porquê, se no dia 18 vencemos bonito o Vasco por 3 X 1, com atuação de gala de Fellype Gabriel; na quarta, o Botafogo conseguiu disseminar uma ponta de insatisfação e frustração na torcida ao conseguir uma sofrida classificação na Copa do Brasil sobre o “timaço” do Treze da Paraíba, sem conseguir vencê-lo nos 90 minutos. Portanto, isso tudo já foi suficiente para aguçar a desconfiança do torcedor do Botafogo – pois torcedor do Botafogo é o mais ressabiado de todos – que preferiu ficar em casa a comparecer a um jogo fraco com ingresso caro (leste inferior R$ 30,00).
O placar de 2 X 0 poderia ter sido mais elástico, pois o Botafogo perdeu uma infinidade de gols feitos.
Os destaques negativos do jogo foram Elkeson, Herrera e Felipe Menezes.
Bem, mesmo não jogando bem, o time pelo menos venceu e assumiu a ponta do grupo “A”, com 13 pontos, seguido pelo seu carma, o Flamengo com 12.
Na 6ª rodada, o Botafogo joga clássico com o Fluminense, no domingo, dia 01 de abril. Também no dia 1º, o Flamengo joga com o Bangu que surpreendentemente é o líder do grupo “B”, com 9 pontos.
Mesmo com algumas estranhezas, como o líder Bangu, que na Taça GB foi o lanterna do grupo “B”, e a grande surpresa, o Macaé, que perdeu inexplicavelmente para o Americano por 3 X 1, o campeonato carioca não deve fugir do normal. Ainda acredito que Vasco e Fluminense serão os classificados do grupo “B” e o Botafogo e Flamengo serão os representantes do grupo “A”.
Ontem, o Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, foi convidado do programa Esportevisão, da Rede Brasil. Além de ter sido muito elogiado pela sua gestão frente ao comando do Botafogo, Assumpção garantiu que contratará um zagueiro, dois laterais e mais um meia, a pedido de Oswaldo de Oliveira.
Vamos esperar então as contratações, pois contar com Fábio Ferreira e Márcio Azevedo para o campeonato brasileiro é ter a certeza de falhas mortais.

sexta-feira, 23 de março de 2012

OBRIGADO, CHICO

Na minha época de moleque, quando se falava em humor, de risadas no âmbito tupiniquim, figuras como Os trapalhões, Carlos Alberto de Nóbrega, Jô Soares e o inesquecível Chico Anysio eram referências consagradas, sinônimo de muitas gargalhadas.
Chico Anysio era diferente de todos eles, pois incorporava personagens das mais diferentes espécies: alguns sem caráter algum, outros repletos de uma genuína brasilidade, seja por estereótipos religiosos, políticos, esportivos. Na verdade, a mais pura representatividade do brasileiro, envolto em todas as desgraças e problemas sociais que solapam nosso cotidiano, nossos costumes, mas, representados e vivificados na atmosfera de um humor inteligente e minucioso.
Não dá para se esquecer de personagens antológicos como Professor Raimundo, Bento Carneiro, Painho, Alberto Roberto, Azambuja, Bozó, Coalhada, Haroldo, Tim Tones e dezenas de outros personagens inesquecíveis. Todos eles eram diferentes entre si, mas todos carregavam uma parte da persona do comediante que soube muito bem emprestar um pouco de algo tipicamente seu, o carisma.
Chico era tão rico com seus personagens, que o expectador podia dar-se ao luxo de escolher seu quadro predileto. Este eu não gosto, mas aquele é demais.... E por vai.
Hoje, dia 23 de março de 2012, Chico Anysio nos deixou, não faz mais parte desse plano terrestre, mas seu trabalho ficará imortalizado na história do humor e da televisão brasileira.
Obrigado Chico Anysio. Obrigado pelos milhares de sorrisos.

quinta-feira, 22 de março de 2012

HOMENAGENS A NELSON RODRIGUES

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) dedica, a partir do dia 21 de março, exposição sobre a vida e as obras de Nelson Rodrigues, através da interatividade com tablets e com a reencenação da peça Vestido de Noiva de 1943, sob direção de Caco Coelho.

A exposição vai até o dia 6 de maio e a entrada custa R$ 6,00.

Maiores informações:

CCBB – Tel: 0213808-2020.

A partir do dia 27 de março, o Festival de Teatro de Curitiba traz duas adaptações de textos de Nelson Rodrigues que não foram escritos para os palcos. São eles Escravas do amor (1944), título originalmente publicado em forma de folhetim, e o seu único romance O casamento (1966). A direção de ambas as montagens é de João Fonseca e interpretações do grupo carioca Os F... Privilegiados.

O Festival de Teatro de Curitiba vai até o dia 8 de abril e a entrada custa R$ 50,00.

Maiores informações:

