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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Espaço Ponto de Vista: A Falta de Praticidade de Nossa Educação

Na revista Veja desta semana, li a coluna do economista Claudio de Moura Castro que trata do assunto educação. O foco de sua coluna diz respeito à falta de praticidade e consistência com a realidade dos conteúdos que são ministrados em sala de aula, principalmente no ensino médio. Segundo ele, são as ‘idéias inertes’ que distorcem o verdadeiro conceito de educação.
O problema da educação no Brasil é assunto bem complexo e fruto de séculos e séculos de descaso, mas um desses problemas que é bem visível hoje em dia e que é perceptível por todos, principalmente pelos alunos, é o porquê de se aprender determinados assuntos que não terão nenhuma praticidade na vida do sujeito. Já escrevi alguma coisa a esse respeito, mas não me lembro de ter postado aqui no Botequim, pois o problema da teoria sem o engajamento prático é uma distorção que faz muito sentido, principalmente para os alunos, que chegam à conclusão que não faz sentido algum se aprofundar em complicadas equações matemáticas ou nas terríveis fórmulas químicas, e para não citar, os abstratos poemas e obras literárias, se tudo isso não tiver um sentido prático em suas vidas. É um dos problemas de nossa educação, a meu ver, que pode ser solucionado em curto prazo, mas, como tudo que envolve educação, terá seus reflexos no futuro.
A coluna trata de um assunto que não é novidade pra ninguém, principalmente para os dirigentes de nossa educação. Se for tão importante assim para um garoto do ensino médio saber profundamente equações matemáticas, que faça um curso em especialização no assunto, mas obrigar a todos a engolir teorias que serão, um dia depois da última aula, esquecidas para sempre, é muita covardia.
Além de tudo isso, temos o problema da abordagem incompleta desses assuntos, isto é, além de ter que aprender coisas sem sentido para o dia-a-dia, o assunto é mal ministrado e muitas vezes incompleto. Segundo Claudio Castro, solto, ‘perdido no espaço sideral’.
Portanto, teoria sem praticidade é quase igual ao sentido da fé. Você estuda e acredita, mas não vê nada de consistente no seu mundo real. Você pode saber de tudo do passado de uma civilização, mas se seus estudos não forem contextualizados com o presente, com a vida, qual o sentido de se estudar coisas que há muito tempo foram esquecidas?
Para finalizar, nas palavras de Claudio Moura, ‘A educação só tem um assunto: a vida. Só devemos voltar ao passado se for para iluminar questões presentes. Estudamos teorias porque nos ajudam a entender o mundo. Mas, se o aprendido não permite lidar melhor com o aqui e agora, por que perder tempo, se há tantos assuntos palpitantes? Só para poucos adianta estudar equações quadráticas, no abstrato, apenas para desenvolver a capacidade analítica. Educação é estudar a vida, e não se pode adiar a vida até que os talentos analíticos estejam adestrados. Se não há problemas reais para acompanhar o seu aprendizado, que sejam tais equações banidas do currículo da maioria dos alunos – e o mesmo para quaisquer outros assuntos.’

(Por Franco Aldo, 08/10/2010, às 10:30hs)

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