Rio - O corpo da menina Crystal da Silva Cardoso, de um ano e dois meses, foi levado na madrugada deste sábado para o Instituto Médico Legal (IML), em São Cristóvão. Ela morreu na noite de sexta-feira no Hospital Miguel Couto, na Gávea. A menina estava internada desde a tarde de quinta-feira, após ser resgatada com vida de uma profundidade de quatro metros e ficar submersa por 20 minutos, no Rio Morto, no Recreio dos Bandeirantes.
Até o início da manhã deste sábado, o corpo da criança permanecia no IML. Durante a madrugada, o avô paterno da menina tentou a liberação. No entanto, segundo uma funcionária, a criança está registrada apenas no nome da mãe, Elisivane Cardoso da Costa, de 26 anos. Somente ela ou alguém autorizado pela mesma podem realizar o procedimento.
No início da madrugada, o pai de Crystal, o enfermeiro Alessandro Sabino, de 26 anos, e a mãe dele, Liziet Fátima Sabino Faria, de 57 anos, deixaram o Hospital Miguel Couto. Amparado por familiares, ele sai sem falar com os jornalistas. Antes da morte do bebê, a avó acusou a mãe de maus tratos desde o nascimento. Ela contou ainda que juntamente com o filho estava tentando obter a guarda da criança.
A família da mãe também acusou o pai da criança. Segundo Elisane Rocha, de 30 anos, tia da criança, Alessandro nunca se interessou em registrar a criança. Ainda segundo ela, ele só começou a pagar a pensão da filha após determinação da Justiça.
O laudo do IML com a causa da morte de Crystal não tinha sido divulgado até o ínicio da manã deste sábado.
(Por Marcello Victor – O Dia)
Fiquei chocado com a imagem da bebezinha que ficou vinte minutos submersa, após o carro de seu pai ter caído num rio no Recreio dos Bandeirantes. Fiquei triste, mas ao mesmo tempo esperançoso depois que os bombeiros conseguiram reanimá-la.
Eu queria não comentar o comportamento do pai de Crystal pela responsabilidade na morte de sua filha, até porque a tragédia por si só já consta como uma punição à má-educação, mas no fundo é necessário, pois parece que é da cultura do povo brasileiro a aceitação de condutas tortuosas que, mais cedo ou mais tarde, podem levar a tragédias como essa.
Se pai de Crystal tem algum bom-senso ou um pouco de inteligência, coisa duvidosa, ele deve estar sofrendo. Sofrendo pela perda da filha, sofrendo pela sua mediocridade e pequenez, sofrendo pela sua triste malandragem, pois só os malandros há oito anos sem carteira de habilitação, alcoolizados e imprudentes têm a petulância de dirigir um automóvel em alta-velocidade. O resultado de tudo isso foi a morte de uma bebezinha que estava nos primeiros dias de vida e de aprendizagem, e que pelo visto, padeceu diante da irresponsabilidade de uma pessoa que já algum tempo vive sem ter aprendido o sentido da vida; o sentido de ser humano.
Ninguém sabe o verdadeiro sentido da morte, apenas temos teorias. Mas é certo que no mundo nem sempre o belo e o puro são poupados da dor e do sofrimento; não importa se são crianças, jovens e velhos. Não importa a beleza, a pureza e a inocência; somos vítimas de nós mesmos.
Se Deus existe, a morte de Crystal foi vontade sua.
(Por Franco Aldo – 27/02/2011 – 10:15hs)
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