NA COPA DO BRASIL, MAIS UMA CLASSIFICAÇÃO SOFRIDA

Para os clubes de série “A”, os primeiros jogos da Copa do Brasil, teoricamente, são os mais fáceis. Até o regulamento dá “uma força” ao visitante – que geralmente é um time de série “A” –, no primeiro jogo, ao permitir que uma vitória do visitante por uma diferença de 2 (dois) gols elimina o jogo de volta.
O grande clube, portanto, viaja a um cafundó qualquer para enfrentar o modesto time local, se a vitória for por uma diferença de 2 gols, subtende-se que o time mais fraco não tem condições de reverter o saldo de gols na casa do grande time. Assim, a classificação do grande clube fica mais facilitada.
Pois bem, mas alguns grandes clubes do futebol brasileiro têm uma imensa dificuldade de se impor a um clube pequeno nessa fase da competição, e isso pode significar sintomas de falhas cruciais que poderão refletir pelo resto do ano. A falta de um bom planejamento no início da temporada, má qualidade do elenco – que necessariamente não denota falta de recursos – e, o mais comum, a falta de dinheiro para grandes contratações, são os principais fatores que “apequenam os grandes neste início de temporada”.
Mas seria uma injustiça não levarmos em conta o mérito do time pequeno que, às vezes, consegue eliminar um grande, jogando um futebol competitivo, se não tão técnico, mas de muita marcação e vontade. É claro que ontem, não o foi o caso do Treze da Paraíba, mas o ‘Galo da Campina’ quase conseguiu eliminar um clube que já sofre há algum tempo com eliminações precoces na Copa do Brasil, sem falar no “traumatismo cardiorrespiratório” das penalidades máximas.
O Botafogo mal iniciou a Copa do Brasil e já sentiu, como nas últimas três edições, que se não abrir o olho, não conseguirá chegar às oitavas-de-final.
Em 2009, na primeira fase, eliminou o jogo de volta ao vencer o Dom Pedro/DF por 2 X 0 em Brasília, mas lembro muito bem que o time do Botafogo jogou mal, não convenceu. Na segunda fase, o adversário foi o Americano de Campos, um velho conhecido do Glorioso, que já fora protagonista de jogos duros e decisivos pelo campeonato carioca. O resultado foi surpreendente. No primeiro jogo, 2 X 1 para o Americano, em Campos. No segundo, 2 X 1 para o Botafogo, no Engenhão. A decisão da vaga foi para os penaltys e falar em penalty para o Botafogo é ter a quase certeza da derrota. Não deu outra, Americano 5 X 2 Botafogo.
Para apagar a vergonha de 2009, o ano de 2010 prometia. A boa campanha no carioca motivava o time alvinegro. O primeiro adversário do Botafogo na Copa do Brasil daquele ano foi o São Raimundo do Pará. O resultado do primeiro jogo foi desanimador, 1 X 0 para o São Raimundo. Após a derrota, parecia que o São Raimundo tornarasse o bicho-papão da competição. Muitos já duvidavam da classificação do Botafogo. Veio o segundo o jogo. O Botafogo venceu em casa, mas foi daquele jeito, um sufoco, 4 X 3. Na segunda fase o Glorioso enfrentaria o Santa Cruz do Recife, que na época era um time de série ‘D’ com glamour de série ‘A’. No primeiro jogo, no Recife, Botafogo 1 X 0. Após a sofrida vitória, as críticas em cima do time do Botafogo eram as piores possíveis. No jogo de volta, a catástrofe: Santa 3 X 2 Botafogo. Botafogo eliminado.
O ano de 2011 foi de muita expectativa para a torcida do Botafogo, se em 2010 havíamos sido eliminados da Copa do Brasil pelo Santa Cruz, pelo menos havíamos conquistado o campeonato carioca em cima do Flamengo, ganhando os dois turnos (Taça Guanabara e Taça Rio), quebrando uma série de derrotas para o rival.
Assim, na primeira fase da Copa do Brasil de 2011, o Botafogo foi a Sergipe enfrentar o River Plate. No primeiro jogo, 1 X 0 para o River, a decisão da vaga seria no Engenhão. No Rio, o Botafogo só conseguiu vencer por 1 X 0, e a classificação foi decidida nos penaltys! Para sorte do alvinegro, terminou 4 X 1 para o Botafogo. Nesse momento a torcida já previa mais um fiasco na competição. Na segunda fase o adversário do Botafogo foi o Paraná Clube que andava mal das pernas no futebol paranaense. O primeiro jogo foi 2 X 1 para o Fogão, no Paraná. No Engenhão, o Glorioso sapecou 3 X 0 e garantiu a classificação para as oitavas. A torcida respirava aliviada e dava um voto de confiança ao elenco e ao técnico Caio Júnior, afinal, o Botafogo depois de algum tempo não fora eliminado na segunda fase! Nas oitavas, o adversário do Botafogo foi o encardido time do Avaí de Florianópolis. O primeiro jogo foi no Rio, o Botafogo cedeu um empate por 2 X 2. Um placar perigoso pelos números de gols que o adversário havia feito. A vaga seria decidida na Ressacada. No jogo de volta, o Botafogo jogava bem e vencia o Avaí por 1 X 0, um placar, também, perigoso, pois se o adversário fizesse um gol, o empate o beneficiaria. Foi o que aconteceu. Num penalty inexistente, o Avaí empatou a partida e ficou com a vaga. Até hoje o Botafogo reclama sem sucesso do árbitro daquela partida.
Ontem, no Engenhão, foi mais um início desanimador. No primeiro jogo, no Almeidão, o Botafogo cedeu o empate ao Treze, em 1 X 1, no último minuto da partida. Já no jogo de ontem, o time entrou renovado e com “muita pose”, após a bela vitória em cima do Vasco, no último domingo. Tomou um gol esquisito, logo no início, a bola bateu nos pés de Fábio Ferreira, num chute despretensioso de Amaral, e enganou Jefferson.
Com o placar a favor ao time da Paraíba, o Botafogo partiu para o ataque e só conseguiu empatar numa bola parada, com o desvio de cabeça de Loco Abreu, aos 21 minutos do primeiro tempo.
A partir daí, o Treze apertou a marcação, às vezes violentamente, e minou o ataque alvinegro.
Sem muita criatividade e, mais uma vez, com atuações pífias do lateral Márcio Azevedo, o jogo acabou 1 X 1.
Nos penaltys, o Botafogo bem que “tentou ser eliminado” com as pífias cobranças de Renato e Loco Abreu, mas Jefferson garantiu a classificação, com direito a esporro: “Aqui não! Tem que respeitar”.
O adversário do Fogão na segunda fase é o Guarani de Campinas. Uma pedreira.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O MUNDO DO "SE", POR MARCOS CAETANO

Em abril de 2010, João Gabriel de Lima organizou e publicou o Livro de contos e crônicas: Bravo! Literatura e Futebol, pela editora Abril.
A obra é um apanhado dos melhores contos e crônicas a respeito do mundo do futebol. Entre os autores estão José Lins do Rego, Luís Fernando Veríssimo, Ferreira Gullar, Antônio de Alcântara Machado, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Nelson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, entre outros. Portanto, nomes de peso, consagrados na Literatura Brasileira.
Além da seleção dos melhores textos sobre futebol, 18 ao todo, o livro conta com uma seleção de fotos que retratam o universo do futebol, desde a pelada no campo esburacado, até momentos inesquecíveis, como a derrota do Brasil para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950, no Maracanã.
Entre as crônicas e contos selecionados, destaco hoje aqui no Blog a crônica do jornalista Marcos Caetano, “O que poderia ter sido”, que foi originalmente publicada nos jornais O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, em 2010. “O que poderia ter sido” foi escrito de uma forma bem inteligente, com palavras certas que retratam aqueles casos que nunca aconteceram na vida real, mas que poderiam ter acontecido e não aconteceram por alguma peripécia, seja do destino ou de algum personagem, numa grande decisão de campeonato ou em qualquer outra situação.
É o mundo da condicional “Se”, que na concepção de Marcos Caetano, talvez, exista um universo paralelo onde todos aqueles fatos que não ocorreram na vida real, seja por quaisquer motivos, existam num mundo do faz-de-conta e da fantasia: “Se o Botafogo não tivesse perdido em casa a Copa do Brasil 1999, num Maracanã com mais de 100.000 botafoguenses”, “Se o Presidente Tancredo Neves não tivesse falecido logo depois de sua posse...”, “Se o Brasil não tivesse perdido para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950...”, e assim por diante.
Reproduzo abaixo a belíssima crônica de Marcos Caetano:

