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quinta-feira, 5 de abril de 2012

A PROVA DA DESONESTIDADE


É muito desagradável o escândalo de envolvimento do Senador da República, Demóstenes Torres, do DEM, com o bicheiro goiano, Carlinhos Cachoeira, comprovado por escutas telefônicas gravadas pela Polícia Federal. 
As gravações comprometem o senador e abrem uma brecha de podridão que se for bem investigada poderá trazer a tona novos personagens, como o Governador de Goiás, Marconi Perillo, por exemplo. 
O que mais enoja em tudo isso é que pessoas como Demóstenes Torres recebem salários milionários, dinheiro do povo, para dirigir conjuntamente a máquina Brasil. E se não bastasse tudo isso, advogam em causa de contrabandistas, bicheiros, traficantes, de si próprio, qualquer um, menos aos interesses da sociedade e do país. 
Numa análise mais apurada, podemos concluir que cidadãos como Demóstenes Torres – que veste, agora, o véu da perseguição e da injustiça – são uma espécie de fantoches de luxo, pois são manipulados a custa de milhões de reais; dinheiro sujo do jogo ilegal e de outros crimes. 
Isso tudo já é revoltante demais a ponto – num país sério – de promover a expulsão do senador da atividade política. 
Mas aqui não é um país sério, é o Brasil, o país do carnaval, do futebol, da alegria. Aqui tudo tem que ser bem provado para não entristecer sem provas: provar o crime e provar que as provas são provas legais, que não são provas que não provam nada, pois se provar a verdade, talvez, a prova seja apenas uma prova da ignorância e do mau-caratismo comum duma sociedade; pois não adianta provar que o político não presta, porque numa atividade onde todos parecem não prestar, a única prova, talvez a verdadeira, seja a prova de uma enfermidade que assola a todos neste país, a falta da prova do bom caráter. 
A defesa de Demóstenes Torres quer anular as provas da Polícia Federal, segundo o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, a autorização para o grampo telefônico deveria ter sido concedida pelo STF, não pela justiça de menor escalão. 
Se for comprovada a irregularidade, o assunto está encerrado, é o que diz a defesa. É o chamado “fruto da árvore envenenada”, que no direito quer dizer, se as provas são ilegais, ilegal restará todo o processo. 
Provar a corrupção com provas obtidas por meio ilegal pode até anular o processo, mas não anulam o mau-caratismo e a reputação de bandido. 
Infelizmente aqui no Brasil as leis são brandas, para todos. Aliada a leniência, uma educação pífia. São os ingredientes mortais de uma sociedade deturpada que clama por valores e honestidade.  

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