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sábado, 4 de junho de 2011

Bombeiros do Rio 'Protestam Contra a Miséria'

Hoje, ao acordar, e ligar a TV para saber das notícias, fui surpreendido com a manifestação dos integrantes do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Os bombeiros revoltosos, que protestam por melhores, ou melhor, por dignos salários, invadiram ontem a noite o Quartel General dos Bombeiros, no Centro do Rio.
Os bombeiros reivindicam aumento salarial, vale-transporte e melhores condições de trabalho. Após a ocupação de ontem, já na manhã deste sábado, o BOPE invadiu o quartel e prendeu todos os revoltosos.
O Governador Sérgio Cabral vai se reunir com a cúpula do governo estadual para estudar quais ações o Estado tomará a partir de então.
Achei um absurdo essas manifestações violentas dos bombeiros, mas não da parte protestante e sim da omissão e descaso do governo estadual.
Bombeiro é militar e militar tem um regramento severo quanto à hierarquia e, principalmente, quanto à disciplina.
Hoje em dia, militar, seja da esfera federal e estadual, ganha mal. A única exceção é a PM do Distrito Federal. Há alguns dias recebi um e-mail dum amigo meu, que é militar de carreira do Exército, com mais de 15 anos de serviço. O e-mail continha a informação de aumento salarial da tropa policial do DF. Só para exemplificar, um soldado raso de polícia, 1 ANO/NÍVEL 01, ganhará R$ 5.952,20. Nada mais que justo.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, um soldado de bombeiro ganha os seus miseráveis R$ 950,00. Por que não receber um salário justo, igual aos policiais do DF? O contrastante não é o salário do DF e sim a esmola que recebem os milhões de profissionais de segurança estadual por todo o país. O pagamento de um salário digno é uma das etapas, das centenas, que visam a moralização de nossa segurança.
Esse meu amigo, como disse, é militar federal. Ganha mal também. Fazer greve na esfera federal é algo impensável, uma mistura de tradição, ameaças e comodismo. Mas a diferença entre o militar federal e o estadual é que aquele tem muito a perder, pois tem, bem ou mal, uma carreira a zelar. Este, porém, além de não ter um vencimento digno compatível com sua responsabilidade, não tem um plano de carreira respeitável. Então, o que fazer? Nunca soube e nunca vi greve, por melhores salários, por parte do Exército, Marinha ou Aeronáutica. Mas nunca é tarde para isso.
Antes, as forças armadas reprimiam aqueles que esbravejavam. Hoje, são eles que não podem, se quer, reivindicar. Como dirá algum perseguido político qualquer “é a degustação do próprio veneno”. Pensamentos idiotas, de idiotas que comandam, hoje, a direção da pátria.
Reprimir ou ignorar os militares que trabalham em prol do Estado não é muito diferente das violentas ações dos anos de ditadura. O único problema em tudo isso é que quem sofre não é o Cabral, mas sim a população que depende dos bombeiros e da PM.
Governador, sem demagogia, o Rio de Janeiro será o grande nome na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, assim não pegará nada bem o mundo saber que, por aqui, os profissionais da segurança, que protegerão os milhões de turistas que por aqui passarão, estão passando fome.
Apague logo esse fogo, antes que o incêndio seja inevitável.

(Por Franco Aldo – 04/06/2011 – às 09:29hs)

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