O QUE PODERIA TER SIDO

Não é a primeira vez que insisto sobre isso, mas a pergunta, um tanto metafísica, confesso, ainda me inquieta. Para onde vão as coisas que poderiam ter sido, mas não foram? Haverá uma dimensão paralela, uma cidade perdida, um reino do faz-de-conta ou um lugar assim, onde o que quase aconteceu possa finalmente existir em paz, longe da frieza dos historiadores e das estatísticas?
Talvez por conta do ofício de cronista, imagino que exista uma esquina do universo, uma transversal do tempo, onde Deus guarda – talvez apenas para deleite particular – os fatos que estiveram a um passo de existir no mundo concreto, e que por um capricho qualquer não vingaram. Lá devem repousar as glórias que teriam chegado às páginas dos jornais e aos livros de história, registradas para sempre com cores de verdade – e não com as tintas da nossa imaginação –, não fosse por uma palavra, uma singela condicional, que esconde sua força descomunal por trás de duas letrinhas: se. Os mais antigos diziam que se ‘se’ jogasse, ‘se’ seria artilheiro. É uma frase divertida – até porque começa justamente com a tal condicional –, mas discordo dela. Discordo e digo mais: ‘se’ joga sim, e joga uma barbaridade. Ao menos nas minhas crônicas, sempre haverá lugar para um ‘se’ artilheiro, para um ‘se’ campeão. Nos meus textos, o herói da semana sempre poderá ser um ‘se’. Um ‘se’ ou um de seus irmãos fraternos: o ‘talvez’, o ‘quem sabe’, o ‘por que não?’, ou outros menos votados.
Onde foram parar alguns momentos mágicos do esporte, tantas vezes pressentidos, sem jamais terem sido vividos? Por exemplo, onde estará guardada a medalha olímpica de ouro do nosso João do Pulo, roubada por árbitros de atletismo soviéticos, ou mesmo a nossa inédita medalha dourada do futebol? Qual terá sido o destino da rajada de vento que desviaria a bola que atingiu o olho de Tostão, permitindo que ele desfilasse sua classe mais duas copas? Onde andarão os fiscais de pista capazes de evitar o acidente de Ayrton Senna, que hoje, aos 50 anos, seria detentor de todos os recordes da Fórmula 1? E o piloto que conseguiria evitar a queda do avião com o glorioso time do Torino, base da Squadra Azurra, provável primeira tetracampeã do mundo?
Em que lugar poderemos ver o brilhante Atlético Mineiro, campeão brasileiro de 1977? Talvez ao lado da Máquina do Flu, de Carlos Alberto, Paulo César, Doval e Rivelino – que não perdeu nos pênaltis aquela semifinal com o Corinthians e fez, contra o Internacional de Falcão, Caçapava e Figueroa a maior decisão da história dos brasileirões. Que fim levaram os títulos de times inesquecíveis como a Ponte Preta e o Cruzeiro dos anos 70, o São Caetano da virada do milênio, o Bangu dos anos 80, o América dos anos 60, a Hungria de 54, a Holanda de 74 e a França de 86? As inesquecíveis atuações de Pelé na copa de 74 e de Romário nas duas últimas olimpíadas e na Copa de 2002, onde andarão? Será que ao lado do milésimo gol do craque, marcado no Maracanã em cima do Flamengo, numa bola que o goleiro Bruno não salvou com os pés? E, por Deus, onde estarão guardados os campeonatos da Seleção Brasileira de 50 e 82 e a Jules Rimet, que escapou de ser derretida?
Eu poderia escrever mil colunas com histórias assim, mas encerremos por aqui esse inventário sentimental das glórias que não chegaram. Pensando bem, esses momentos só foram mágicos porque foram apenas ‘quase’. O Brasil não seria o mesmo sem a derrota na Copa de 50 – que o garoto Pelé, diante das lágrimas do pai, jurou vingar e vingou, anos mais tarde. O que eu queria dizer ao amigo leitor é que, se existir esse tal lugar onde os sonhos não desaparecem, é exatamente para lá que eu gostaria de ir, quando a minha hora chegar.


Marcos Caetano é colunista de O Estado de São Paulo e do Jornal do Brasil. Também trabalha como comentarista dos canais ESPN e escreve textos de humor para a revista Piauí.

HOJE TEM FOGÃO NA COPA DO BRASIL

Após a espetacular vitória sobre o Vasco no domingo, por 3 X 1, o Botafogo tentará hoje, às 22:00hs, no Engenhão, apagar o vexame da última quarta-feira, ao ceder o empate em 1 X 1 com Treze da Paraíba, no último minuto da partida, no Almeidão.
Portanto torcedor alvinegro, hoje é dia de Engenhão. Devemos fazer o nosso papel e apoiar o Botafogo nessa importante competição.
A Copa do Brasil, teoricamente, é o caminho mais curto para se chegar ao maior torneio interclubes da América do Sul, a Copa Libertadores da América. Mas para se chegar tem que ser campeão, vice-campeão não leva vaga.
O técnico Oswaldo de Oliveira encara o jogo de hoje como uma decisão, para isso contará com quase 100% do elenco, com a única exceção de Maicosuel.

“É uma decisão para continuar na competição. Não é uma final, mas, se não conseguirmos o resultado que interessa, estaremos fora. Então é um jogo decisivo”.

O Botafogo nunca conquistou a Copa do Brasil. Bateu na trave em 1999 ao deixar escapar o título em casa, no Maracanã, para o Juventude/RS, com mais de 100.000 expectadores. Foram mais de 100.000 botafoguenses apaixonados que protagonizaram uma das maiores festas de público que o Maracanã já vira – eu era um dos que estavam presentes.
Acho que aquele empate com o Juventude, em 0 X 0, foi a maior frustração da história do Botafogo.
Mesmo assim, o técnico Oswaldo de Oliveira acha normal o clube ainda não ter conquistado a cobiçada competição, diferentemente dos seus rivais aqui do Rio:

“Não deixo totalmente de lado essa escrita, mas a Copa do Brasil é uma competição muito jovem. Não é algo que traumatize ninguém. Já vi grandes jejuns, mas a Copa do Brasil é uma coisa muito recente. Tenho essa vontade de conquistar, mas sem esse peso para nós”.

