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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Espaço Ponto de Vista: Nas Mãos de Deus - Mais de 200 mortos na Região Serrana do Rio

RIO - Já chega a 237 o número de mortos por causa das chuvas e deslizamentos de terra na Região Serrana do Rio. Em Friburgo, já foram contabilizadas 97 vítimas fatais. Em Teresópolis, houve até o momento 122 mortes. Petrópolis tem 18 mortos, mas a prefeitura informa que número pode chegar a 40. De acordo a meteorologia, até a noite de quinta-feira há a possibilidade de pancadas de chuva entre moderada e fortes principalmente em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Cidades na Região Serrana do Rio e toda a região litorânea, além da divisa com Minas Gerais e do Médio Paraíba devem manter o alerta de chuva.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, decretou estado de calamidade pública no município. Em Friburgo, quatro bombeiros que faziam uma operação de resgate morreram. O grupo estava em uma viatura que se deslocava para prestar socorro a vítimas da chuva quando foi soterrada por um barranco que desabou.
Segundo o Corpo de Bombeiros, não há comunicação com o batalhão de Nova Friburgo, já que todo o município está sem energia.
Na tarde de terça-feira, um homem de 64 anos e a uma criança de 7 anos morreram após o desabamento de um imóvel na rua São Roque, no bairro de Olaria. Um bebê foi resgatado com vida dos escombros, além de um menino de 10 anos. Uma sétima vítima, segundo os bombeiros, teria morrido no bairro Vila Amélia. Mais de dez famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas.
O vice-governador, Luiz Fernando Pezão, informou que a situação é muito grave na Região Serrana. Ele disse que mobilizou todos os helicópteros do governo, inclusive das polícias civil e militar, para levar bombeiros e equipamentos para as regiões mais castigadas pelas chuvas.
O coordenador da Defesa Civil de Friburgo, coronel Roberto Robadey, disse que o município registrou pelo menos 30 deslizamentos de terra nas últimas horas. Segundo ele, o volume de chuvas chegou a 260 mm em 24 horas, enquanto em todo o mês de janeiro o volume foi de 180 mm.

(Por JB online – 12/01/2011)

É impressionante como a vida, às vezes, parece um disco arranhado, repetindo as mesmas coisas todos os anos, sem que ninguém faça nada. Tudo fica por conta de Deus, o único responsável pelas graças e desgraças do mundo aqui na terra; é como se nós, homens teleguiados, não tivéssemos nada com os acontecimentos naturais que aqui ocorrem.
Como exemplo dessa novela sem fim, são as chuvas que caem no Rio e em São Paulo.
No Rio, na reportagem do JB Online, já chega a mais de 200 o número de vítimas fatais e em São Paulo não precisa ser no verão para as manchetes dos jornais comunicarem enchentes e mortes, basta uma chuva torrencial de alguns minutos e pronto...
Quem nós podemos responsabilizar pelas catástrofes ocasionadas pelas chuvas? Os governos estaduais e federais? O povo? A sociedade em geral?
Depois de uma grande catástrofe vem um engravatado comunicar planos de estruturação em áreas consideradas de risco com parcerias do governo federal e, também, com a promessa de envio de grandes somas para custear esses programas. Mas no fim das contas o que vemos são a inércia de nossos políticos, o uso indevido e mal aproveitado dessas verbas e as mesmas desculpas de sempre. E o povo num estado letárgico, ‘deixando tudo nas mãos de Deus’.
Precisamos de gente séria para, pelo menos, minimizar o problema das chuvas no Rio e em São Paulo. Viver de promessas e deixar que o povo se conscientize do risco das próprias vidas é como jogar um bebê recém-nascido numa piscina de 2 metros de profundidade e esperarmos que a criança sobreviva ao mundaréu de água que entrará em seus pulmões.
Os acidentes com deslizamentos de terra que culminam com mortes têm como causas diversos fatores socioeconômicos que solapam o comportamento do cidadão sem recursos, portanto a única saída para se livrar da moradia nas ruas é construção de casas em locais inapropriados.
Assim, a mesmice de todos os anos não espanta mais ninguém; sem ter pra onde ir, sem fiscalização da Defesa Civil, sem interesse dos políticos responsáveis, sem vontade do povo em exigir providências, as catástrofes sempre virão nesse período de fortes chuvas no país e mais pessoas morrerão; velhos, novos, crianças, tudo pela vontade de Deus.

(Por Franco Aldo – 12/01/2011 – às 19:22hs)

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