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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Espaço Ponto de Vista: O Feriadão e o Esquecido 7 de Setembro

Estamos em pleno feriadão do 7 de setembro. Falar em feriado pro brasileiro, principalmente pro carioca, é deixar de encarar bem cedo o estressante engarrafamento da Avenida Brasil. É curtir quatro dias de praia sem a preocupação com horário e esquecer os problemas do dia-a-dia. É estar com a família, curtindo aquele churrasco e discutindo sobre a rodada do futebol, mas e o dia 7 de setembro? Quem se importa? Muita gente não sabe nem o que se comemora.
Não sou tão velho assim e, quando criança, ainda peguei um restinho do regime militar já decadente. Naquela época, datas comemorativas como a Independência do Brasil, Proclamação da República, Inconfidência Mineira eram festejadas muitos dias antes – talvez uma forma de lembrar o povo para a importância da data festiva – em todos os meios de comunicação: rádios, revistas, jornais e principalmente na TV. As escolas também tinham a sua participação, promoviam desfiles com os alunos uniformizados e que cada um carregava uma bandeirinha de papel do Brasil. Eram outros tempos, talvez tempos de respeito com o nosso passado, com as nossas origens.
Hoje a coisa está bem diferente. Na escola dos meus filhos não se cogitou nada a respeito do dia da Independência de nossa Pátria, talvez seja pelo calendário apertado, e se for, acho que será comemorado mais para frente. Na TV, nos jornais e revistas não vejo nada alusivo e, como nos outros anos, a TV terá uma pequena participação mostrando ao vivo ‘flashes’ dos desfiles militares pelas principais capitais do país. Aquele desfile chato, com narração chata que só um chato tem vontade de ver e aplaudir. Conseqüências do mundo moderno?
Outro dia li um artigo de um jornalista que dizia que ‘o patriotismo já era’. ‘A idéia de exaltação cega por uma bandeira é coisa do passado e que a humanidade teria que se ajustar a nova forma de comportamento e pensamento’. Nunca li tanta besteira na vida.
Esquecer, ou melhor, não querer lembrar ou comemorar o dia da Independência de seu país é o mesmo que ignorar o dia do nascimento de seus pais. Talvez aqui no Brasil o problema não seja apenas a falta de valores ou demérito com as coisas sérias. O problema aqui é de educação mesmo, pois é a educação que cultiva o respeito, que valoriza as nossas raízes, que tolera o pensamento oposto e que não impõe o absurdo da supremacia de qualquer raça.
Antigamente existia a falsa ilusão de que éramos mais patriotas, tolo engano. Somos os mesmos do passado, talvez piores pelo vazio do materialismo exarcebado e pelas influências terríveis de nossa metrópole. Sim, ainda somos uma colônia, não estamos completamente independentes. O gesto do Ipiranga foi apenas simbólico. Independência não significa apenas ter no comando um brasileiro nato, significa ter educação, valores e pudor pra saber diferenciar aquilo que nos faz sermos diferentes dos outros, portanto seremos independentes a partir do momento que começarmos a dar valor a nossa história, a nossa língua e a nossa terra.

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