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quarta-feira, 4 de julho de 2012

SEEDORF, UMA BOA TACADA

Ninguém pode garantir que a chegada de Seedorf transformará o Botafogo em um dos candidatos ao título do Campeonato Brasileiro. Mas já colocou o clube na boca do povo. Aos 36 anos, dono de um currículo invejável em grandes equipes europeias, Clarence Seedorf é uma bela tacada para uma agremiação que já teve vestindo a sua camisa alguns dos nomes mais importantes da história do futebol nacional.
Quando se contrata alguém desse nível, costuma-se imaginar o acréscimo técnico com base no que o atleta foi. Não, Seedorf não é mais um dos melhores atletas de meio-campo do mundo, como no seu auge. Nem poderia, afinal o tempo passa para todo mundo. Mas segue sendo um ótimo organizador. No entanto, nem mesmo isso garante que ele dê ao clube carioca um upgrade proporcional à sua fama, porque nem sempre uma mudança tão radical de cenário como a que ele está prestes a experimentar é bem assimilada, a adaptação pode demorar (se acontecer). Não somos só um país de cultura e clima diferentes, somos donos de estrutura futebolística que tem muito pouco a ver com Itália, Espanha, Holanda, Milan, Real, Inter, Ajax…
Sendo um cidadão do mundo, poliglota, Seedorf tem mais chances de acertar por aqui. Não sei se a tempo de transformar radicalmente o time ainda este ano, afinal chegará com o campeonato na oitava de 38 rodadas, precisará de um tempo para entrar em forma, já que está em férias, e estará à vontade quando a competição já estiver pela metade. Mais: será ele uma estrela solitária no clube da estrela solitária? Embora tenha alguns bons jogadores, a equipe dirigida por Oswaldo de Oliveira faz um começo de competição apenas regular, já a sete pontos do líder. E deve negociar Loco Abreu, outro nome internacional, que de ídolo da torcida parece ter se transformado em peça indesejável (genioso, o uruguaio também não é figura fácil).
De qualquer forma, a negociação foi uma boa iniciativa da diretoria do Botafogo. Que talvez não desperte grandes investimentos de parceiros comerciais, como bem destacou o jornalista Erich Betting, especialista na área de marketing esportivo. Mas já mexeu com a autoestima dos botafoguenses, chamou a atenção do mercado, vai levar mais gente ao estádio, proporcionará venda de produtos licenciados, trouxe um fato novo e, principalmente, coloca no grupo de jogadores um raro atleta dono de quatro títulos da Copa dos Campeões da Europa, cinco campeonatos nacionais em países diferentes, sem contar a larga folha de serviços à seleção da Holanda. Convenhamos, não é pouco. Mesmo para uma estrela solitária.

(Por Milton Leite)

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