“A gente já viu Santo André, Paulista, Brasiliense... É a historia recente da Copa do Brasil. Temos que estar sempre precavidos. É um mata-mata, já vimos times de menor expressão surpreenderem algumas vezes. Temos que nos preparar para as adversidades, porque o adversário tem qualidade”.

Apesar do técnico Oswaldo de Oliveira não ter divulgado a escalação do time, terá que safrificar alguém, pois com a grande atuação de Fellype Gabriel contra o Vasco e o retorno do Loco no comando do ataque, provavelmente, Herrera ficará no banco.

Portanto, provavelmente, o Botafogo jogará com: Jefferson, Lucas, Antonio Carlos, Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Matos, Renato, Elkeson, Andrezinho e Fellype Gabriel; no ataque Loco Abreu.

GARANTA SEU INGRESSO:

PREÇOS:

Oeste Inferior: R$ 30 (R$ 15 meia) - BOTAFOGO
Leste Inferior: R$ 30 (R$ 15 meia) - BOTAFOGO
Norte: R$ 30 (R$ 15 meia) - Treze-PB

POSTOS DE VENDA ANTECIPADA: (www.botafogo.com.br e http://www.futebolcard.com/)

General Severiano - Av. Venceslau Brás, 72 - Botafogo
Caio Martins - Av. Presidente Backer, s/nº - Niterói
Stadium Rio (Bilheteria Oeste) - Rua José dos Reis, 425 - Engenho de Dentro
Marechal Hermes - Rua Xavier Curado, 1.705
São Januário - Rua Francisco Palheta (Bilheteria 11)
Casa da Vila da Feira - Rua Haddock Lobo 195 - Tijuca
Posto de gasolina Ale - Rua General Góis Monteiro, 195 - Botafogo

ESTACIONAMENTO :

(Antecipado)

Sócio-proprietário - R$ 10 (comprar na Central de Atendimento ao Sócio na sede, de 8h às 20h. Limitado a 300 no total e a 1 por pessoa) - Estacionamento Norte 1

Sou Botafogo - R$ 10 (comprar na sala de atendimento na sede, apenas terça-feira, de 10h às 17h. Limitado a 200 no total e a 1 por pessoa) - Estacionamento Norte 1

Sou Botafogo VIP - R$ 10 (comprar na sala de atendimento na sede, apenas terça-feira, de 10h às 17h. Limitado a 80 no total e a 1 por pessoa) - Estacionamento Oeste

(No dia do jogo)

Todos os torcedores - R$ 15 - Estacionamento Norte 1


AVANTE FOGÃO!

segunda-feira, 19 de março de 2012

No Clássico dos Chocolates Botafogo leva a melhor, 3 X 1 no Vasco

Fellype Gabriel em noite de gala, 3 gols.
O domingo começou fantástico. Desembarquei no Santos Dumont por volta das 10:30 da manhã, num lindo dia de sol no Rio. Fui direto para a casa da minha querida tia Leda, na Rua Sá Ferreira, em Copacabana. Fiquei o resto da manhã conversando e bebendo cerveja, daí decidimos almoçar na Ilha da Gigoia, próximo à Ilha dos Pescadores na Barra.
Parodiando PC Guimarães do JB On-line, vesti minha camisa listrada do Botafogo e saímos em direção à Barra da Tijuca, mas não foi qualquer camisa do Botafogo, foi a número “6” do meu querido e glorioso Nilton Santos. Portanto estava vestido a caráter, com respeito.
No trajeto não vi muitas camisas do Vasco pelas ruas, apenas uma gostosa que estava na Ilha da Gigoia vestida com uma camisa retrô. Só isso.
Sabendo do clássico que se aproximava, tentei contornar o horário para ver se dava para aparecer no Engenhão, mas a cerveja super gelada e o prato de manjubinha bem fritinha foram demais para mim. O papo e a descontração foram superiores.
O que restou depois foi escutar o jogo na casa do meu amigo Pinduca, na Barra. Pinduca é Flamengo e não gostou do carnaval que eu protagonizei em seu apartamento, ao som do sambão da Portela de 1981 – Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite. A cada gol do Fellype Gabriel, eu socava o ar como Jairzinho ou como Garrincha nos dias de decisão e de desmoralização do Flamengo.
Escutei o jogo ouvindo o tricolor José Carlos Araújo que por muito tempo imaginava ser Flamengo. Foi demais.
O Botafogo acabou com a marra do Vasco, mas acho que o Glorioso fez um grande favor ao bacalhau.
O Vasco, assim como o Fluminense que tomou também de 3 X 1 do Macaé no sábado, tem que se concentrar na Libertadores.
Campeonato carioca é obrigação do Botafogo que teoricamente está mais descansado. Portanto vascaínos do meu coração, o pito foi grande, mas foi para o bem de vocês.
Mesmo iniciando a Copa do Brasil, o Botafogo pode seguir mais longe na Taça Rio e ainda acho que o Fluminense, como campeão da Taça Guanabara, está com cara de vice-carioca.
Se o Botafogo ganhar a Taça Rio, vai dar Fogão campeão.
Parabéns ao Fellype Gabriel que marcou três gols no clássico! O Loco que se cuide.
Como não assisti ao jogo, vou reproduzir aqui o que o Botafogo postou no seu site:

