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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

GREVE DA PM NA BAHIA: ILEGALIDADE DE AMBAS AS PARTES


Cerco a grevistas continua na BA; governador promete negociar

O clima foi de tranquilidade na madrugada desta terça-feira na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador, onde estão reunidos cerca de 300 policiais militares em greve desde a semana passada.
O cerco ao local continua. Nesta manhã, por volta das 8h, ocorreu a substituição das tropas do Exército que passaram a noite no local.
Na madrugada, um veículo blindado foi colocado na principal entrada do local e um helicóptero também sobrevoou a área.
A maior parte dos grevistas continuava na parte interna do prédio.
Na madrugada, um policial deixou o local. Ele saiu sozinho, passou por triagem da Polícia Federal e foi liberado após a constatação de que ele não tinha nenhum mandado de prisão contra ele. Mulheres e crianças também deixaram o local na noite de ontem (6).
Em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da TV Globo, o governador Jaques Wagner (PT) disse que interlocutores do governo conversaram até de madrugada com os grevistas.
Segundo o governador, as conversas estão evoluindo e uma nova rodada de negociações deve começar na manhã desta terça-feira.

GREVE

A greve dos PMs da Bahia começou na semana passada. Eles reivindicam aumento salarial e a incorporação de gratificações aos salários.
O governador Wagner disse à Folha que não pagará nada acima do reajuste já concedido ao funcionalismo do Estado.
A Assembleia Legislativa foi invadida pelos grevistas e está cercada por homens do Exército desde a madrugada. A luz foi cortada no local.
Na manhã de ontem, diversos focos de tumulto ocorreram no local, e homens do Exército usaram balas de borracha e bombas de efeito moral.

(Por Folha. Com – 07/02/2012)

Policiais militares não podem fazer greve, está na Constituição Federal de 1988. A greve dos policiais militares na Bahia já deixou mais de 90 mortos e põe em risco o estado de direito. Tudo isso, talvez, seja o reflexo de um estado insustentável de descaso, um momento preocupante que tem como principal responsável o próprio governo da Bahia.
Com exceção da PM do Distrito Federal que é custeada pela União, todas as polícias militares do Brasil ganham mal.
Considero os setores de segurança, saúde e educação como os pilares básicos para a promoção do bem-estar coletivo numa sociedade. Policiais deveriam ganhar muito bem, no mínimo seus 5.000 reais. Mas não é só de bons salários que nossa polícia, nossos professores e nossos profissionais de saúde necessitam. Há um descaso generalizado nesses setores que levam à ruína, desde a seleção e formação, isso sem mencionar a precariedade do material de trabalho. Portanto faltam melhores critérios de seleção, formação de qualidade e vencimentos respeitosos, dignos de um servidor, no caso da polícia, que põe em risco a própria vida.
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que deveriam ser exemplos na seleção, formação e nos vencimentos dos seus policiais, até porque são os estados com os maiores índices de violência no Brasil, sem contar que são os mais ricos, são exemplos negativos quanto ao pagamento de seus profissionais de segurança.
Recentemente, os profissionais do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro fizeram uma greve que culminou na invasão ao Quartel-General da instituição. A revolta levou o Governador Sérgio Cabral a classificar os revoltosos como verdadeiros bandidos. O episódio não ficou bem para ninguém.
A expectativa agora é que a PM do Rio também entre em greve, mas só espero que o desenlace não seja parecido com o da Bahia. Já pensou o Rio sem a PM nas ruas?
Na Bahia, o clima hostil e de um iminente combate põe em dúvida nossa aparente civilidade, como também o respeito ao que legal.
Não é legal militar fazer greve, muito menos armado, como também não é legal tratar os profissionais de segurança com indiferença.
Só para ilustrar, em agosto de 2010, um soldado da PM do Distrito Federal ganhava R$ 4.269,56 (soldo + gratificações), enquanto um soldado da PM da Bahia, nível 1, R$ 960,78.

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