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sábado, 30 de junho de 2012

30 ANOS DA TRAGÉDIA DO SARRIÁ



Jornal da Tarde: 5 de julho de 1982.
Dia 5 de julho completarão 30 anos da ‘Tragédia do Sarriá’ quando a Seleção Brasileira, comandada por Telê Santana, foi eliminada da Copa do Mundo de 1982 pela Itália do carrasco Paolo Rossi, por 3 X 2. 
Na época eu tinha 9 anos e a minha única preocupação era soltar bombinhas no momento dos gols do Brasil, mas me lembro de muita coisa bonita daquela seleção. 
Talvez a Seleção de 82 tenha sido a última a empolgar tanto os brasileiros com seu futebol arte. Com Telê Santana como técnico, o time do Brasil tinha no elenco: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Toninho Cerezo, Júnior, Paulo Isidoro, Sócrates, Serginho, Zico, Éder, Paulo Sérgio, Edevaldo, Juninho Fonseca, Falcão, Edinho, Pedrinho, Batista, Renato, Roberto Dinamite, Dirceu e Carlos. 
O time titular era composto por: Waldir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Cerezo, Sócrates, Falcão e Zico; Éder e Serginho Chulapa. 

Esquadrão de 82: talvez a última Seleção Brasileira que empolgou o mundo.
O que aconteceu no estádio Sarriá, em Barcelona, foi um episódio que é muito comum no futebol: nem sempre o melhor vence. Aliás, por falar nisso, em 2010, os canais ESPN transmitiram um programa chamado ‘Clássico dos Mundiais’, um repeteco de todos os jogos mais importantes das copas, começando pela decisão de 1970, Brasil e Itália. O jogo de 1982, Brasil e Itália não poderia deixar de ser exibido. Ao assistir novamente aquele jogo, longe das emoções da época, constatei que a Itália mereceu a vitória, pois jogou muito. O time de Paolo Rossi, comandado por Enzo Bearzot, venceu o jogo explorando os erros do Brasil, além de contar com a competência de Gentille que soube neutralizar as jogadas de Zico e Bruno Conti que na época era uma espécie de cérebro do time. 

A Itália de Rossi: engatou uma 5ª na reta final e foi Campeã do Mundo.
A Itália era composta por: Zoff, Antognoni, Scirea, Graziani, Collovatie, Gentille, Paolo Rossi, Bruno Conti, Cabrini, Oriali e Tardelli. 
Assim, o que fez a derrota pra Itália se tornar uma tragédia não foi a exibição do Brasil naquele jogo, mas o que o time tinha feito nos outros jogos. Isso tudo misturado ainda com a pífia participação da Itália na primeira fase. O time Italiano empatou todos os seus jogos: Polônia (0 X 0), Peru (1 X 1) e Camarões (1 X 1). Assim não dava pra acreditar numa eliminação para um time que só havia ganhado da Argentina (2 X 1, na segunda fase). E aconteceu o que aconteceu: 3 gols de Paolo Rossi, o eterno carrasco do Brasil.
O Brasil foi a sensação daquela Copa do Mundo (assim como foi a Holanda de 74 e a Dinamarca de 1986) e até o jogo contra a Itália estava com 100% de aproveitamento, após as vitórias sobre União Soviética (2 X 1), Escócia (4 X 1), Nova Zelândia (4 X 0) e Argentina (3 X 1). Era favoritíssima ao título. 
Jogando um futebol vistoso e encantador o time de Telê só não fez chover em cima da União Soviética (o único adversário forte da 1ª fase) e Argentina (Segunda fase, com os violentos Maradona e Passarela). 
Na segunda fase, o Brasil estava no grupo 3, composto por Itália e Argentina. A Itália ganhou da Argentina por 2 X 1 e o Brasil atropelou los hermanos. Portanto, pela regra daquela Copa, apenas 1 (uma) seleção de cada grupo (ao todo 4) se classificaria para as semifinais e um empate favorecia a classificação do Brasil. 
Mas o dia 5 de julho de 1982, no estádio Sarriá (que hoje não existe mais), ficou marcado eternamente na história do futebol: 

Brasil e Itália se enfrentavam pelo segundo jogo da segunda fase. Como a Itália havia vencido a Argentina por 2 x 1, e o Brasil por 3 x 1, a seleção canarinho, favorita ao título, tinha a vantagem do empate. Os brasileiros acreditavam em uma vitória tranquila, pois a Itália só havia vencido um jogo na copa, enquanto o Brasil era o único com aproveitamento de 100%. Aos 5 minutos, um cruzamento da esquerda do ataque e cabeceio de Paolo Rossi, com a defesa brasileira parada assitindo à cabeçado do italiano. Porém o Brasil não se intimida. Zico se livra de Claudio Gentile e toca brilhantemente para Sócrates. O "Doutor" invade a área e chuta forte, empatando o confronto. 
A Itália marca forte a saída de bola do Brasil, e força o erro da seleção.Toninho Cerezo faz um toque lateral, Falcão e Luisinho esperam um pelo outro, Paolo Rossi não espera por ninguém, toma a bola e chuta forte, marcando 2 x 1. 
O time canarinho ainda tem todo o segundo tempo para empatar e se classificar, e é no segundo tempo que o time de Telê dava um verdadeiro show nos adversários. Júnior toca a bola para Falcão, na entrada da área, Cerezo faz uma ultrapassagem que ilude a defesa azul, que o acompanha, e Falcão chuta, 2 x 2. O resultado era o suficiente para a classificação do Brasil. 
Mas o lance fatal viria logo em seguida: um escanteio, que não foi, para a Itália. Por ironia do destino, o time que só jogava no ataque estava todo dentro da área, no lance trágico. Após o escanteio, a bola sobra na entrada da área, um chute é desferido e a bola, ingrata, acha ele, Paolo Rossi, que desvia sua trajetória e mata Valdir Peres, 3 x 2. O Brasil tem uma última chance, mas o veterano goleiro Dino Zoff decreta a derrota brasileira ao fazer uma defesa espetacular em uma cabeçada certeira de Oscar

(fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Copa_do_Mundo_FIFA_de_1982


Foi o dia em que o Brasil inteiro chorou.

Assista aos gols de Brasil 2 X 3 Itália. Copa do Mundo da Espanha em 1982:


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