Em noite iluminada de Fellype Gabriel, o Botafogo venceu o Vasco por 3 a 1 na noite deste domingo, em clássico emocionante no Stadium Rio. O meia marcou os três gols alvinegros na partida, válida pela quarta rodada da Taça Rio.
Com o resultado, o Botafogo se mantém na segunda colocação do Grupo A, com 10 pontos, atrás apenas do Macaé, que tem 12. Na quinta rodada da Taça Rio, o Glorioso encara o Duque de Caxias, às 16h do próximo sábado, no Stadium Rio. Antes, o Alvinegro enfrenta o Treze-PB, no jogo de volta da primeira fase da Copa do Brasil.
Já nos primeiros minutos o Botafogo mostrou qual seria a sua estratégia para o clássico. O Glorioso apostava no toque de bola como principal arma para controlar o adversário, o que conseguiu fazer em muitos momentos. Enquanto isso, o Vasco tentava surpreender com jogadas mais rápidas, mas sem muito sucesso.
Porém, apesar das duas equipes buscarem bastante o ataque, o clássico não tinha muitas chances claras. Com maior posse de bola, o Botafogo até levava perigo, como aos 18 minutos, quando Andrezinho alçou bola na área em falta da esquerda e Antônio Carlos desviou, mas a cabeçada foi para fora.
Aos poucos, começaria a brilhar a estrela de Fellype Gabriel. Acostumado a marcar em jogos contra o rival, o meia se destacaria muito ainda no primeiro tempo. Aos 27 minutos, o jogador fez sua primeira jogada de perigo ao bater de fora, mas o arremate saiu pela direita de Fernando Prass.
Mas o meia se mostraria mesmo inspirado aos 34 minutos, quando Elkeson chegou na linha de fundo pela direita e tocou para trás. Esperto, Fellype aproveitou que ninguém afastou e, de primeira, acertou belo chute da entrada da área, no ângulo esquerdo de Fernando Prass, que nada pôde fazer para evitar o primeiro gol da partida.
Três minutos depois, o camisa 11 voltaria a deixar sua marca. Na intermediária, Elkeson cortou bola e acabou deixando Fellype Gabriel sozinho na cara do gol. Em boa noite, o meia não teve dificuldades para mandar para o fundo da rede e ampliar para o Alvinegro ainda no primeiro tempo.
Atrás no placar, o Vasco iniciou a segunda etapa procurando pressionar o Glorioso. A tentativa não dava grandes frutos até Felipe Bastos acertar um balaço em falta da intermediária e diminuir para o time de São Januário, aos dois minutos.
Seguro, o Botafogo não se apavorou e logo conteve o ímpeto do rival, equilibrando as ações do jogo. Enquanto o Vasco partia para o ataque, o Alvinegro procurava aproveitar os espaços dados pelo rival em contragolpes.
Mas o terceiro gol alvinegro sairia em uma jogada rápida pela esquerda. Aos 26 da etapa complementar, Elkeson bateu lateral com velocidade para Jobson. O atacante se enroscou com os zagueiros e acabou conseguindo o desvio que deixaria Fellype Gabriel sozinho para marcar com muita tranquilidade seu terceiro gol no clássico.
A partida, porém, não esfriava. Um minuto depois, o árbitro João Batista de Arruda assinalou pênalti duvidoso de Márcio Azevedo em Fágner. Na cobrança, Jefferson fez justiça com as próprias mãos e defendeu o chute de Juninho, mantendo o Glorioso com boa vantagem no marcador. Vantagem essa que o Botafogo manteria até o apito final, apesar de todas as tentativas do rival.

BOTAFOGO: Jefferson, Lucas, Antônio Carlos (c), Fábio Ferreira e Márcio Azevedo; Marcelo Mattos, Renato, Elkeson (Caio), Fellype Gabriel (Lucas Zen) e Andrezinho; Herrera (Jobson).
Treinador: Oswaldo de Oliveira.

Fonte: BFR

Assista aos gols:

sábado, 17 de março de 2012

NELSON RODRIGUES: "O Deus de Carlito"


O Botafogo de Futebol e Regatas é o clube de futebol do Brasil cuja história é confundida com a história e com os títulos da seleção brasileira. Talvez seja o mais tradicional clube de futebol do Brasil.
Estou escrevendo isso não é porque sou Botafogo. São os fatos. É a história que diz.
Se eu fosse Vasco, Fluminense, América ou Bangu, talvez, tivesse a mesma opinião.
O Botafogo, ainda, é o clube que mais cedeu jogadores à seleção brasileira de futebol. Se não levarmos em consideração os títulos de 1994 e 2002 (formado por maioria de jogadores que atuavam em clubes estrangeiros), nas três conquistas do Brasil (1958, 1962 e 1970), a maioria dos jogadores pertenciam ao Botafogo.
Falar de Botafogo é falar do Brasil. E quem fala mal do Botafogo, sem o ódio característico, sabe da importância do clube no futebol brasileiro.
Nelson Rodrigues, que completa 100 anos neste ano, era tricolor. Escreveu muita coisa sobre o Botafogo, pois presenciou o período áureo do clube.
Uma de suas crônicas foi a respeito da decisão do estadual de 1957, entre Fluminense e Botafogo. Logo depois do jogo – antológicos 6 x 2 para o Botafogo –, escreveu  uma crônica esportiva sobre Carlito Rocha, intitulada “O Deus de Carlito”, que dias antes da final afirmara à imprensa carioca sobre a visão que tiveram com Deus: Deus o havia confessado que o Botafogo seria campeão em cima do Fluminense!
Se hoje em dia a superstição acompanha o Botafogo na sua história, deve-se a Carlito Rocha, um homem que uniu a fé à superstição e transformou o Botafogo no clube mais místico de todo o Brasil.
Hoje, o Botafogo respira superstição, seja numa camisa que supostamente “deu” e “dá sorte”, seja no alijamento das tradicionais meias cinza – alguns afirmam que as meias cinza dão azar – ou simplesmente comprovar através de “estudos científicos” que a camisa 7 traz sorte mesmo.
E o que dizer do cachorro Biriba, imortalizado por Carlito como um símbolo, até hoje, do Botafogo?
Seja por isto ou aquilo, a superstição é marca do Botafogo. E isso é graças a Carlito Rocha, uma figura lendária, folclórica.
Nas palavras de Ruy Castro, Carlito Rocha foi de tudo no Botafogo a partir dos anos 20: jogador, treinador, diretor, presidente, capelão, nutricionista, guia espiritual e quantas outras funções pudessem existir. O Folclore a seu respeito é o mais rico do futebol brasileiro e talvez o único de que se possa dizer que era tudo verdade. Suas histórias eram contadas às gargalhadas na varanda da sede. Uma delas, a de um amistoso do Botafogo na década de 30, em que, por ingenuidade do adversário, Carlito foi o árbitro.
O jogo estava 0 X 0, duríssimo e já no fim. Uma bola saçaricou na pequena área do outro time e ninguém do Botafogo apareceu para chutá-la. Pois Carlito, de apito na boca, não hesitou: encheu o pé, mandou-a para o fundo das redes e correu para o centro do campo, validando seu próprio gol. Os inimigos o cercaram e Carlito saiu-se com a maravilhosa explicação: “O gol valeu. O juiz é ponto neutro.”

