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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Espaço Ponto de Vista: O debate dos candidatos ao Governo do Rio


Ontem eu assisti boa parte do debate, promovido pela Rede Bandeirantes, dos candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Participaram do evento: Sérgio Cabral Filho, do PMDB, Fernando Gabeira, do PV, Fernando Peregrino, do PR, e Jefferson Moura, do PSOL. Como sempre, os candidatos se limitaram a tecer um discurso não muito claro sobre os seus possíveis planos de governo, até porque, o tempo de cada um se resumia apenas a quarenta e cinco segundos, muito pouco para aqueles que não têm o dom da oratória. Portanto, a curiosidade maior do debate foram as acusações que tiveram como alvo maior o candidato do PMDB e atual Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho. O que se viu fui uma artilharia pesada sobre o candidato do PMDB. De um lado, o candidato do PSOL administrava o discurso da perfeição, do bom garoto, apontou os possíveis podres da administração de Sérgio Cabral e seu discurso se pautou principalmente em favor da saúde e da educação. Não pode, é claro, explicar com mais detalhes como fará para ressuscitar a saúde e a educação do Rio, como nenhum deles o fez, mas de uma forma geral se saiu bem, até porque era nítida a sua aliança com o candidato Fernando Peregrino, contra Cabral e Gabeira.
O candidato Fernando Peregrino tem o apoio do ex-governador do Rio, o Garotinho, que ninguém sente saudade. Acho que foi por isso que, antes mesmo do candidato expor seu programa, não me interessei muito pelo seu discurso. Peregrino atacou Cabral e Gabeira e claramente estava aliado (no debate) com o candidato Jefferson Moura. De concreto, o seu discurso foi voltado principalmente para a educação, citando até as obras memoráveis de Darcy Ribeiro – os CIEPS – no governo Brizola, mas, a meu ver, não me empolgou.
O experiente Fernando Gabeira adotou um discurso lúcido. Nas suas réplicas, em nenhum momento baixou o nível do seu pensamento, pode até não ter sido muito claro em seus planos, até porque nenhum foi, mas em minha opinião foi o melhor do debate. Como os outros, atacou Sérgio Cabral que vendido por todos os lados, apenas se prestou a se defender das acusações. Gabeira agiu estrategicamente, já que Cabral é o seu maior adversário e representa a continuação do embelezamento do Rio, ou melhor, o mascaramento da pobreza e da miséria. É uma espécie de ilusão para que o rico se sinta confortável durante a Copa e as Olimpíadas. É o varredor da sujeira para debaixo do tapete. Afinal, é uma forma de governar, não é mesmo?
Já o candidato à reeleição, Sérgio Cabral Filho, como já disse, limitou-se apenas a se defender das acusações, ou melhor, não respondeu as acusações formuladas pelos seus adversários e o momento mais curioso foi quando os assessores do peemedebista solicitaram um tempo para a réplica a respeito das acusações de superfaturamento das UPAs, acusação feita pelo candidato Fernando Peregrino. De um lado, Fernando Gabeira esbravejava, sem os microfones, sobre o tempo concedido ao candidato do PMDB e de outro, Cabral não soube lidar com o assunto, simplesmente não explicou nada.
De uma forma geral o debate, o primeiro de uma série de vários, foi bom, pois podemos perceber que a essência não muda, é a mesma, isto é, temos que analisar as propostas e acreditar nelas. Enquanto o nosso país não tomar ares de terra civilizada, ou melhor, enquanto não for editada a lei que obrigue os candidatos a cumprir as suas promessas de campanha, ficaremos nesse lengalenga e à mercê da aparência e da oratória. Se o candidato for ator, aí é que estaremos perdidos.

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