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quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ensino Fundamental é para se aprender A Norma Culta da Língua

Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado

Livro didático de língua portuguesa adotado pelo MEC (Ministério da Educação) ensina aluno do ensino fundamental a usar a “norma popular da língua portuguesa”.
O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância. Os autores usam a frase “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em um outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Ao defender o uso da língua popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.
E mais: segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.

(Poder Online. Jorge Félix e Tales Maria, 12/05/2011)

Tem algo errado com a matéria acima. Primeiro por que ninguém ensina a ninguém a falar errado. Segundo, quando se procura a escola é para se aprender o que a vida exige em termos de conhecimento para que se possa vencer e construir um país melhor, isto é, o bem falar e o bem escrever. Portanto, as crianças já chegam à escola com vícios na linguagem que devem ser muito bem trabalhados.
Sou formado em Letras e desde os meus primeiros dias na universidade tenho ciência da importância da norma popular da Língua Portuguesa na vida de muita gente, mas não é isso que se exige, por exemplo, num concurso público ou quando se tem que redigir um documento oficial.
‘Ensinar’ as crianças a não se preocuparem com a norma culta da língua é uma falácia, pra não dizer um crime que julgo ‘subversivo’. Pior que tortura. Pois aquilo que está em jogo são estruturas de um intelecto ainda em formação, um intelecto inocente, sem defesa.
É claro que deve existir um esclarecimento quanto às diferenças e a importância das duas variantes – a norma culta e a norma popular. Acho que o livro acima é um material acessório, mas que mesmo assim não deveria ser trabalhado na fase de alfabetização, pois pode causar confusão ao intelecto das crianças que está em formação.

(Por Franco Aldo – 12/05/2011 – 11:30hs)

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