Os imortais, Carlito Rocha e o cachorro Biriba.


A crônica “O Deus de Carlito” de Nelson Rodrigues é sensacional. Ficou arquivado nos anais da história da imprensa esportiva e do futebol.
Nelson soube dosar as palavras ao descrever um episódio antológico que suplantou a própria decisão.

É com imenso prazer que reproduzo aqui no blog o texto, “O Deus de Carlito”:

Chegou, enfim, o momento de fazer de Carlito Rocha o meu personagem da semana. Quer queiram, quer não, ele está atrelado ao fabuloso triunfo alvinegro sobre o Fluminense.* E aqui pergunto: — qual teria sido a contribuição carlitiana para o título? Eu próprio respondo: — Carlito ligou o jogo ao sobrenatural, pôs Deus ao lado do Botafogo e mais do que isso: — pôs Deus contra o Fluminense.

E, com efeito, três ou quatro dias antes do clássico, um jornalista foi provocar o velho Rocha. Ora, Carlito nunca teve meias medidas, nunca. Bastaram duas ou três perguntas estimulantes para que, dentro dele, rugisse a imortal paixão botafoguense. Em vez de soltar declarações convencionais, o homem abriu a alma de par em par. Contou, entre outras coisas, que vira e ouvira Deus. É raro, muito raro, que venha alguém a público confessar uma visão. Geralmente, temos vergonha e, mais do que isso, medo das nossas visões. E, antes de mais nada, cumpre reconhecer a coragem de Carlito Rocha. Disse ele que Deus viera anunciar-lhe a vitória do Botafogo.

Um vaticínio divino é algo mais que um palpite de esquina. E, no entanto, vejam vocês, nem o jornal que publicou a reportagem, nem o leitor, nem a torcida, ninguém acreditou, nem em Carlito, nem na visão, nem mesmo em Deus. As declarações do velho Rocha, tão honestas e incisivas, pareceram a nós, impotentes da fé, uma simples e cruel piada do jornal. E um amigo, pó-de-arroz como eu, Carlito Rocha era ex-presidente e, de certa forma, símbolo do Botafogo. veio perguntar-me:

— Viste o Deus de Carlito?

Eu não tinha visto o jornal, ainda. Mas as palavras do meu amigo ficaram ressoantes em mim: — “Deus de Carlito!”. E, subitamente, eu compreendia o seguinte: — não há um Deus geral, não há um Deus de todos, não há um Deus para todos. O que existe, sim, é o Deus de cada um, um Deus para cada um. Por outras palavras: — um Deus de Carlito, um Deus do leitor, um Deus meu e assim por diante. Ao falar, com um esgar de pouco-caso, no “Deus de Carlito”, o meu amigo anunciava uma verdade, sem querer. Eu imagino que, até o dia da batalha, tenham dito o diabo do velho Rocha. Riam dele, de alto a baixo. Pobres de nós, que não sabemos respeitar as grandes paixões! E ninguém queria perceber o que era óbvio: — graças a Carlito, criava-se uma relação entre o Botafogo e o sobrenatural, e o clássico decisivo passava a adquirir um pouco de eternidade.

Vem o jogo. Com a nossa obtusidade de ateus, tínhamos da batalha uma visão crassamente realista. Só cuidávamos dos aspectos técnicos, táticos e físicos. Eu próprio vivia perguntando, a um e outro, na minha aflição de pó-de-arroz: — “O Leo joga? O Leo não joga?”. Em suma: — pensava em Leo, em Pinheiro, em Cacá, ou Valdo, mas não chamava o “meu” Deus. Ao passo que o velho Rocha é sábio quando acrescenta a qualquer pelada do Botafogo a dimensão de sua fé.
Eu não vi, nem ouvi, durante toda a semana do jogo, um tricolor falar em Deus. E por quê? Pelo seguinte: — achamos que Deus não se interessa por futebol! Portanto, nós o excluímos das atribuições da nossa torcida. Domingo, nunca houve um clube tão sem Deus como o Fluminense. Ora, nenhum brasileiro consegue ser nada, no futebol ou fora dele, sem a sua medalhinha de pescoço, sem os seus santos, as suas promessas e, numa palavra, sem o seu Deus pessoal e intransferível. É esse místico arsenal que explica as vitórias esmagadoras.
Por tantos motivos, eu acredito, piamente, na contribuição de Carlito para o perfeito, o irretocável triunfo alvinegro. E, de resto, como não gostar do Deus do velho Rocha? Deus tão cordial, íntimo, terno, que se incorporou à torcida botafoguense, que viveu com a torcida botafoguense aqueles eternos noventa minutos! Enquanto nós não tivemos nada, não tivemos ninguém. Mais esperto, o Flamengo entretém as suas relações com o sobrenatural, através de são Judas Tadeu. E quanto a Carlito, ninguém merece tanto como ele, agora, o título de meu personagem da semana.

Nelson Rodrigues



sexta-feira, 16 de março de 2012

GARRINCHA, "ALEGRIA DO POVO" - Na Visão de NELSON RODRIGUES


As palavras de Nelson Rodrigues levam o leitor a delirar de saudades de uma época mística e romântica do futebol. Uma período de ouro que pra muita gente, nos dias de hoje, foi quase uma lenda. Os mais jovens e incrédulos duvidam, os mais velhos e sentimentais suspiram.
Ao falar do balé de Manuel dos Santos, mais conhecido como Mané Garrincha, Nelson propôs traduzir em palavras algo inefável, que contrariava todas as leis da natureza: os dribles desconcertantes de uma lenda do futebol, de um homem que não parecia ser homem, apenas algo sobrenatural.
Mas, a lógica pregou uma peça nos mais céticos, a natureza aprontou das suas ao presentear um brasileiro de origem indígena, completamente torto e semi-analfabeto, com a maior dádiva que o futebol pode oferecer: a magia dos dribles.
Nelson compara Garrincha a Chaplin, como num balé: O palco, o gramado do Maracanã; o ator, um brasileiro de uma cidadezinha de nome maroto “Pau Grande”; o público, o povo; a música, o ballet, no seu melhor estilo.


