Aeroviários e aeronautas mantêm greve para antevéspera de Natal
O fracasso nas negociações com as empresas aéreas, em reunião que ocorreu nesta terça-feira (21) em Brasília, com intermediação do Ministério Público do Trabalho, fez com que aeroviários e aeronautas mantivessem a data de início da greve das duas categorias prevista para o dia 23 de dezembro, antevéspera de Natal. “As empresas não fizeram nenhuma proposta diferente”, disse à Agência Brasil a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.
Ela explicou que, como não houve fato novo na negociação, não haverá necessidade de nova assembleia da categoria. Aeroviários (funcionários que trabalham em terra) e aeronautas (pilotos e comissários) reivindicavam 15% de aumento salarial, mas, diante das dificuldades de negociação, reduziram a proposta para 13%, segundo Selma Balbino. As companhias aéreas, entretanto, oferecem um índice que apenas repõe a inflação do período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 6,08%.
(Por Redação Época, ter, 21/12/2010)
Algumas atividades, não só aqui no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo, devem, ou pelo menos, deveriam ser muito bem remuneradas. É o caso dos parlamentares, dos integrantes dos Poderes Executivo e Judiciário, policiais, médicos, professores e profissionais do transporte aéreo...
Quanto aos primeiros é desnecessário comentar aqui. Dos policiais em diante é que a coisa fica realmente preocupante.
Diferenciar pelo PIB um país rico e desenvolvido de um país pobre e subdesenvolvido é muito mais complicado do que observar o quanto cada um paga aos seus profissionais da área da educação, saúde e segurança. É claro que os indícios de bons salários não significam qualidade, muito menos eficiência, mas é um sinal da preocupação do Estado quanto a setores sensíveis e fundamentais no desenvolvimento de qualquer nação. Portanto, reconhecer um país de terceiro mundo dum país de primeiro mundo, basta olhar o contracheque dos profissionais da educação, saúde e segurança de cada um.
Quanto aos profissionais do transporte aéreo a responsabilidade é redobrada, pois a saúde financeira do profissional está intimamente ligada ao seu lado afetivo, a saúde emocional, que pode sim interferir na segurança de vôo.
Um profissional mal pago pode ficar mais suscetível a comportamentos relapsos, podendo dar causa, ou então, vir a contribuir como uma peça do dominó de um conseqüente desastre aéreo.
Portanto, os aeronautas e os aeroviários devem sim fazer greve e reivindicar bons salários.
Só espero que essa greve não venha a prejudicar aqueles passageiros que estarão em trânsito no período das festas. Seria muito chato passar um Natal ou um Ano-Novo num aeroporto, longe da família.
(Por Franco Aldo – 21/12/2010 – às 21:45hs)
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