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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Espaço Ponto de Vista: O Conceito de Analfabetismo e sua possível queda

ANALFABETISMO CAI POUCO E ATINGE 9,7% DA POPULAÇÃO

Entre os que têm mais de 15 anos, 14,1 milhões não sabem ler e escrever. Região Nordeste tem a taxa mais alta.
O Brasil ainda tem 14,1 milhões de analfabetos entre a população com mais de 15 anos, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada nesta quarta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este total de pessoas representa 9,7% da população, 0,3 ponto percentual a menos que a taxa de 2008, que foi de 10% (14,247 milhões de pessoas). Desde 2004, quando o levantamento começou a ser realizado, a queda foi de 1,8 ponto percentual.
Considerada uma meta do Plano Nacional de Educação (PNE) que deveria ter sido atingida até 2010, a erradicação do analfabetismo está ainda mais distante quando se observa os dados do Nordeste. Na região, embora a redução da taxa entre 2004 e 2009 tenha sido de 3,7 pontos percentuais, o índice é de 18,7%, maior que o percentual brasileiro há 18 anos, quando o IBGE calculou o dado em 17,2%. Nas regiões Sul e Sudeste, onde a taxa é mais baixa, 5,5% e 5,7% das pessoas com mais de 15 anos ainda não sabem ler ou escrever.
A maior dificuldade para reduzir o número de analfabetos está em atacar o problema na população com mais de 25 anos: 92,6% deles estão nesta faixa etária, o que faz com que a taxa do grupo seja de 12%. Se a faixa de idade for ainda mais restrita, a taxa de analfabetismo atinge 21% das pessoas com mais de 50 anos.
(Fonte: Tatiana Klix, IG São Paulo)

Sinceramente não sei exatamente o que significa essa queda do índice de analfabetismo aqui no Brasil, pois o próprio conceito de analfabetismo já está bastante distorcido e obscurecido pelas falácias de picaretas e aproveitadores. Mas suponho que a pesquisa da Pnad faça alusão ao simples gesto, necessariamente involuntário, de repetir os sons descritos num livro ou numa revista. Se por acaso for esse o conceito de analfabetismo que acredito ser alvo do governo federal, aí sim, não vejo nada de extraordinário, muito pelo contrário, vejo as coisas em seu devido lugar; muita gente fingindo que faz algo para melhorar o país e muita gente achando que está sendo ajudado, ou até mesmo, achando que já alcançou a evolução completa.
O meu discurso não é pessimista. Procuro descrevê-lo o mais lúcido possível, evitando ser demasiado crítico, mas tudo em suas proporções.
A pesquisa acima pode ser, e é, um dado importante para que os responsáveis pela condução da educação no país possam melhorar, cada vez mais, o nível de alfabetização do brasileiro, pois o que os números nos mostram não são ações acabadas, mas apenas um bom início de uma inclusão séria e maciça de jovens e idosos no mundo da leitura e do pensamento. Portanto, aludir a alfabetização como o simples gesto involuntário de repetir os sons descritos numa folha de papel não é declarar um indivíduo alfabetizado, mas apenas a primeira etapa do processo, pois a alfabetização vai muito além. Um indivíduo completamente alfabetizado é um ser social e tem o poder de fazer uso do instrumento da leitura – no seu conceito mais profundo de conhecimento semântico e sintático – e do pensamento, para assim, o significado das coisas do mundo possam fazer sentido no seu mundo, isto é, no meio social em que está inserido.
É nesse sentido que devemos encarar a alfabetização, portanto muito cuidado com as falsas intenções, as falsas propagandas. Estamos em ano eleitoral e muita gente vai comprar essa briga. Devemos, então, ficar preparados com os falsos programas e, principalmente, com o currículo e a história de cada um no contexto da educação nacional.

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