Vocês se lembram de Charlie Chaplin, em Luzes da ribalta, fazendo o número das pulgas amestradas? Pois bem, Mané deu-nos um alto momento chapliniano. E o efeito foi uma bomba. Na primeira bola que recebeu, já o povo começou a rir. Aí é que está o milagre: — o povo ria antes da jogada, da graça, da pirueta. Ria adivinhando que Garrincha ia fazer a sua grande ária, como na ópera.
Como se sabe, só o jogador medíocre faz futebol de primeira. O craque, o virtuose, o estilista, prende a bola. Sim, ele cultiva a bola como uma orquídea de luxo. Foi uma das jogadas mais histriônicas de toda a vida de Mané. Primeiro, pulou por cima da bola. Fez que ia mas não foi. Pula pra lá, pra cá, com a delirante agilidade de 58. Lá estava a bola, imóvel, impassível, submissa ao gênio. E Garrincha só faltou plantar bananeiras.
Esse rapaz da Raiz da Serra compensou-nos de todas as nossas humilhações pessoais e coletivas. Vocês sabem que, do nosso lábio, sempre pendeu a baba elástica e bovina da humildade. Em 58, ou 62, o mais indigente dos brasileiros pôde tecer a sua fantasia de onipotência. E, por tudo isso, as multidões, sem que ninguém pedisse, e sem que ninguém lembrasse, as massas derrubaram os portões. E ofereceram a Mané Garrincha uma festa de amor, como não houve igual, nunca, assim na terra como no céu.


Melhor que as palavras são as imagens:


quinta-feira, 15 de março de 2012

BOTAFOGO INICIA SEU CALVÁRIO NA COPA DO BRASIL

Como nas últimas três edições da Copa do Brasil, o Botafogo iniciou o seu calvário. Frustrou sua torcida ao permitir o empate, já nos acréscimos, em 1 X 1, com o Treze da Paraíba, no Almeidão.
O Botafogo só conseguiu marcar no segundo tempo, aos 22, com Herrera que aproveitou a falha da defesa, numa bola jogada na área, e colocou no fundo das redes.
A Copa do Brasil, teoricamente, é o caminho mais curto para se chegar a Libertadores, mas clubes grandes como o Botafogo tem um retrospecto pífio na competição.
O torneio, na primeira fase, consiste no enfrentamento de um grande do futebol (série A) com um time pequeno, geralmente das séries B e C. Se o time visitante vencer por um saldo de dois ou mais gols de diferença elimina o segundo jogo.
Nas últimas três edições da Copa do Brasil (2009, 2010 e 2011), o Botafogo foi eliminado precocemente.
Foi assim em 2009, quando foi eliminado na 2ª fase pelo Americano de Campos/RJ nos penaltys.
Em 2010 quem tirou onda com o Glorioso foi o Santa Cruz do Recife que passou para as oitavas de final.
Já em 2011, o Fogão foi garfado na Ressacada. Num penalty inexistente, o Avaí empatou a partida em 1 X 1. Como tinha empatado no Engenhão em 2 X 2, ficou com a vaga nas quartas-de-final.
Hoje, o Botafogo tem um bom elenco, mas, recentemente, diversas contusões têm atrapalhado os planos do técnico Oswaldo de Oliveira que, atualmente, não está podendo contar com Andrezinho, Felipe Gabriel, Marcelo Matos entre outros.
O time, a exemplo de sábado contra o Bangu, não jogou bem e acabou cedendo o empate ao time da Paraíba que, com o resultado, viaja ao Rio para enfrentar o Glorioso no Engenhão, na quarta-feira que vem, pela segunda partida.
Um empate em 0 X 0 é favorável ao Botafogo. Empate em 1 X 1 leva o jogo para os penaltys e empate com outro placar é favorável ao Treze.
Oswaldo tem fazer ajustes no time, principalmente no lado esquerdo da defesa. O lateral Márcio Azevedo, que considero horroroso, é fraco na marcação e vem constantemente falhando no posicionamento, dando condição ao jogador adversário nas jogadas de ataque. Fora isso não há muita coisa que fazer.
Dos quatro grandes do Rio, o Botafogo, ainda, é o que tem o elenco mais fraco. O clube precisa de reforços, principalmente um lateral esquerdo, um bom zagueiro, mais um meia e um atacante de nome.
Diferente disso, não vai ser surpresa se o Treze sair com a vaga para a 2ª fase da competição.

terça-feira, 13 de março de 2012

ESTRELA SOLITÁRIA: Um brasileiro chamado Garrincha

Falar do Botafogo é sempre gostoso e saudoso.
Gostaria de falar do time atual, mas como ainda esse time não mostrou pra que veio, é melhor não falar nada, pois pra falar do Botafogo tem que ser coisa boa, digna da história e da estrela do clube.
O jornalista Ruy Castro, que recentemente esteve com grave problema de saúde, publicou, em 1995, uma de suas maravilhosas obras, “Estrela Solitária: Um brasileiro chamado Garrincha”. Uma biografia completa do maior jogador da história do Botafogo, do Brasil e, quem sabe, do Mundo.
Num dado instante, a obra parece desvendar o mito, a lenda, o craque das pernas tortas, Mané Garrincha. Mas ao olharmos com atenção a ilustração da capa do livro, dá para se perceber que o trabalho de Ruy Castro vai muito mais além.
O alicerce da vida de Garrincha, segundo o competente trabalho de pesquisa de Ruy Castro, foi os seus dribles e o vício pela cachaça.
Aliado a isso, Manuel dos Santos – seu nome de batismo – viveu uma vida como tantos milhares de manés pelo Brasil a fora: sua origem Fulniô – tribo indígena do nordeste brasileiro – denota a infância pobre, semi-analfabeto, mulherengo, detentor de uma ingenuidade que beirava o cômico e alheio a qualquer compromisso que exigisse hora e seriedade. Talvez esses ingredientes, misturados às suas pernas completamente tortas e os litros e litros de cachaça, fizeram com que o futebol brasileiro conhecesse não só um dos maiores pontas do mundo, mas uma lenda que poderia estar viva até hoje, assim como Nilton Santos.
O sucesso repentino pela destruição de defesas e conquistas de títulos, principalmente os da Copa de Mundo de 1958 e 1962, deu a Garrincha fama, dinheiro e problemas.
Enquanto entortava defesas que quase sempre culminava em gols, Garrincha vivia um inferno astral. No Rio, pelo que oficialmente se sabe, tinha duas amantes, uma delas Elza Soares. E em Pau Grande sua mulher, Nair, não parava de ter filhos, aliás, filhas. Foram ao todo 9 filhas. Isso gerou muitos problemas ao craque, pois a sociedade da época cobrava mais responsabilidade de Garrincha quanto às suas filhas e reprovava violentamente o seu relacionamento com a estonteante Elza Soares.
Tudo isso já seria problema demais para a pobre cabeça de Mané, mas o que mais o castigou foram as lesões no joelho que restringiram os seus dribles e fizeram com que abandonasse prematuramente o futebol – seria a cachaça a responsável por tudo? Nunca se saberá.


