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quinta-feira, 24 de maio de 2012

PROPAGANDA DO MAU GOSTO

Procuradoria arquiva processo de suspeita de racismo contra Alexandre Pires 


A Procuradoria da República em Uberlândia (540 km de BH) arquivou o procedimento que apurava a suspeita de discriminação racial e sexista no clipe "Kong", do cantor Alexandre Pires, que teve a participação do jogador Neymar e do funkeiro Mr. Catra. 
Nas imagens, gorilas saem da selva e invadem uma festa à beira da piscina, onde estão mulheres vestidas de biquíni. 
Pires, Catra e Neymar aparecem dançando o refrão "É no pelo do macaco que o bicho vai pegar". Em alguns trechos, eles próprios aparecem vestindo roupas de gorila. 
Em nota, o órgão federal informou que o procurador responsável pelo caso, Frederico Pellucci, não viu ligação entre o uso da figura do gorila e a associação ao racismo. 
"A invocação ao gorila tem mais a ver com a virilidade do que com a negritude", disse Pellucci na nota. 
O procedimento que apurava a suspeita de racismo foi instaurado após a Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial, vinculada à Presidência da República, encaminhar denúncia. 
A suspeita de conteúdo sexista também foi descartada por Pellucci. Para ele, é comum haver mulheres de biquíni e "letras de música sugestivas" na mídia brasileira e o clipe "Kong" não foge à "rotina a qual nos submetem os meios de comunicação nesse particular", informa a nota. 
A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa de Alexandre Pires para ele comentar o caso, mas não recebeu retorno até a publicação deste texto. 
A Ouvidoria Nacional da Igualdade Racial informou que o ouvidor Carlos Alberto Silva Júnior, que fez a denúncia, ainda não foi informado oficialmente da decisão da procuradoria e que só vai se pronunciar após esta comunicação. 

(Por Folha.com 23/05/2012) 

É triste ver um cantor do naipe de Alexandre Pires se envolver com trabalhos tão chulos. 
Fica evidente que o cantor e seu grupo querem apenas aproveitar o momento da ‘imbelicialização musical’ para atrair seguidores, aliás, tarefa fácil em se tratando de Brasil. 
Mas isso é compreensível, pois o bom trabalho dá trabalho e, muitas vezes, o que é bom não é reconhecido. Fica intelectualizado. 
Isso é a prova da lei de mercado: “produzir aquilo que o povo quer”. “Aquilo que vai vender”. 
Discordo dessa lei, pois em muitos casos não retrata a realidade. O que na verdade o povo quer? Músicas de mau gosto? Duvido. Na verdade os gostos são moldados, e isso é diferente. 
Num país onde “É o Tcham” e aberrações do gênero, sem falar do lengalenga do sertanejo universitário, são considerados a típica representação dos hábitos e costumes tupiniquins, nada seria tão genuíno como a estereotipização do negro em forma de macaco e da mulher bunduda brasileira em forma de piranha. 
O processo contra o cantor só fez crescer ainda mais o interesse pelo pífio trabalho. 
Vai ser um sucesso.

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