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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Espaço Ponto de Vista: Visita de Bush e 9 anos após o 11 de setembro

O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está no Brasil e fará uma palestra, hoje, 9 de setembro, em São Paulo, para empresários do país. Como pauta de sua palestra, o estadista abordará sua relação com o Presidente Luís Inácio Lula da Silva e com o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, além de outros assuntos.
E por falar em Bush, neste sábado, a maior catástrofe terrorista da história da humanidade, o 11 de setembro, fará nove anos. Uma data que ficará eternamente marcada pela tristeza, pela incompetência e pelo mistério. Milhares de pessoas de muitas nacionalidades morreram estupidamente, sem ao menos dar adeus a seus entes queridos, sem saber ao certo o que aconteceu. Muita coisa nestes nove anos se tem falado a respeito da localização de Osama Bin Laden e sua rede terrorista, a Al- Qaeda, mas nada ainda foi apurado de concreto.
As ações do Governo de George W. Bush contra o terrorismo foi o que podemos falar de ações desastrosas e cegas, pois junto com o problema do inimigo invisível (os terroristas), que podiam estar em qualquer parte do planeta, juntou-se antigas questões com os desafetos do Oriente Médio; Afeganistão, Iraque, Irã – ignorância aliada à intolerância, à cobiça e à prepotência. Dessas ações impensadas, ou melhor, distorcidas para outros fins, o Afeganistão foi imediatamente bombardeado e o Iraque teve a sua soberania desmoralizada, culminando com a morte do ditador Saddan Russein. O certo é que nada de positivo foi colhido nesses ataques contra o “eixo-do-mal” – expressão de Bush – mas, muito pelo contrário, o texano apenas colheu impopularidade durante os seus dois mandatos e afundou a economia americana em dívidas. O golpe da Al-Qaeda foi profundo. Deixou marcas não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
Recentemente, li um documentário escrito pelo jornalista Philip Shenon, repórter investigativo do The New York Times, chamado ‘A Comissão’. A obra relata a batalha, do pós-11 de setembro, da comissão formada – de políticos influentes – para apurar as possíveis falhas do Governo de Bush no atentado terrorista. Muita coisa estava em jogo; amizades influentes, cargos no governo, cobrança dos familiares das vítimas, a opinião da imprensa, opinião pública.
A obra em si deixa claro que os principais órgãos de inteligência norte-americana, a CIA e o FBI, falharam amadoramente. Coube a Tom Kean, um político veterano, a direção da comissão, mas a sua equipe não foi composta por membros escolhidos por ele, mas escolhidos a dedo, metade republicanos, metade democratas, pelo próprio governo. Muitos dos escolhidos tinham profundas amizades com membros do governo Bush, principalmente com Condoleezza Rice. Portanto, antes mesmo de iniciar os trabalhos, a comissão já enfrentava o seu maior inimigo, as influências de Bush e seus aliados.
O livro vai detalhando cada dificuldade transposta pela comissão e, também, vai esclarecendo, para espanto de todos, como o FBI e a CIA permitiram e nada fizeram para que terroristas como Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar entrassem em solo americano, e lá ficassem, sem serem vigiados. Os dois fizeram cursos de pilotagem de aeronaves de pequeno porte nos Estados Unidos sem serem importunados.
Além de tudo isso, o que mais impressiona foi a falta de comunicação dos órgãos de inteligência americana e o descaso que, até então, dava o Governo Bush aos assuntos relacionados ao terrorismo, portanto o país foi pego de surpresa e a punhalada foi fatal. Acredito que nem mesmo os integrantes da Al-Qaeda imaginavam tamanho sucesso em seus planos, pois chegar ao ponto de derrubar as torres gêmeas foi provavelmente algum designo de Alá.
A luta entre o ocidente e o oriente é secular e tem como bom exemplo a guerra entre os norte-americanos e o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden. Muitos postulam, principalmente os historiadores, professores e mestres em relações políticas, que essa guerra travada entre ocidente e oriente vem desde as conquistas Persas, principalmente nas lutas contra o povo Grego.
Seja como for, o fato é que a data 11 de setembro será sempre marcada pelo maior ataque terrorista da história. O ataque, em si, não dilacerou apenas os corpos de milhares de pessoas, fulminou, também, a esperança e transformou radicalmente a forma de pensar de gente do mundo todo. As questões relativas aos países do Oriente Médio passaram a ser vistos com outros olhos, talvez, com a atenção que deveria ter sido dado desde o início. Portanto, neste sábado vamos fazer uma reflexão a respeito de nós mesmos e tentar decifrar um grama que seja do verdadeiro sentido da vida, da fé e do amor pelo próximo.
É quase certo que entre a sua programação na palestra, George W. Bush fale um pouco a respeito do 11 de setembro, mas provavelmente falará em terceira pessoa, como se ele próprio não tivesse nenhuma responsabilidade a respeito.

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