A verdade é que Garrincha nunca levou nada a serio. O futebol, o dinheiro, a família e as mulheres, nada disso faziam com que “o anjo das pernas tortas” se cuidasse e largasse o álcool.
O livro emociona, pois ao mesmo tempo em que conta as glórias das conquistas do Brasil e do Botafogo, narra a tragédia de um humilde brasileiro que fazia aquilo predestinado a fazer, aterrorizar defesas dos times adversários com seus dribles desconcertantes.
É obra obrigatória para Botafoguenses, amantes do futebol e, principalmente, para o brasileiro.

sábado, 10 de março de 2012

HELENO DE FREITAS - A Tragédia de um Ídolo


Expectativa na estréia de "HELENO".
Na época das filmagens de HELENO, filme produzido por José Henrique Fonseca, Rodrigo Teixeira, Eduardo Pop e Rodrigo Santoro, destaquei aqui no blog a importância de se deixar viva na memória do brasileiro a história de pessoas que fizeram história no esporte, principalmente, no futebol. Isso foi no dia 14 de setembro de 2011.
Desde então aguardo ansioso a estréia de “HELENO” que já tem sua pré-estréia prevista para o dia 12 de março (segunda).
Assim como eu, muita gente está aguardando a sua estréia, principalmente a torcida do Botafogo e os apaixonados por futebol. A expectativa é que o filme seja exibido para o grande público a partir do dia 30 de março.
No mesmo patamar que Garrincha, Jairzinho, Gérson, Paulo César, Nilton Santos, Quarentinha, entre outros, Heleno de Freitas é um dos eternos ídolos do Botafogo de Futebol e Regatas. Estrelado pelo competente Rodrigo Santoro, o enredo do filme trata da vida conturbada de um dos maiores craques que o futebol brasileiro já viu.


Detentor de um gênio explosivo, boêmio e apaixonado, Heleno fez história tanto nos gramados, quanto nas colunas sociais de um Rio antigo, década de 40.
Irrequieto, boêmio, craque, boa pinta, não sobram adjetivos para tentar descrever a personalidade de uma das figuras mais polêmicas da história do futebol mundial.
Nos dizeres de Cáca Diegues, em reportagem intitulada “Príncipe na Sarjeta” da revista BRAVO!, “craque excepcional, homem elegante, bonito, rico e famoso, Heleno de Freitas viveu sua vida num mundo de angústias e insatisfações, um mundo em que o desejo está sempre em conflito com a conveniência. Ele construiu, nos poucos anos de seu apogeu como atleta, um paradoxo que só podia se desenrolar numa equipe alvinegra. Sendo preto e branco, o Botafogo é ao mesmo tempo a ausência e a soma de todas as cores. E o filme de José Henrique Fonseca, a propósito desse herói moderno, dá bem conta de tamanha contradição.”
A expectativa é grande, pois Heleno fez e faz história até nos dias de hoje.

Assista ao trailer do filme:




sexta-feira, 9 de março de 2012

RAMBO - A Volta dos que Já Foram


Stallone faz versão de clássico espanhol e deve voltar como "Rambo"

O ator norte-americano Sylvester Stallone declarou que está trabalhando em um filme baseado no longa-metragem espanhol "No Habrá Paz para Los Malvados" ("não haverá paz para os malvados"), do diretor Enrique Urbizu.
Em declarações à revista canadense "Mclean's", Stallone, 65, conhecido por atuar em filmes de ação como "Rocky" e "Rambo", revelou que tem um papel em uma versão da produção --vencedora do Prêmio Goya de Melhor Filme em 2012.
Após destacar que ao longo de sua extensa carreira fez poucos papéis de vilão, Stallone disse que isso mudará no novo projeto.
Ele também revelou que quer fazer um novo filme da série "Rambo", que poderia ser a última e se passaria no México.
"Estou louco para fazer outro 'Rambo'. Ele estaria no Arizona e teria de ir ao México. Não acho que Rambo goste de mexicanos", disse o Stallone.
Para tristeza dos fãs, no entanto, quando perguntado se mataria o personagem no final, Stallone foi direto: "Sim".
Durante a entrevista, o ator reconheceu que sofreu muitas operações até o ponto de se autoclassificar como "Franken-ator" e que durante muito tempo ele e Arnold Schwarzenegger foram inimigos. "Não podíamos estar na mesma sala", contou.
Stallone declarou que a relação só melhorou quando Schwarzenegger se tornou Governador da Califórnia.

(Por Folha.com 08/03/2012 - 21h45)

Depois que ressuscitou “Rock Balboa”, no filme de mesmo nome, em 2006, Sylvester Stallone agora vai atacar com o seu principal personagem, Rambo.
Tanto a série ‘Rock’ quanto ‘Rambo’ foram exaustivamente explorados nos anos 80, viraram uma espécie de clichê da época. Foi moda e rendeu ‘alguns milhões de dólares’ ao ator norteamericano.
Acho estranha essa aposta de Sly no retorno de figuras pra lá de carimbadas, não que eu não goste, é porque já gostei. Na época de Rambo II, por exemplo, eu tinha 14 anos, a censura ainda existia, mas, mesmo assim, consegui comprar meu bilhete e assistir ao filme no cine palácio – que não era no shopping. Adorei o filme, era a cara dos anos 80.
Como era de se esperar, “Rock Balboa” foi um fracasso. Acredito que nem mesmo Sly, que foi o diretor, tinha alguma esperança em seu longa. Com uma personagem já bastante conhecida e pra lá de limitada, a história, que mais representa uma espécie de ditado popular do tipo “respeitem os mais velhos”, oscilou entre o saudosismo da morte de Adrian, mulher de Rock, e as apostas do confronto do campeão dos pesos-pesados com o antiquíssimo campeão, Rock.
O enredo parece um pouco piegas, mas Sly conseguiu salvá-lo de forma que não se transformou num verdadeiro filme de comédia. Procurou, para isso, dar realidade à trama, tanto que contou com a diminuta participação de Mike Tyson.
Com Stallone na direção e a audácia de se trabalhar com personagens do arco-da-velha não é de se esperar muita coisa na nova história do imortal Rambo: pancadaria, irrealidade e um incompreensível saudosismo.