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segunda-feira, 2 de abril de 2012

MALVINAS: TENSÃO NA AMÉRICA DO SUL

Cristina Kirchner pressiona a Inglaterra
A história da colonização das Ilhas Malvinas (Falklands) é uma espécie de história mal contada, como foi mal contado todo o período de ocupação da América espanhola e portuguesa. 
Na América do Sul, nos idos do século XVI, manter a posse das terras recém descobertas era tarefa árdua. Espanha, Portugal, França, Holanda e Inglaterra se apunhalavam na esperança de levar um quinhão. A perspectiva de encontrar ouro e a ideologia da fé cristã foram os motores que impulsionaram milhares de europeus a se aventurarem em terras tropicais. 
A história de quem realmente descobriu as Malvinas não é certa. Dizem que, em 1520, o espanhol Esteban Gómes, capitão de um dos navios da frota de Fernão de Magalhães, avistou um arquipélago na região, mas nada pode ser comprovado. 
A presença inglesa só vai ser sentida em 1592, com John Davis que fazia observações na região. 
No século XVIII, sob possessão francesa, Louis Antoine de Bougainville fundou, em 1764, a base naval Port Louis. É a partir daqui que começam os problemas históricos mais recentes sobre a posse das ilhas.
Em 1766, a França vendeu sua base para a Espanha que decidiu expulsar qualquer presença inglesa na região. 
Daí, com a independência da Argentina em 1816, a reivindicação da posse das Ilhas Malvinas prosseguiu a pleno vapor, mas, em 1833, a fragata britânica HMS Clio ocupou de vez a região, declarando possessão das terras pelo Reino Unido. 
A questão da disputas das Ilhas Malvinas, entre Argentinos e Ingleses, se arrastou pelos séculos. A gota d’água e o rompimento das relações diplomáticas vieram com a sangrenta e traumatizante Guerra das Malvinas, em 1982. 
Governada por um ditador enfraquecido (Leopoldo Fortunato Galtieri Castelli), a Argentina perdeu feio a disputa. Foi a última tentativa do governo militar argentino de permanecer no poder. 
Sabe-se hoje que a região das Malvinas é riquíssima em petróleo; um ‘combustível’ a mais para incendiar novamente a rivalidade entre argentinos e ingleses sobre a região. 
A presidente Cristina Kirchner vem adotando um discurso nacionalista e reabrindo feridas que, se antes foram traumatizantes ao ponto de denotar um sentimento de vergonha pela derrota, agora, com a descoberta de petróleo e com a leniência dos anos, trazem tensões novamente entre Argentina e Inglaterra e põe a América do Sul em alerta. 
Segundo o cientista político Vicente Palermo, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet), membro da Associação Brasileira de Ciência Política e autor de "Sal nas Feridas", obra que analisa o simbolismo das Malvinas na sociedade argentina, a tática de Cristina Kirchner em recuperar a posse das ilhas fica cada vez mais complicada. A estratégia atual de pressão não favorece. Se o governo pretende recuperar as ilhas desse jeito, está perdido. Os kelpers se aferrarão mais ainda aos britânicos. E estes, por seu lado, também afirmam-se mais em sua posição de não entregar as ilhas e seus habitantes. Mas se o governo não puder conseguir as Malvinas, a segunda opção é a de definir os britânicos como os inimigos permanentes.

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