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terça-feira, 17 de maio de 2011

O Desenrolar dos Acidentes Aéreos da Air France e da Gol

Caixas-pretas do avião da Air France apontam erro dos pilotos

A informação foi revelada pelo jornal frânces 'Le Figaro', porém os especialistas do Escritório de Investigação e Análise não confirmaram o dado.

A análise das caixas-pretas do voo 447 da Air France, que cobria a rota Rio de Janeiro-Paris e caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico, aponta para um erro dos pilotos como motivo do acidente que causou a morte dos 228 ocupantes do avião, revela nesta terça-feira o site do diário "Le Figaro".
A informação, não confirmada pelos investigadores, foi publicada um dia depois de ter sido confirmado que os dados recolhidos nas caixas-pretas estavam em bom estado apesar das condições nas quais estiveram no fundo do mar, a quase quatro mil metros de profundidade.
Segundo o "Le Figaro", os dados analisados no fim de semana retiram a culpa da Airbus, fabricante do A330 que caiu e um dos processados por homicídio culposo na investigação judicial aberta na França.
Os especialistas do Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês), encarregada das investigações, trabalham agora para determinar se o erro dos pilotos é puramente humano ou se envolve também o sistema de segurança da Air France, proprietária do avião, a outra acusada, acrescenta o diário.
Para isso, o órgão dispõe das informações recolhidas nas duas caixas-pretas, que chegaram a Paris na última quinta-feira após serem localizadas e resgatadas do fundo do mar.
Graças a essas informações, os investigadores esperam reconstituir o que ocorreu em 1º de junho de 2009, quando o avião caiu no Oceano Atlântico após decolar do Rio de Janeiro com direção a Paris.
Segundo o "Le Figaro", o BEA deve divulgar elementos sobre a investigação nas próximas horas, embora o próximo relatório provisório só esteja previsto para junho ou julho.
O último relatório, publicado em dezembro de 2009, muito antes da descoberta das caixas-pretas, apontava como causa do acidente uma falha nas sondas de medição de velocidade, que teriam congelado.
Na época, o BEA advertiu que as conclusões não eram definitivas e pediu prudência.

(Fonte: EFE | 17/05/2011 05:36)

Já considero fantástico, depois de dois anos no fundo do Oceano Atlântico, a mais de quatro mil metros de profundidade, o estado de conservação da caixa-preta do Airbus do vôo 447 da Air France. Além disso, o empenho das autoridades francesas, num resgate que parecia impossível, já pode ser considerado digno de muito respeito.
Agora, o que interessa é a elucidação dos mistérios desse trágico acidente. Segundo os primeiros rumores, já há indícios de erro dos pilotos, mas só espero que não haja ocultação de responsabilidades para outros possíveis culpados.
Em se tratando de aviação, não há lugar para opacidade, mas sim para claridade e transparência para que outros possíveis acidentes sejam evitados.

E por falar em acidente aéreo:

Justiça condena pilotos do jato Legacy a mais de 4 anos de prisão

Pena foi revertida em serviços comunitários. Em 2006, jato que eles pilotavam se chocou com o avião da Gol e 154 pessoas morreram.

Os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que pilotavam o jato Legacy que se chocou contra um avião da Gol e provocou a queda que matou 154 pessoas, em 2006, foram condenados nesta segunda-feira a quatro anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto (quando o réu passa o dia fora e apenas dorme na unidade prisional).
Contudo, o juiz resolveu transformar a pena em prestação de serviços comunitários nos Estados Unidos, numa repartição brasileira a ser ainda definida. A decisão, que cabe recurso, foi tomada pelo juiz federal Murilo Mendes, da Justiça Federal em Sinop (MT).
Caso os recursos se esgotem, a pena será executada. Segundo o Acordo de Cooperação Jurídica, as decisões do poder judiciário brasileiro devem ser seguidas e respeitadas pelo poder judiciário americano.
Na sentença, Mendes afirma que o benefício da substituição da pena é justificado, pois “os réus não são reincidentes, não há notícia que tenham falhado gravemente nas viagens que fazem há muito tempo como profissionais de condução de aeronaves, nada lhes desabona a conduta social”.

