Sejam Bem-Vindos!

O Botequim é um espaço democrático e opinativo sobre os mais diversos assuntos, envolvendo a sociedade brasileira e o mundo.

Sejam Bem-vindos!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Espaço Esporte: SELEÇÃO DE 82, DUNGA E FRUSTRAÇÕES



Depois da eliminação da fraquíssima seleção de Dunga da Copa da África, estava eu pensando com meus limitados botões e cheguei à conclusão de que aquele puro sentimento de extrema emoção com a Seleção do Brasil foi algo que ficou enterrado lá na Espanha, desde aquele dia fatídico contra a Itália na então intitulada batalha de Sarriá. Lembrei-me desse fato, pois dei graças a Deus quando a Holanda eliminou a medíocre seleção de Dunga, quando na verdade deveria ficar muito triste. Mas pensando bem, triste ficaria eu se a seleção de Dunga chegasse à final, ou na melhor das hipóteses, ficaria sem catarse alguma, pois uma seleção que desde cedo foi considerada uma das mais fracas dos últimos vinte anos e carecendo de talentos em muitos setores fundamentais não poderia chegar e muito menos ganhar a Copa do Mundo, seria uma injustiça ao futebol arte, seria pura ironia do destino com aquela verdadeira Seleção Brasileira de 82.
A lembrança da seleção de 82 deu-se exatamente por tudo que a seleção de Telê Santana não tinha, falta do futebol arte e falta de jogadores aptos a vestirem a camisa da seleção. Tudo isso foram defeitos da horrível seleção de Dunga e que culminou no meu suspiro de alívio, e talvez no de muita gente, com a eliminação do Brasil na Copa da África.
Muito antes do início da Copa de 2010, assisti a quase todos os jogos do programa, exibido nos canais ESPN, e muito bem apresentado, “Clássicos dos Mundiais”. Como não poderia deixar de ser, não perdi o jogo entre Brasil X Itália na Copa da Espanha, em 1982. Naquela época eu tinha lá os meus nove anos de idade e o sentimento de frustração com a derrota foi como se uma epidemia estivesse assolado o esperançoso povo brasileiro.
Assistindo novamente ao jogo, já com mais de três décadas de vida, um sentimento de nostalgia tomou conta do meu ser, como se eu pudesse lembrar todos os fatos que aconteceram comigo e minha família durante aquele período, seja a lembrança de um velho comercial de TV, seja a lembrança das minhas amizades na época, mas deixando de lado os fatos de um passado pessoal, assisti estarrecido ao jogo, não acreditava no que estava vendo, pois assisti a um jogo de emoções para ambos os lados, não lembrava que a Itália tinha jogado tanto assim. As únicas lembranças que eu tinha desse jogo eram as jogadas sensacionais de Zico, Sócrates e Falcão e as gargalhadas do carrasco Paolo Rossi e nada mais. Percebi que a Itália tinha vencido o nosso futebol arte com um futebol vistoso, moderno, de um bom toque de bola, boas triangulações e é claro com muita sorte. Não podemos nos esquecer também, pois eu esqueci, que a Itália tinha feito um quarto gol que foi muito mal anulado.
O Brasil jogou com Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho, Júnior, Falcão, Cerezo, Sócrates, Zico, Éder e Serginho. A Itália jogou com Zoff, Oriali, Scirea, Gentile, Collovati, Cabrini, Bruno Conti, Tardelli, Antognoni, Graziani e Paolo Rossi. Os grandes nomes da partida foram, do lado da Itália, Paolo Rossi, Bruno Conti e Gentile. E do lado do Brasil foram Falcão e Sócrates. Zico ficou um pouco apagado com a marcação do implacável Gentile que chegou até a rasgar a sua camisa.
Foi uma partida emocionante que nada lembra a horrível seleção de Dunga e da CBF, mas que infelizmente não conseguiu o caneco.
Por fim, o fato é que, desde 82, o puro sentimento de amor por uma seleção de futebol não foi o mesmo, talvez provocado por um sentimento de frustração ainda maior que a própria alegria de ver a seleção canarinho de 82 jogar.


- Por Franco Aldo, Rio, 20 de julho de 2010 -

Nenhum comentário:

Postar um comentário