Licença para pilotar

O magistrado também determinou que Paladino e Lepore percam o direito de exercer a profissão. A apreensão da licença para pilotar deve ocorrer somente após todos os recursos serem julgados. Até lá, Paladino - que trabalha na companhia American Airlines - e Lepore - que pilota para a empresa de táxi aéreo ExcelAire, proprietária do Legacy – poderão continuar a trabalhar como pilotos. Os dois prestaram depoimento ao juiz brasileiro pelo sistema de videoconferência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça.
O juiz pontuou na decisão que ficou comprovado, por meio de perícias, que os pilotos deixaram o equipamento anticolisão desligado por uma hora e que só o religaram depois que o Legacy já havia colidido com o avião da Gol. Em seus depoimentos, Paladino e Lepore negaram, e atribuíram o problema na falha de comunicação aos controladores de voo – que também são processados, mas em outros ações.

A reação das famílias

O acidente ocorreu no dia 29 de setembro de 2006, no espaço aéreo de Mato Grosso. O avião da Gol, o voo 1907, fazia a rota entre Manaus e Brasília. O jato vinha na direção oposta. Os destroços do avião da Gol foram encontrados um dia após a tragédia, numa área de floresta amazônica na Serra do Cachimbo, localizada no norte do Estado.
A decisão do juiz revoltou a Associação de Familiares das Vítimas do Voo 1907. A presidenta da Associação, Angelita de Marchi, disse que todos estão decepcionados e inconformados e que irão se reunir com os seus advogados para saber quais as providências podem ser tomadas. O objetivo é conseguir uma pena mais dura aos pilotos.

Arnaldo Antunes

Na sentença, o magistrado se diz comovido com a dor das famílias das vítimas, e cita um trecho da canção “De mais ninguém”, de Arnaldo Antunes, para demonstrar seus sentimentos:
“Não me sinto confortável para fazer considerações maiores sobre a dor dos familiares – quanto a esse tema só me cabe dizer que tenho extremo respeito pelo sentimento de todos, que compreendo o que isso possa significar, e que foi com muito pesar que acompanhei o acidente. ‘A dor é minha só, não é de mais ninguém’ (Arnaldo Antunes).”
A reportagem entrou em contato com os advogados que representam os pilotos no Brasil, mas as ligações não foram atendidas.

(Helson França, iG Mato Grosso | 16/05/2011 21:44 - Atualizada em 17/05/2011 00:59)

Uma condenação para “americano ver”, ou melhor, para findar de vez essa novela que se arrasta desde 2006.
Já foi comprovado que esses dois pilotos tiveram uma considerada parcela de culpa na queda da aeronave da Gol. Mas as dificuldades em se punir um estrangeiro, dentro de seu próprio país, são muito grandes.
Sinceramente, para mim, foi uma surpresa esse acordo jurídico entre os governos brasileiro e americano.
É claro que a condenação de Lepore e Paladino foi uma punição, digamos; ‘café-com-leite’. Os quatro anos e quatro meses de prisão serão convertidos em trabalhos de prestação de serviços comunitários; muito pouco, comparado à postura relapsa que culminou na morte de 154 pessoas.
O fato é que o acidente do vôo 1907 foi recheado de vários erros humanos, desde o controle de tráfego aéreo, até a negligência de Lepore e Paladino em não ligarem o sistema anti-colisão da aeronave Legacy. No mínimo os dois pilotos deveriam perder suas licenças de vôo. Mas condená-los dentro de seu próprio país já foi um grande avanço.
O caso está longe de ser esquecido, principalmente pelos familiares das vítimas.

(Por Franco Aldo – 17/05/2011 – às 08:23hs)

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